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A ADORAÇÃO BÍBLICA E OS SENTIDOS HUMANOS


O estudo de temas que abarcam a adoração deve conduzir a um estilo de vida que abarca o homem em todo seu ser: corpo, alma e vontade (Dt 6.5). A adoração bíblica englobará tanto os elementos da alma, como os do corpo. Por isso, pode-se dizer que a adoração é uma experiência tanto do interior como do exterior do homem; o que se declara com o coração se materializa com atitudes. De fato, são encontrados muitos textos bíblicos que falam da adoração ligada à busca de santidade e do amor a Deus (interior), bem como do serviço religioso e a vida de comunhão com os irmãos (exterior). Essa ligação, em muitos textos da Escritura, será feita com os sentidos humanos.

Porventura, não são os sentidos do homem a visão, a audição, o paladar, o olfato e o tato? Sim, são esses. O homem faz contato com o mundo material através de seus sentidos. Ele vê tudo aquilo que reflete luz; ele ouve tudo o que possui vibrações, aquilo que seus tímpanos podem capitar; ele discerne tudo que é doce ou salgado pelo paladar; ele reconhece um bom ou mal perfume pelo olfato; enfim, ele toca as coisas e diferencia a matéria. Não sendo diferente tal manifestação com a adoração bíblica, pode-se perguntar: qual a ligação dos sentidos humanos com a adoração nas Escrituras Sagradas?

1) VENDO A DEUS (Jo 1.18; Is 6.1; 1 Jo 3.6)

Segundo o apóstolo João ninguém, jamais, viu a Deus. Como bem declarou o afamado escritor Dr. Russel Shedd*, “ninguém jamais viu o que os olhos físicos não podem ver”. Todavia, a presença e glória divinas comunicam-se com aqueles que estão dispostos a se submeterem ao Deus Todo Poderoso (Is 55.6), e somente a eles. Se alguém não buscar ou perceber essa presença divina... bem, leia Dt 31.18 e Sl 102.2.

Na Bíblia, homens santos viram a Glória de Deus,** a exemplo do profeta Isaías. Os textos joaninos denotam que quando se vê a Cristo se vê a glória do Senhor. Na verdade, parafraseando tais textos, pode-se dizer que Cristo é aquele que santifica os lábios que de outra forma estariam impuros para cantar louvores ao Senhor; que Deus habita no meio de seu povo, pois a Igreja é o Santuário do Espírito Santo, como o próprio apóstolo Paulo afirma em 1 Co 3.16-17. Assim, "a vinda de Cristo deu início a uma nova era, mas não a uma nova adoração e sim a uma adoração mais completa" (Weller). Nesse sentido, adorar é comparável ao processo de ver. A visão espiritual formará a imagem de Cristo em cada um dos cristãos. Como adoradores, se tornarão mais semelhantes a Jesus (2 Co 3.18; Cl 3.10).

2) OUVINDO A DEUS (Jo 8.47; Mc 9.5-7)

A comunicação, através da língua e do ouvido, é a chave do relacionamento humano. Semelhantemente, Deus se relaciona e/ou se comunica com seus adoradores. Ora, adorar pressupõe que o Senhor se comunica e que os homens são capacitados a ouvir sua Voz que não emana de nenhum ser criado, mas somente do Criador, sendo perceptível apenas pelo Espírito Santo de Deus. Quando se cultua a Deus deve-se esperar ouvir a Voz que se faz audível ao ouvido do homem interior através da Palavra inspirada.

Em toda a Bíblia, desde o Éden, Deus se comunica com os homens. Esses o ouvem e se comunicam com Deus. Abraão, por exemplo, sabia que era Deus quem pedira seu filho e não uma voz oriunda do inferno (Gn 22.2). O próprio Jesus é chamado "logos", que significa "palavra" (Jo 1.1, 14; 1 Jo 1.1; Ap 19.13). Em suma, quem é de Deus ouve as palavras de Deus (Jo 8.47). Esse, por ser real, não se guarda em silêncio. Deus se comunica (Sl 19.1). Quem tem ouvidos, OUÇA, o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.7, 11, 17, 29; Ap 3.6, 13, 22).

