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CELEBRAR OU EVITAR: UMA RESPOSTA CRISTÃ AO HALLOWEEN


Halloween. Para muitos, essa celebração parece inofensiva, um momento de trajes coloridos, abóboras iluminadas e doces que fazem a alegria das crianças. Mas será que, como cristãos, entendemos verdadeiramente o que estamos celebrando? Em meio às brincadeiras de “doces ou travessuras”, estamos brincando com o oculto e com símbolos que representam o contrário dos valores do evangelho. Enquanto o escritor ateu Richard Dawkins, no livro “The God Delusion”, descreve o Halloween como “uma divertida celebração da criatividade e da fantasia,” o apóstolo Paulo nos adverte: “Não vos conformeis com este século” (Rm 12.2). Será que é possível participar de uma festa que flerta com temas sombrios sem comprometer nosso compromisso com a luz de Cristo? 

(1) “A luz e as trevas nunca podem se misturar” – Charles Spurgeon

Para o autor ateu Neil Gaiman, em uma entrevista à “New York Times Magazine”, o Halloween é “um momento para celebrar a liberdade de imaginar e brincar com o que nos assusta.” Embora isso pareça inofensivo, o que parece ser uma festa leve para as crianças, com abóboras e fantasias, traz uma exposição precoce ao medo, ao terror e até ao sobrenatural. As crianças, com sua inocência e mente em formação, absorvem essas imagens e valores com facilidade. Em 2 Coríntios 6.14, Paulo pergunta: “Que comunhão pode ter a luz com as trevas?” Charles Spurgeon enfatizou que “nada é tão repelente ao coração do crente quanto misturar-se com as trevas.” Permitir que nossos filhos participem de uma festa que exalta o medo e o oculto compromete os princípios cristãos e não prepara as crianças para uma vida de fé e pureza. 

(2) “Quem caminha com Deus, rejeita as trevas” – Martinho Lutero

O crítico social Christopher Hitchens afirmou, em uma entrevista para a “Slate”, que o “Halloween é uma festa libertadora onde a superstição e a religião não têm lugar.” No entanto, tal festa é uma celebração que normaliza símbolos de bruxaria, fantasmas e seres macabros, tudo o que o cristianismo condena. Até mesmo a tradição de “doces ou travessuras” pode ter raízes em rituais pagãos, evocando uma troca condicional de paz ou vingança. Em Deuteronômio 18.10-12, Deus condena práticas de feitiçaria e invocação de espíritos. O verdadeiro discípulo de Cristo rejeita qualquer aparência de mal e afasta-se de tudo que o separa da santidade. 

(3) “Nosso Deus é Deus de vida, não de morte” – John MacArthur

Halloween celebra o sombrio, o grotesco e a morte, enquanto o cristianismo celebra a vida. A ativista ateísta Annie Laurie Gaylor argumentou em um artigo para a “Freedom From Religion Foundation” que “celebrar o macabro é uma forma de questionar e confrontar o medo da morte.” Mas, veja: os adornos comuns desta época, como fantasmas e esqueletos, promovem uma cultura de morte que contrasta diretamente com o caráter de Deus. Jesus declarou em João 10:10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” John MacArthur nos lembra que devemos buscar tudo o que promove a vida e a paz, e evitar festividades que façam apologia da morte e do macabro. 

(4) “O coração das crianças é como um campo fértil” – John Wesley

O autor anticristão Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã, disse em uma entrevista que o “Halloween é uma celebração de tudo que é tabu e marginalizado, algo que as crianças merecem explorar.” Embora alguns vejam essa exposição como uma forma de ampliar a imaginação, o simples ato de vestir uma fantasia ou pedir doces pode ter consequências profundas para as crianças. Expor os pequenos a certos personagens, assustadoramente incompatíveis com seu desenvolvimento emocional, e rituais disfarçados de brincadeiras os acostuma com o medo e a superstição. O apóstolo Paulo nos exorta, em 1 Tessalonicenses 5.22, a “abster-se de toda forma de mal”. John Wesley advertia que “o coração das crianças é como um campo fértil” — aquilo que semeamos hoje será colhido mais tarde. A responsabilidade de proteger a inocência das crianças é parte do chamado cristão. 

(5) “Quem anda em luz não se alimenta de trevas” – Matthew Henry

Para o filósofo ateu Friedrich Nietzsche, no livro “Beyond Good and Evil”, o Halloween representa “uma liberdade em explorar as sombras de nossa psique.” No entanto, o apóstolo Paulo exorta em Efésios 5.11: “Não vos associeis às obras infrutuosas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” O Halloween, com suas abóboras esculpidas e decoração macabra, promove uma mentalidade que se opõe aos valores de renovação e pureza mental que a Palavra de Deus nos chama a cultivar. Matthew Henry escreveu que “quem anda em luz não se alimenta de trevas.” Participar de celebrações que exaltam a escuridão e o oculto vai contra o compromisso cristão de andar em santidade. 