3) PROVANDO A DEUS (Sl 34.8; 1 Pe 2.2-3, Jo 6.27, 35, 37; Jo 4.34)

Alguns textos da Bíblia apontam para uma adoração através da experiência de provar ao Senhor, no sentido  literal de "saborear". Talvez alguém pergunte: "a Bíblia falaria sobre isto?" O que dizer, por exemplo, do genuíno leite espiritual de Pedro? Em 1 Pe 2.3 a palavra para "experiência" é "saboreastes". Isso significa que Deus precisa ser experimentado com mais profundidade em nossa adoração. É o que a expressão "bondoso" conotará. Há outros exemplos, como o da mulher samaritana, a qual Jesus incentivou a beber da água da vida (Jo 4.10).

Alimentar-se de Cristo significa recebê-lo pela fé e dele desfrutar, pois é o Pão da vida (Jo 6.27, 35, 37). Sem dúvida, o ato de comer pão tem importância secundária. O que realmente importava era a comida substancial que consistia em fazer a VONTADE DO PAI (Jo 4.34). Como não lembrar da tentação no deserto (Mt 4.3)? Portanto, deleite-se em comer desse maravilhoso maná espiritual oferecido por Cristo. Tenha apetite espiritual. Como bem destacou Shedd, “o cristão recebe e digere o pão que vem do céu por meio da comunhão pessoal, leitura das Escrituras, louvor, gratidão, oração e obediência...".

4) EXALANDO O BOM PERFUME PARA DEUS (2 Co 2.15)

"Venho Senhor minha vida oferecer, como oferta de amor e sacrifício...". Costuma-se cantar muito esse louvor nas igrejas. Note: ela fala de um outro sentido ligado a adoração. Sim, Deus se agrada do bom perfume de sacrifícios a ele oferecidos; é necessário que a Igreja exale tal perfume, pois essa figura ensina que é Deus quem recebe a adoração, o que me lembra a canção do poeta e pastor Daniel de Souza: "somos um jardim diante do Senhor... Somos o bom perfume de Cristo, exalando o cheiro de vida".

Contudo, há um outro lado da moeda: quando a adoração não é um bom perfume, é um “mau-cheiro” (Is 1.13-15; Ml 2.17). O profeta Isaías viu a banalização do sagrado; os afazeres cultuais no Templo eram relaxados e sem profunda contrição na presença da glória de Deus. “Sacrifícios cheiram mal a Deus, inevitavelmente, quando sofrem os efeitos nefastos de corações que abrigam iniquidade sem arrependimento” (Shedd).

Entenda. Cristo foi O sacrifício, feito de uma vez por todas, por sua Igreja. Assim, tudo que o povo de Deus fizer pautado nesse sacrifício supremo será um bom perfume ao Senhor, porque é por meio de Jesus (Hb 13.15-16). A Igreja precisa ser o bom perfume de Cristo que exala aroma de vida para a vida (Ap 4; Ap 5).

5) TOCANDO A DEUS (Mt 9.21, Mt 14.36; Mc 3.10; Lc 22.51; I Jo 5.18)

Tocar é ter contato com, é sensibilizar, comover. Na adoração bíblica é possível tocar em Deus. A leitura dos textos supracitados não se aplica a um desejo de tocar literalmente o Senhor, como alguns imaginam ser possível na adoração contemporânea, mas sim, desejar tocar a Deus no sentido de se sensibilizar com a sua presença, entendendo que somente Ele pode ajudar completamente. Tais textos ensinam três princípios fundamentais: (1) que se deve tocar o Senhor; (2) que o Senhor toca aqueles que o buscam; e (3) que o maligno não tocará naqueles que são tocados pelo Senhor.