(6) “Onde não há Deus, o medo impera” – Francis Schaeffer

Muitas vezes, o medo é o grande atrativo do Halloween, seja nas fantasias de monstros ou nas produções midiáticas. O cineasta e ateu Rob Zombie, em uma entrevista ao “Los Angeles Times”, afirmou que “o Halloween é um dia em que o medo é bem-vindo, até mesmo celebrado.” Contudo, a Palavra de Deus diz em 1 João 4.18: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” O Halloween glorifica o medo, enquanto a vida cristã é baseada na confiança e no amor perfeito de Deus. Francis Schaeffer enfatizou que “onde não há Deus, o medo impera.” Celebrar uma data que exalta o medo e o terror é incoerente com a confiança que recebemos em Cristo. 

Finalmente, o Halloween pode parecer uma celebração inofensiva, mas para o cristão é uma oportunidade de escolher entre as trevas e a luz. Efésios 5.8 nos chama a “andar como filhos da luz.” Recusar participar de festividades que exaltam o oculto e o sombrio é reafirmar nossa identidade como filhos de Deus, chamados para sermos diferentes. Que nossa decisão seja uma declaração de fé, um testemunho da luz de Cristo em um mundo que tanto necessita da verdadeira esperança e paz. 

Rev. Ângelo Vieira da Silva

UM OLHAR REFORMADO SOBRE A ‘GOD BLESS THE USA BIBLE’, ENDOSSADA POR DONALD TRUMP

A introdução da Bíblia “God Bless The USA” levanta uma série de questões teológicas, especialmente no que se refere à tradição reformada, que sustenta a autoridade única das Escrituras. A adição de documentos históricos americanos ao texto bíblico pode ser vista como uma mistura de elementos sagrados e seculares que obscurece a mensagem clara da soberania de Deus e da suficiência de Sua Palavra. A teologia reformada afirma que a Escritura é suficiente em si, e não precisa de complementos históricos para ser relevante ou poderosa.


No pensamento reformado, as Escrituras são divinamente inspiradas e inerrantes, e qualquer tentativa de vinculá-las a uma identidade nacional específica pode comprometer essa autoridade. O evangelho de Jesus Cristo transcende todas as fronteiras culturais e políticas, e o Reino de Deus, conforme ensinado no Novo Testamento, não pode ser confundido com os reinos deste mundo. Ao inserir símbolos ou documentos de um país, há o risco de fazer parecer que o Reino de Deus se confunde com um estado-nação.


Além disso, a tradição reformada historicamente desconfia de alianças entre igreja e estado, enfatizando a independência da Igreja de Cristo. Desde os dias de João Calvino e da Reforma, a igreja reformada sempre insistiu que a lealdade primária dos crentes deve ser a Deus e ao Seu Reino, e não a governos ou nações temporais. A inserção de documentos como a Declaração de Independência em uma Bíblia sugere uma aliança implícita entre o poder divino e o poder político, algo que a teologia reformada denuncia como potencialmente idólatra.


Outra questão importante é a aplicação da Grande Comissão (Mateus 28:18-20) neste contexto. A missão da igreja não é promover agendas políticas, mas pregar o evangelho que transforma corações e mentes. A Igreja Reformada vê essa missão como global, sem estar ligada a qualquer nação, raça ou cultura específica. O evangelho deve ser proclamado a todas as nações, e não pode ser limitado por fronteiras nacionais ou interesses patrióticos.


Essa abordagem também reflete a doutrina reformada da providência divina, que sustenta que Deus governa soberanamente sobre todas as nações e eventos históricos. As Escrituras, portanto, são mais do que suficientes para guiar a vida do crente em qualquer contexto cultural ou político. O foco deve estar sempre na glória de Deus e no avanço de Seu Reino, e não em alianças com poderes terrenos que possam desviar a atenção dessa missão.


Por fim, a teologia reformada conclui que a Bíblia, como a Palavra viva de Deus, é capaz de falar por si mesma a qualquer pessoa em qualquer lugar. Ela não precisa de adições externas para ser relevante. A igreja deve, portanto, manter-se fiel à pregação pura do evangelho, sem a mistura de ideologias nacionais ou políticas, cumprindo assim sua vocação como testemunha fiel da soberania de Deus sobre todas as coisas.


Soli Deo Gloria.


Angelo Silva

O PAPEL DA MULHER: MÃE, ESPOSA, DO LAR E PROFISSIONAL? - REV. AUGUSTUS NICODEMUS #06

 


Corte de um momento de perguntas e respostas da EBD da Christ The King United Presbyterian Church moderado pelo Pr. Ângelo Vieira. Nesta oportunidade o Rev. Augustus falou sobre o princípio que deve orientar as mulheres no balanceamento de seu papel bíblico, trabalho no lar e fora dele, emprego e relação com os filhos, homeschooling, a permissão do marido, necessidades financeiras, dentre outros. Ouça, edifique-se e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.





UMA OPINIÃO SOBRE AS SUPERSTIÇÕES NO FIM DE ANO


Deliberadamente, o cristão comprometido com as Escrituras se vê diante de muitos dilemas culturais os quais necessita ler à luz de sua fé. As superstições no fim de ano são um bom exemplo disso, pois, aparentemente, são muitos que estabelecem um apego e crença exagerados (até infundados) em coisas – roupas, alimentos, pessoas, atitudes, simpatias – puramente casuais.

Muito ligado à religiosidade ou à “sabedoria popular”, o conceito de superstição aborda as atitudes recorrentes que induzem ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes, seja pelo temor ou pela ignorância, o que também pode ser chamado de crendice. Por isso, trago aqui uma singela opinião sobre o assunto, a fim de ajudar cristãos que necessitem de mais esclarecimentos e ainda não souberam como lidar com as superstições “obrigatórias” para o êxito na vida. Observe algumas delas:

(1) AS CORES OBRIGATÓRIAS

É sabido que o branco é a cor mais popular no Réveillon, mas as superstições quanto às cores são inúmeras. Muitos julgam que o branco trará paz, o vermelho/rosa guiará a um novo amor ou paixão, o verde/amarelo/laranja atrairá dinheiro e o violeta proporcionará estabilidade, etc.. Todavia, o tom que confere sucesso na vida envolve a matiz do trabalho, caráter e sabedoria, crendo que Deus opera em cada uma das nuances.

(2) AS COMIDAS OBRIGATÓRIAS

Assim como o peru está para o Natal, vários alimentos aparecem na lista de superstições para o novo ano. Na crendice popular, entre animais e frutos, o porco ajudará na prosperidade, o peixe fisgará fertilidade, o carneiro trará vitalidade, as sementes de romã, uvas (comer doze à meia-noite) e maçãs plantarão abundância que, ao lado das lentilhas (também devem ser consumidas à meia-noite), atrairão riquezas. É assim que a ilusão se torna um doce alimento para a alma faminta e ávida por propósito.

(3) OS GESTOS OBRIGATÓRIOS

Há uma série de gestos supersticiosos que remontam ao novo ano que se inicia. Muitos acreditam que bolsos vazios, guardar uma rolha da garrafa de champanhe ou três sementes de romã na carteira (esse último no dia 06/01, principalmente, jogando em água corrente no final do ano), trarão o tão sonhado e desejado dinheiro. Li que dar três "pulinhos" com a referida garrafa na mão sem derramar nenhuma gota e, depois, jogar o resto para trás, sem olhar, de uma vez só, é bom para deixar para trás tudo de ruim. Usar roupas novas, jogar moedas da rua para dentro de casa, beber três goles de vinho, acender velas na praia, abraçar alguém do sexo oposto à meia-noite, jogar rosas na água, fazer barulho à meia-noite, enfim, ter pensamento positivo... Inutilmente, esses gestos prometem afugentar o mau do mundo.

Biblicamente, o cristão é impelido a evitar superstições, simpatias e crendices quando reflete sobre o posicionamento divino em relação aos adivinhadores, prognosticadores e agoureiros (Dt 18.9-14; Ez 13.23; Mq 5.12), que praticavam abominação ao observar sinais para predizer o futuro e aconselharem os israelitas. Estas “mágicas” devem ser abandonadas por amor a Cristo (At 19.19). Além disso, confiar em superstições é envolver-se com um engano cultural em detrimento a fé real pela qual nos movemos e vivemos (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11). 

O mundo é mais carente a cada dia. Promessas para conquistar um novo amor, prosperidade, fortuna e felicidade a partir de superstições são um convite ao engano. O cristão comprometido com a Palavra de Deus sabe que é o Senhor Jesus quem suprirá cada uma de suas necessidades (Fp 4.9-20). Deus pode fazer-nos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, super abundemos em toda boa obra (2 Co 9.8). Entregue e confie sua vida a Ele, a Jesus, não às superstições. Deus é quem te guarda (1 Tm 1.12). E assim, com o advento do novo ano, coma e beba para a glória de Deus (1 Co 10.31; Cl 3.17), não por causa das superstições.

Feliz ano novo!
Rev. Ângelo Vieira da Silva

SUICÍDIO À LUZ DA BÍBLIA


Quando os cristãos almejam entender o tema do suicídio à luz das Escrituras algumas imagens surgem em suas mentes. Nesta breve exposição para adolescentes pretendi apresentar alguns conceitos errôneos sobre o suicídio, contratando-os com o que as Sagradas Escrituras afirmam. Ao final, apresentei algumas atitudes bíblicas que precisamos manifestar neste mundo imerso em depressão. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.

ESPIRITISMO: UMA REFLEXÃO PASTORAL


É inevitável! Mais cedo ou mais tarde, pastores protestantes se depararão com questionamentos acerca das doutrinas espíritas, sejam aquelas de origem europeia (como o kardecismo), sejam aquelas provindas da África (como a Umbanda), sejam elas correntes esotéricas (como a Teosofia), sejam elas correntes científicas (como o estudo da paranormalidade).