Uma vez que se busca ter contato com Deus pode-se ter a certeza de que Ele parará, voltará e olhará para as necessidades humanas. Se a Igreja o buscar, Ele se deixará achar, pois quer curar as feridas que machucam. Os homens podem ser tocados por Cristo, ainda que não mereçam.

Esse é o princípio básico da adoração bíblica e os sentidos humanos na Escritura Sagrada.

Rev. Ângelo Vieira da Silva
Texto baseado no Livro “Adoração Bíblica”

PARA PENSAR:

“Adorar é avivar a consciência através da santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purificar a imaginação com a beleza de Deus, abrir o coração ao amor de Deus e render a vontade aos propósitos de Deus” (Willian Temple, ex-arcebispo anglicano). 

A BASE BÍBLICA DA ADORAÇÃO


Em textos anteriores já  refletira sobre adoração, principalmente quanto ao seu significado cristão. Porém, ainda que já tenha verificado alguns textos bíblicos sobre o tema, não fiz um exame aprofundado sobre as suas bases. Entenda: por "base" me refiro aquilo que serve de fundamento, apoio ou sustentáculo. Se a Bíblia é a Palavra de Deus para os cristãos, consequentemente evidencia-se como seu "Manual de Adoração", ou seja, ela ensina os cristãos sobre como devem adorar, dando-lhes os principais fundamentos, apoios e/ou sustentáculos para a adoração como um estilo de vida. Eis o objetivo nessa breve reflexão.

Adorar é um verbo. Por isso, a adoração bíblica pode ser percebida sobre a perspectiva de quatro verbos gregos fundamentais:

1) ADORAÇÃO É RENDER-SE.

A palavra grega é PROSKUNEO. Literalmente, significa "beijar e adorar", como atos simultâneos, estando intimamente ligado a idéia de "ajoelhar-se"; daí, "render-se". Essa palavra era usada para mostrar um reverente temor diante de um superior ou homenagem diante de um rei, isto é, o reconhecimento de seu poder e soberania (Mc 15.19). Era a prática do escravo diante de seu Senhor. Era uma atitude de humildade diante da graça abundante de Cristo (Lc 5.8). Era um sinal de fé (Jo 9.38), sendo associada com a oração e ressaltando sinceridade e urgência (At 7.60; At 9.40). Portanto, precisamos concluir que a palavra PROSKUNEO basicamente nos levará a declarar: “reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade; coloco-me a sua inteira disposição”. Caro leitor (a), você tem este sentimento em relação a adoração?

2) ADORAÇÃO É SERVIR.

A palavra grega é LATREIA. Essa palavra é usada geralmente para o serviço a Deus, o culto. A característica do Antigo Testamento em relação ao termo sugere que a adoração verdadeira a Deus não é um ritual meticulosamente cumprido, mas sim obediência à voz do Senhor, que brota da gratidão pelos atos divinos de salvação na história (Dt 10.12-13). Todas as 21 vezes que o vocábulo aparece no Novo Testamento é no sentido religioso. Em Hebreus, por exemplo, LATREIA aparece se referindo ao templo, ao tabernáculo (Hb 8.5; Hb 9.9; Hb 10.2; Hb 13.10). Portanto, precisamos concluir que a palavra LATREIA basicamente significa "serviço", "serviço de obediência". É justamente o que Paulo descreveu (Rm 12.1). “A verdadeira adoração cristã nos conclama a declarar a superioridade absoluta de Deus”. Caro leitor (a), você tem este sentimento em relação a adoração?

3) ADORAÇÃO É REVERENCIAR.

A palavra grega é SEBEIN, usada em ligação ao temor a Deus. Ter temor é, literalmente, ter medo e, por isso, reverência. Assim, reverência e temor andam juntas wna adoração. O terror do Senhor impele o pecador a afastar-se, com temor não somente de sua Majestade, mas também pelo modo que se irá adorar a Deus. Adorar requer uma reverente preocupação com o que agrada ao Senhor (Jo 9.31). Conectadas com a raiz de SEBEIN, andam, lado a lado, as palavras injustiça (Rm 1.18) e piedade (II Tm 3.12). Portanto, não podemos violar os padrões colocados por Deus em sua Palavra quanto a adoração. Precisamos temer e reverenciar ao Rei. Uma adoração que reverencia ao Senhor é aquela que não é isolada de uma vida piedosa em Cristo, na prática de o seguir. Teme, você, debalde (em vão, inutilmente) a Deus? (Jó 1.19)

4) ADORAÇÃO É SERVIÇO SACERDOTAL.

A palavra grega é LEITOURGEO. O Antigo Testamento usa freqüentemente esse termo para indicar o ministério sagrado dos sacerdotes. No sentido amplo, era o serviço para o povo, abrangendo todos os tipos de serviço à comunidade, obrigado ou voluntário, pagando-se com o próprio bolso. No Novo Testamento refere-se a formalidade litúrgica (At 13.2) como uma adoração comum, bem como o serviço sacerdotal (Rm 15.16) e assistência a outros (Fp 2.25, 30). Assim, o modelo litúrgico converge-se em Cristo (Hb 2.6), seja na invocação, confissão, louvor, edificação, dedicação ou benção.

Foi a partir da reforma que se solidificou uma das mais maravilhosas doutrinas da graça: o sacerdócio universal dos crentes. O que antigamente era realizado pelos levitas, agora pode ser manifestado pela Igreja, pelos lavados e remidos no sangue de Cristo. Logo, adorar é serviço sacerdotal. Liturgar é realizar um serviço para o povo de Deus por intermédio da oração, jejum e ensino. Os cristãos exercem sua liturgia sempre que servem a seus irmãos, motivados pelo amor ao Senhor Jesus. A lógica é simples: se nós servimos a Deus, servimos à Igreja de Deus. Se servimos aos irmãos em Cristo Jesus é porque antes já servimos a Deus de coração. Caro leitor (a), você tem este sentimento em relação a adoração?

PARA PENSAR:

“O culto é a parcela do serviço total do povo de Deus, no qual o Senhor vem ao seu encontro, requer sua adoração, mostra-lhe o seu pecado, perdoa-lhe quando se arrepende, confia-lhe sua mensagem e espera a sua resposta em fé, gratidão, amor e obediência” (Messias Valverde).

Rev. Ângelo Vieira da Silva

O PREPARO DA ADORAÇÃO

Nada deve ser realizado sem a devida preparação. Imagine um casamento sem preparo?! Ou o resultado de vestibular sem preparo?! Agora, imagine a sua adoração... Sim! Como enalteceu o próprio profeta Jeremias: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente”. Portanto, é evidente que até - ou mesmo, primeiramente - para a adoração devemos nos preparar.

Pode-se dizer que preparo é “o conjunto das providências capazes de determinar as melhores condições possíveis para a realização de um empreendimento”. O empreendimento da Igreja de Cristo, por excelência, é a adoração. Igualmente, preparo é sinônimo de aparelhar, que, por sua vez, significa “dotar de tudo que é necessário ao cumprimento de uma missão”. Assim, o preparo da adoração consistirá de providências necessárias (que todo cristão precisa assumir) para um culto contemporâneo mais bíblico. Eis algumas providências fundamentais:

1) ENTENDA A INICIATIVA DE DEUS.

Nunca se deve esquecer que, até mesmo as próprias providências "humanas" no tocante a adoração, começam com a iniciativa do próprio Deus. Como bem sugere Damy Ferreira, a idéia original de adoração é de que alguém que louva foi, irremediavelmente, tocado ou motivado por Deus inicialmente.

2) BUSQUE SEMPRE A DEUS.