Lembro-me como se fosse ontem… Em 01/04/2011 estreava em todo Brasil mais uma produção espírita: “As mães de Chico Xavier”. Sob o danoso problema da saudade dos parentes falecidos, o longa apresentava três mães em busca do conforto no principal médium brasileiro, Francisco Cândido Xavier. Um pouco antes (2010), o filme “Nosso lar” apresentava uma dimensão de paz além do purgatório e, antes destes, películas famosas revelavam como os vivos e mortos poderiam se ajudar mutuamente, tais como “O sexto sentido” e “Ecos do além” (ambos de 1999). Reflitamos a partir deste pequeno recorte histórico…

O crescente e amplo espectro de produções espiritistas devem levar o cristão a uma reflexão bíblica profunda. Apesar de muitas declarações espíritas se adornarem com certo encanto, à luz da Escritura não vemos na caridade a base da salvação, não aprendemos a pluralidade de divindades ou entidades que nos evoluem, não conectamos valores morais ao universo, não explicamos o mundo espiritual como forças psíquicas. Resumidamente, portanto, o espiritismo não é um caminho libertador; “porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.5-6).

Tal síntese soteriológica de Paulo deveria ser suficiente para a mais fundamental das atitudes cristãs: a defesa da fé. Entretanto, esse tema é bem mais complexo no cuidado pastoral diário. Já me deparei com cristãos protestantes atraídos pelo espiritismo em razão do amor familiar, por exemplo. Ora, não são poucas as pessoas que participam de sessões espíritas desejando conversar com seus entes falecidos mais queridos. Afinal, para esses, um recado do além pode ser bem consolador em muitos casos dramáticos.

Utilizando-se de conceitos bíblico-cristãos, como uma postura ecumênica, mensageiros espíritas também ensinam um caminho ou destino imitantes, como se espiritismo e cristianismo fossem fundamentos da mesma verdade ou simplesmente se completassem mutuamente. Tal método gera confusão em alguns cristãos. A mensagem espírita, todavia, não compreende corretamente o pecado original, suas consequências judiciais e o inferno; prefere apontar um caminho abarrotado de oportunidades de melhoramento e evolução diante de si e por si mesmo.  Note que o princípio espírita não se harmoniza com as Escrituras Sagradas.

Nesta breve reflexão pastoral quis apontar um problema inevitável, uma realidade observável e uma conclusão indubitável. O embaraço de muitos cristãos diante das doutrinas espíritas deve acentuar a missão pastoral: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2). A mídia continua e acentua a difusão do espiritismo no Brasil e no mundo: em séries (“Vida após a morte”, “Outros”), em novelas (“A Viagem”, “Além do tempo”), em livros (Chico Xavier e Jorge Amado), etc..

Ora, a Igreja de Jesus ainda precisa lutar pela Verdade. Preparados para responder a qualquer um (1 Pe 3.15), os santos devem batalhar por tudo que receberam do seu Salvador (Jd 3). Aproveito para relembrar que a Palavra de Deus condena a consulta aos mortos (Is 8.19-20; Dt 18.9-12) e ressalta ser impossível ao homem a comunicação com os mesmos (II Sm 12.22-23). A mediunidade é abominação (II Re 23.24) e as adivinhações são obras das trevas (At 16.16). A Bíblia é clara ao demonstrar que depois da morte só há juízo (Hb 9.27). 

Pense nisto e que Deus nos abençoe.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

8 DESAFIOS DO IMIGRANTE CRISTÃO



Recentemente, elaborei uma breve lista com oito desafios que os imigrantes cristãos certamente enfrentarão em sua vida. Tratam-se de percepções desta realidade com um encorajamento bíblico, todas resumidas para as redes sociais de nossa igreja (link do post). Leia e medite:

(1) Um novo idioma.

O imigrante cristão poderá aprender uma nova língua. Ao não se comunicar bem, interações simples (como usar um GPS, estar na escola, entender um trabalho ou comprar um lanche) nos afetarão. O sentimento de incapacidade e a dúvida sobre sua adaptação serão constantes. Então, lembre-se da Escritura (Pv 2.1-6).

(2) Um novo status.

Os imigrantes cristãos poderão vivenciar todos os status imigratórios da nação. Seja um indocumentado, um turista, um estudante, um parolado, um Green Card ou a cidadania, todos experimentam uma nova realidade repleta de aprendizados e temores pela carência de pertencimento. Logo, relembre-se da Bíblia (Js 1.7-9).

(3) Uma nova cultura.

Excluindo os preconceitos, é fato que americanos e brasileiros possuem culturas distintas em muitos aspectos. Somada a barreira do idioma, muitas vezes seremos incompreendidos e mesmo ofendidos. Mas, não estar na “zona de conforto” é uma oportunidade de crescer. Assim, lembre-se da Palavra (Tg 1.2-6).

(4) Um novo trabalho.

A maioria dos imigrantes recomeçam suas vidas em empregos diferentes do país de origem. Conseguindo (ou não) trabalhar em sua área de formação, os imigrantes cristãos poderão se sentir mais cansados, fatigados, humilhados e até usados. Consequentemente, recorde o ensino das Sagradas Escrituras (Pv 13.11).

(5) Uma nova condição financeira.

Geralmente, o imigrante cristão experimentará a realidade de uma economia mais pujante, com uma moeda mais forte. Muitos trabalham pensando em desfrutar num futuro incerto. Mas, é preciso lembrar que a felicidade real não está no poder de compra, nos bens materiais. Então, lembre-se da Palavra (1 Tm 6.7-10).

(6) Uma nova realidade.

Quando mudamos para um lugar melhor imaginamos a perfeição... Entretanto, a apologia e o uso de drogas, a desconstrução da família tradicional e outros terríveis exemplos de perigos também estão presentes em outras nações. Nossa segurança perfeita está no Senhor. Assim, lembre-se do ensino paulino (2 Tm 3.1-12).

(7) Uma nova lei.

Mesmo o imigrante cristão poderá carregar aquele “jeitinho brasileiro”. Das gambiarras aos “pequenos” gestos de corrupção percebemos o quanto nossa cultura é deficitária quanto ao cumprimento das regras. Em nações mais desenvolvidas a lei é mais cumprida, funciona. Portanto, acreditemos na Palavra (Rm 13.1-8).

(8) Uma nova missão.

A maior parte dos imigrantes que conhecemos sofreram algo como maus tratos, exploração, negligência, humilhações, Cortes, medo de deportação, depressão, problemas financeiros, abandono... Como Jesus nos ensinou, isto nos revela um aspecto da missão a ser vivido: a misericórdia com o próximo. Logo, relembre-se de Paulo (At 20.32-35).

Concorda com essas razões? Então, curta, compartilhe, comente e participe de nossa igreja, a Christ The King United Presbyterian Church.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

8 RAZÕES PARA SER MEMBRO DE UMA IGREJA


Recentemente, elaborei uma breve lista com oito razões para ser membro de uma igreja séria. Tratam-se de declarações bíblico-teológicas resumidas para as redes sociais de nossa igreja (link do post). Leia e medite:

(1) A Igreja de Cristo enquanto igreja local.

A Igreja invisível se manifesta visivelmente na reunião dos convertidos. Ao ser membro de uma igreja séria, uma denominação local fiel às Escrituras, se expressa a crença na providência de Deus (um lugar para congregar) e no seu Reino em crescimento (um lugar para servir e aguardar sua plena manifestação).

(2) O convertido é um pecador necessitado.

Biblicamente, o cristão não depende apenas de si na nova vida. Ao ser membro de uma igreja séria, ele demonstra que compreendeu sua necessidade de apoio e de disciplina. Na igreja local encontrará o alimento para a fome, o aconselhamento para a dúvida e a disciplina bíblica para a cura dos pecados.

(3) O exemplo dos apóstolos no Novo Testamento.

Ser membro de uma igreja séria significa ter compreendido que os apóstolos plantavam novas igrejas à medida em que o Reino de Deus avançava. Eles batizavam os convertidos, ordenavam uma liderança local (presbíteros e diáconos) e ensinavam como viver o evangelho privada e coletivamente.

(4) A identidade de fé que todo cristão possui.

O livre exame das Escrituras fundamentará nossas crenças pessoais. Ao ser membro de uma igreja séria seguimos a consequência natural do conhecimento adquirido, nos reunindo em uma denominação local compatível com nossa compreensão das Escrituras.

(5) Os múltiplos propósitos de um santo ajuntamento.

Enquanto membros de uma igreja local, no santo ajuntamento dos cristãos encontraremos a cooperação de uma missão, a segurança de um edifício, o serviço de uma lavoura, a intimidade e identidade de uma família. Assim, serviremos, confortaremos, oraremos, encorajaremos e exortaremos uns aos outros no Senhor.

(6) A prática bíblica dos dons espirituais.

Ser membro de uma igreja séria remete ao exercício dos dons conferidos pelo Espírito Santo. Ora, o princípio dos dons espirituais é a glória de Deus e a edificação da igreja, à medida em que os exercitamos uns para com os outros.

(7) O agrado divino em uma administração humana.

A aversão às denominações muitas vezes se dá em virtude de um sistema de governo que amplia as chances de corrupção e diminuem a prestação de contas. Ao ser membro de uma igreja séria, porém, se buscará um sistema de governo que glorifique a Deus, que mantenha a igreja mais pura e menos “politiqueira”.

(8) As denominações fiéis a Cristo ainda existem.

Apesar de todo cristão ser pecador, de todas os sistemas de governo serem falhos e de todas as teologias serem imperfeitas em si, sempre haverá sobre a terra uma igreja para adorar a Deus, pregar o verdadeiro Evangelho e exortar os pecadores ao arrependimento. Eis a fé do membro de uma igreja séria.

Concorda com essas razões? Então, curta, compartilhe, comente e participe de nossa igreja, a Christ The King United Presbyterian Church.
Rev. Ângelo Vieira da Silva

8 INDICAÇÕES DO VALOR DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


Recentemente, elaborei uma breve lista com oito indicações do valor da Escola Bíblica Dominical. Tratam-se de declarações bíblico-teológicas resumidas para as redes sociais de nossa igreja (link do post). Leia e medite:

(1) Seu Professor

A Escola Bíblica Dominical é valorosa por ter o Espírito Santo como mestre por excelência, iluminando o ensino de cada professor em suas respectivas salas.

(2) Seu Livro texto

A Escola Bíblica Dominical é valorosa por ensinar o conteúdo dos 66 livros que compõem o Antigo e Novo Testamentos da Bíblia cristã.