Leia o Salmo 27.4-8. De fato, os salmos são a expressão máxima da adoração da Igreja no Antigo Testamento. Os salmistas anelavam pela presença de Deus e, independente das tribulações, no Salmo em questão uma coisa se pede ao Senhor e se buscará: que ele possa habitar na casa do Senhor para todo sempre. Aqui relembro as palavras do diretório de Westiminster: “o templo de Jerusalém, objeto de freqüente meditação nos salmos, constituía o lugar da especialíssima habitação de Deus no meio de seu povo; de sua proteção na cidade, da manifestação de sua glória. Em Jesus se realiza a presença mais intensa de Deus neste mundo” (Jo 1.14; 1 Co 3.16). Logo, o salmista não pensava simplesmente em estar no templo visível, mas na presença de Deus.

3) CONFESSE OS PECADOS A DEUS.

Há uma conseqüência natural na busca por Deus. De alguma forma, o adorador responde aos atributos divinos. Leia Isaías 6.5-7. O profeta, ao ver toda a glória de Deus, respondeu com sua confissão individual de pecados ao perceber toda a santidade do Senhor. Como ele mesmo disse, seus lábios eram impuros. Como ele poderia louvar ao Senhor com tais impurezas? Como poderia profetizar? Está aí a consequência, a necessidade de confissão de pecados, SEMPRE, a Deus. O texto ensina que Ele perdoa, como fez com Isaías. R. C. Sproul, comentando essa passagem das Escrituras, declarou: “não era apenas as portas do templo que estavam tremendo. O que mais tremia era o corpo de Isaías. Quando viu o Deus vivo, o monarca que reina no universo, revelado diante de seus olhos em toda a sua santidade, Isaías clamou: Ai de mim”. Sim, o profeta entendia o valor de se confessar os pecados; não é sem motivo que ele amaldiçoa a si próprio ao proferir um “Ai”.

4) MEDITE NAS PARTES DO CULTO A DEUS.

Meditar é ponderar, submeter-se a um exame interior. Esse exame interno começa a ser realizado no momento que o adorador entra na presença do Rei. Por isso, todo culto, toda vida, precisa ser uma constante meditação, pois sempre se está na presença do Senhor. Weller afirma que tanto a leitura, a canção, quanto a exposição das Sagradas Escrituras têm lugar importante na adoração. São nesses momentos que meditamos. O salmista deseja que sua meditação seja agradável (Sl 19.14) e eterna (Sl 27.4).

5) PLANEJE, LIDERE E AVALIE-SE PARA A GLÓRIA DE DEUS.

Paul Basden deu pertinentes orientações sobre o preparo da adoração em um sentido mais administrativo. Ele está certo ao afirmar que nossa adoração precisa ser planejada, bem liderada e continuamente avaliada. Veja:

5.1. Planejamento: nessa necessária providência deve-se (a) definir o propósito da adoração (que é cultuar ao Senhor), (b) estabelecer prioridades (separar tempo para o preparo) e (c) seguir os princípios (os que a Escritura ensinam);

5.2. Liderança: nesse outro importante passo somos convocados a (a) nos entregarmos a Deus plenamente, (b) sermos nós mesmos e (c) prestar culto também;

5.3. Avaliação: ou seja, avaliar equipamentos, comentários, objetivos (se foram alcançados) e, principalmente, se Deus foi cultuado em nossa adoração.

Ao findar dessa reflexão, desejo que a igreja contemporânea entenda a importância da adoração e, buscando sempre a Deus, confessando seus pecados e meditando em sua presença, possa aprender a se preparar para cultuar Aquele que é digno de receber todo o louvor e honra. Que a adoração dos cristãos comprometidos com as Escrituras, como diz Webber, seja pautada na “preparação para adorar e na saída para servir”.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

UM SIGNIFICADO DE ADORAÇÃO


Das muitas passagens bíblicas que nos ensinam sobre a importância da adoração, algumas destacarei aqui. Um texto essencial é Deuteronômio 6.5: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. Entendamos:

A palavra “todo” é importante para a compreensão desse texto bíblico. Ela traduz os conceitos de “completo”, “integral”, “totalidade”. Outrossim, as palavras-chaves do texto são: “coração”, “alma” e “força”. Veja que lição preciosa há nesse estudo de palavras:

1) CORAÇÃO: para o judeu é a sede da mente e da vontade.