(3) Sua didática

A Escola Bíblica Dominical é valorosa por também usar métodos que o Senhor Jesus empregou: perguntas, comparações, histórias, exemplos, debates, dentre outros.

(4) Seus objetivos

A Escola Bíblica Dominical é valorosa por querer moldar o caráter e fortalecer a comunhão, colaborando com o desenvolvimento dos dons e com o crescimento da igreja.

(5) Sua história

A Escola Bíblica Dominical é valorosa desde seus fundamentos nas Escrituras, passando por Robert Raikes até o dias de hoje. A EBD não é uma estratégia ultrapassada.

(6) Seu alcance

A Escola Bíblica Dominical é valorosa por manter o foco em toda a igreja, em todas as faixas etárias e/ou classes sociais. Nela, Cristo é tudo em todos.

(7) Seu custo

A Escola Bíblica Dominical é valorosa porque custa disposição, esforço, investimento, tempo, compromisso, dedicação e organização.

(8) Seu certificado

A Escola Bíblica Dominical é valorosa porque seu certificado marcará a conclusão do curso neste mundo, garantindo-nos a posse plena da herança atestada pelo Senhor Jesus.

Concorda com essas indicações? Então, curta, compartilhe, comente e participe de nossa igreja, a Christ The King United Presbyterian Church.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

TATUAGENS, PIERCINGS E OUTRAS MODIFICAÇÕES CORPORAIS SEGUNDO A BÍBLIA


Acredito que a Igreja precise responder os argumentos singulares levantados nas últimas gerações. Dentre as muitas indagações, pensemos naquela “cultura” pró-tatuagens, piercings e outras modificações corporais. Nessa ministração, apresentei definições e observações históricas quanto às tatuagens, piercings e outras modificações corporais. A seguir, abordarei os textos bíblicos que não considero compatíveis com o tema. Finalmente, demonstrei os princípios bíblicos para que o cristão possa avaliar a questão com coerência e responsabilidade. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.

8 ORIENTAÇÕES PARA O IMIGRANTE CRISTÃO



Recentemente, elaborei uma breve lista com oito orientações para o imigrante cristão. Tratam-se de declarações bíblico-teológicas resumidas para as redes sociais de nossa igreja (link do post).. Leia e medite:

(1) Decida amar em meio a opressão.

Independentemente de sua história pessoal, que pode envolver muitas humilhações, acolha o imigrante com amor. Oprimir porque foi oprimido não é uma atitude cristã.

(2) Seja misericordioso, suprindo necessidades.

Para aquele que imigra só ou com a família, recomeçar a vida em terra estrangeira pode ser doloroso. Fortaleçamos as mãos dos necessitados.

(3) Creia que Deus pode agir em nação estrangeira.

Mesmo que o imigrante fora de status não tenha tantos direitos entre os homens, cremos em um Deus que salva, sustenta e conforta em qualquer lugar.

(4) Compreenda que lutas difíceis lhe sobrevirão.

A barreira da língua, a pressão do aluguel, a ausência de trabalho, os olhos acusatórios e muitas outras dificuldades poderão ser constantes na vida do imigrante.

(5) Demonstre a verdadeira vida cristã na prática. 

O imigrante cristão terá a rica oportunidade de exercer o acolhimento, o amor fraternal, o contentamento, a piedade, a humildade, a solidariedade, a hospitalidade e muito mais.

(6) Lembre-se que Cristo é um em todos.

Apesar do imigrante poder ser considerado um mero número, e a despeito das fortes divisões que uma fronteira produz, em Jesus somos membros de um só corpo.

(7) Aspire habitar na verdadeira Pátria. 

Ainda que amemos nossos países de origem e residência, a verdade é que aguardamos uma pátria superior, nos céus, celestial. É lá que todo lágrima será enxugada.

(8) Alimente-se de toda a Palavra de Deus.

Inclusive, compreendendo os textos bíblicos que são aplicáveis aos estrangeiros: Ex 23.9; Lv 19.33-34; Dt 10.18-19; I Re 8.41-44; Jó 31.32; Ez 16.49; Zc 7.10; Mt 25.35-36; Lc 10.29-37; Lc 17.17-19; 1 Co 12.12-14; Gl 5.14; Fp 3.20; Hb 13.1-5; Ap 21.4; dentre outros.

Concorda com essas orientações? Então, curta, compartilhe, comente e participe de nossa igreja, a Christ The King United Presbyterian Church.

Rev. Ângelo Vieira da Silva


MÚSICA BOA EM UM MUNDO MAL


Posso ouvir música secular?

De Gênesis a Apocalipse, entre anjos e homens, dentro e fora do contexto do culto público, a Bíblia está repleta de música. Enfatizo nesta oportunidade que, em suma, a vida do cristão deve ser para a glória de Deus em todos os sentidos, incluindo na música. Palestra ministrada para os adolescentes da CTK United. Disponível em português e inglês. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.

ATITUDES ÚTEIS DIANTE DAS TENTAÇÕES


“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1).

Ao final do discurso do fruto do Espírito e obras da carne (Gl 5), Paulo ensina aos crentes como tratar aqueles que pecaram e que necessitam de correção. Ora, todos estão sujeitos a pecar, a pisar fora do caminho, um contraste com o “andar no Espírito” (Gl 5.16). Todos tropeçamos em muitas coisas (Tg 3.2). Todos devem ser corrigidos com brandura, restaurados à condição anterior, com bondade e humildade, principalmente aqueles que foram surpreendidos na falta, que foram enganados e pecaram. Como disse o reformador João Calvino, “toda reprovação piedosa visa a restauração do caído e sua recondução à integridade”. Por outro lado, o pecado deliberado, contumaz, aquele obstinado desprezo por Deus deve ser tratado com a firmeza e severidade que as Escrituras ensinam (Mt 18.15-17).

Dito isto, é fundamental compreendermos que todos devem se autoexaminarem constantemente  (“guarda-te”), um difícil e necessário autoexame. O erro alheio só será tratado por “espirituais” se esses forem verdadeiros críticos de si mesmos. A aplicação desse ensino paulino deve ser aliada aos muitos ensinamentos bíblicos que ensinam as atitudes úteis diante das tentações, as quais combino e sintetizo abaixo:

4.1. Combine Vigilância e Oração.

No Getsêmani, às portas de viver terríveis momentos no lugar dos pecadores, Jesus conclamou seus discípulos Pedro, Tiago e João a vigiarem com Ele, mediante oração (Mt 26.40-41; Lc 22.40, 46). Combinemos vigilância e oração. Eis o propósito para discípulos de Cristo até hoje: “para que não entreis em tentação”. Este é um ensino para todos, uma atitude combinada que ajudará a todos. Não há discípulos tão fortes que não precisem de vigiar e orar para que não entrem em tentação.

4.2. Combine Conhecimento e Sensibilidade.

A lembrança do autor de Hebreus remete ao "ouvir a voz de Deus" e ao "não endurecer o coração", como em alguns exemplos do passado (Hb 3.7-9) tratados como provocação, rebelião. É preciso conhecer o exemplo do passado (Sl 95.7-11), toda a Escritura, para que não incorramos nos mesmos erros. Tais textos são uma advertência contra a repetição da rebelião. Eis o conhecimento que se espera, a relação do “hoje” com o “como foi no dia”. Portanto, “ouvirdes a sua voz” remete ao “ouvir um professor”, considerar que ele lhe apresenta os exemplos do passado esperando seu aprendizado. O rebanho do Supremo Pastor possui conhecimento e é sensível espiritualmente (Jo 10.3, 16, 27).

4.3. Combine Temor e Tremor.

Assim como o texto bíblico anterior (Hb 3.7-9), outros passagens revelam que o homem tentou a Deus (Sl 78.40-41; At 5.9). Tal atitude revela a ausência de temor e tremor (Fp 2.12). Tentar a Deus é o mesmo que testar sua paciência (“quantas vezes”). Eis a sinfonia da tragédia, à contramão do mandamento divino (Dt 6.16; Mt 4.7)! Mas, o que é “temor e tremor”? A expressão paulina (1 Co 2.3; 2 Co 7.15; Ef 6.5) fala de humildade espiritual, obediência afetuosa e respeito sincero.

4.4. Combine Fé e Confiança.

A vitória e presença de Cristo nos ajuda a suportar e vencer quaisquer lutas (Hb 2.16-18; Hb 4.15-16). Seu sacerdócio não é humano, falho (Hb 5.2; Hb 7.28). É preciso ter fé e confiança nesta declaração. Certos de seu socorro, venceremos as tentações e provações (Ap 3.10). Aproximemos do Senhor com a liberdade que Ele mesmo nos proporcionou, "sem segredos", com a fé atrelada a este encorajador convite (Hb 10.22-23; Hb 11.6). 

Concluindo, pensemos numa citação. Apesar de ser um “cristão unitarista”, o advogado John Quincy Adams, o sexto presidente dos Estados Unidos, certa vez comentou sobre a importância das tentações para a igreja. Acertadamente disse: “Toda tentação é uma oportunidade de nos aproximarmos de Deus”. É o momento de assumirmos uma posição forte diante das tentações, muito diferente daquela frágil desculpa: "a carne é fraca". Sendo assim, pela graça divina, obteremos êxito em nossa oração mais essencial: “e não nos deixes cair em tentação” (Mt 6.13).

Rev. Ângelo Vieira da Silva

O LIMITE DAS TENTAÇÕES


“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co 10.13).

O puritano John Owen (1616-1683) acertadamente declarou: “é verdade que Deus a ninguém tenta, pois a tentação leva formalmente ao pecado; mas ele tem controle sobre as tentações”. Apesar desse pensamento ser bíblico, mesmo cientes do exemplo do Mestre no deserto e da tríade original das tentações, pode aparentar-nos que as tentações são mais fortes do que os cristãos podem suportar. Afinal, usam o texto: “a carne é fraca” (Mt 26.41).

Entretanto, há uma limitação decisiva nas tentações. Antes de compreendê-la, é preciso situar o texto supracitado. Paulo não quer que os cristãos “abastados” de Corinto esqueçam o exemplo de seus pais. Ora, se o povo de Israel na era mosaica viu feitos poderosos de Deus, conhecia sua vontade acerca do pecado e, mesmo assim, pecou, os cristãos da nova dispensação não poderiam incorrer no mesmo erro frente ao paganismo de seu contexto. O comparativo paulino demonstraria que a “salvação em Jesus não torna ninguém invulnerável à queda” (Keener). O Deus que puniu os pais (israelitas), que pereceram no deserto, puniria também os "filhos" (coríntios, 1 Co 10.5-6, 9-11). Ao que parece, a Igreja de Corinto está sofrendo com o problema da idolatria e suas concomitantes. É igualmente verdadeiro que havia entre aqueles cristãos um excesso de confiança que os levou ao descuido no trato com tais pecados (1 Co 5.11). Deveriam, pois, abusar da liberdade que receberam em Cristo? Jamais! “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”, registrou Paulo (1 Co 10.14).

Ao invés de se crer em uma natureza sobre-humana, as tentações são limitadas ao nível humano, pois se diz “que não fosse humana” (anthrôpinos, gr.), o que é pertencente à realidade humana. Portanto, não houve nada de excepcional, mas meramente humano. O que sobrevêm ao homem tentado é sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz (Tg 1.13-15). Por isso, Paulo exortou os cristãos de Corinto a tomarem cuidado (1 Co 10.12; ver também Pv 16.18), pois os israelitas tinham sido presunçosos e colheram juízo.

As tentações também são limitadas por Deus, que não permite que seus servos sejam “tentados além de suas forças” (Dn 3.17; 2 Pe 2.9). “Nenhuma tentação é inerentemente mais forte do que os nossos recursos espirituais” (McArthur), pois é o Senhor que nos guarda (2 Ts 3.3). É interessante observarmos a expressão/preposição “juntamente com” (sum, gr.). Ela garante que, no mesmo instante que somos tentados, temos a capacidade para suportar a tentação (Ef 6.13). Se somos tentados temos, da parte de Deus, a capacidade para suportar tais provas, “aguentar a carga, como algo colocado sobre os ombros”. Assim, Jesus é a saída de qualquer prova (Hb 2.18), pois “suportou mais do que jamais poderíamos ser chamados a suportar” (McArthur).

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Rev. Ângelo Vieira da Silva

A TRÍADE ORIGINAL DAS TENTAÇÕES


A leitura do segundo capítulo da carta aos Efésios vai além dos ensinamentos quanto a graça, o pecado e a salvação; também revela uma tríade que atua sobre os homens, principalmente sobre os não-convertidos. Paulo fala do “curso deste mundo”, do “principe da potestade do ar” e das “inclinações da carne” (Ef 2.2-3).

Diferentemente dos filhos da desobediência, como filhos da obediência, nos almodamos à santidade (1 Pe 1.14; Tt 2.12; Tt 3.3; 1 Pe 2.1; 1 Pe 4.2-3; 1 Ts 4.3). É inevitável, porém, que sejamos tentados por esta tríade da qual se originam muitos caminhos tortuosos. Conhecê-la é fundamental para a vitória.

1. O Mundo

Paulo registrou que os filhos da desobediência andam no “curso deste mundo”.  João descreveu como o desejo mundano é uma armadilha aos filhos de Deus (1 Jo 2.15-17), que não devem seguir esse curso, pois o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). O mundo enquanto sistema anti-Deus não ama a Igreja (Jo 15.19) e a Igreja não deve amar o mundo (Tg 4.4). Não sejamos como Demas (2 Tm 4.10a).

2. A Carne

Lembre-se do registro paulino: "andamos, outrora, segundo as inclinações da nossa carne". O texto de João, lido anteriormente, menciona a “concupiscência da carne”. De fato, creio que há no cristão redimido uma luta pela santidade. A carne milita contra o Espírito que nele habita, e vice-versa (Gl 5.16-17, 24; Cl 3.5-10). Ora, a carne, a natureza pecaminosa, produz toda sorte de pecado (1 Tm 6.10; Mt 6.24; 2 Pe 2.10, 18; Jd 1.16-18). Portanto, não devemos nos dispor em nada para ela (Rm 13.14). A coerência com o caráter de Cristo é obrigatória (Gl 6.8; Rm 8.5; Rm 6.12).

3. O Diabo.

Falemos, agora, do príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência. “Sede sóbrios e vigilantes” (1 Pe 5.8), esta é a ordem em relação ao principal antagonista espiritual da Igreja: o Diabo. Como adversário, anda ao nosso derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. Foi assim com os discípulos, mas o Senhor orou por eles (Lc 22.31). Somos suas “presas”. Ele se opõe à Igreja (Zc 3.1), é seu acusador, o semeador do joio (Mt 13.39). Daí a Escritura fortalecer o entendimento que o pecado também é obra do maligno (Jo 8.44; 1 Jo 3.8). O cristão redimido resiste seu inimigo (Ef 6.11; Tg 4.7), procura não lhe dar lugar (Ef 4.27).

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Rev. Angelo Vieira da Silva