2) ALMA: para o judeu é a fonte de vida.

3) FORÇAS:  ênfase; o corpo físico desenvolver sua força de ação.

Agora, é possível definirmos o que seja adoração. Adorar é a entrega COMPLETA de um CORAÇÃO, com INTEGRALIDADE de ALMA e com a TOTALIDADE de FORÇAS.

Temos nas três palavras acima o entendimento de que nossa adoração partirá de aspectos da mente, do espírito e da atitude. A adoração é significativa para o cristão porque Deus atua no ser humano por completo. Não há verdadeira adoração em um ou outro extremo. Há adoração quando esta é feita integralmente, isto é, com toda nosso coração, alma e força. Nesse sentido, cada vez que adoramos, declaramos nosso amor a Deus em reação ao amor com que ele nos amou. É simples, se nós o amamos, é porque ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19).

Um outro texto fundamental nesse tema é Hebreus 13.15: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Vemos aqui que Jesus é o meio pela qual nos achegamos a Deus. Só podemos adorar a Deus por causa de Jesus e mediante o Senhor. Ele é o nosso sacerdote; é aquele que se ofereceu uma vez por todas para que nós pudéssemos nos apresentar continuamente a Deus com louvores e celebração.

A expressão “fruto de lábios” remonta a Oséias 14.2. Ora, a adoração só pode acontecer significativamente se arrependermos de nossos pecados e vivermos uma vida santa diante de Deus. Mas, por que? É simples! Nossa vida, TODA, deve ser um cântico de adoração expresso em palavras e ações que agradam ao Senhor como um sacrifício vivo. Portanto, podemos perceber que o significado da adoração está:

1) NO SEU AUTOR: que é Deus.

2) NO SEU MODELO: que é de Deus.

3) NO SEU MOTIVO: que é Deus.

A adoração começa e se processa em Deus. Nunca se findará, pois Deus não "se acaba", não morre. A adoração é uma declaração eterna, uma reação eterna ao que Deus fez em nós e por nós. ao que parece,  era assim que Willian Booth, do Exercito da Salvação, acreditava: “Deus tem recebido toda a adoração do meu coração, todo o poder da minha vontade e toda influência da minha vida”.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

VOU A UM SHOW GOSPEL. E AGORA?


A comunidade evangélica tem muito se animado na participação dos chamados "shows gospel". Nas cidades de interior, por exemplo, é muito comum a participação de artistas evangélicos na comemoração do Dia do Evangélico. Como a grande maioria dos cristãos, creio ser esse tipo de festa uma oportunidade ímpar de demonstrar o quanto as igrejas da cidade vivem uma espiritualidade profunda e sadia, estando totalmente empenhadas em anunciar o Evangelho transformador de Jesus e testemunhar coerentemente com a adoração e os esperados gestos de um legítimo cidadão.

Pois bem, não será tão simples assim. Há uma notória distorção da essência de "ser Igreja" em nossos tempos. Muitos cristãos deformam o sentido das palavras de Paulo: "considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3), criando uma aberração evangélica: "os fãs gospel". Particularmente, creio que o movimento gospel enaltece muitos simples irmãos e ministérios ao status de celebridades e dos shows. Assim, embora devessem ser encontrados discípulos de Cristo nesse meio, são os fãs que surgem aos milhares, "idolatrando ídolos" que são tão pecadores quanto qualquer outro cristão. Fãs não são Discípulos, e vice-versa.

Tenho minhas considerações pessoais quanto a muitos artistas do meio gospel. A despeito disso, não contrario ninguém que participa desses shows. Eu mesmo já participei de muitos, principalmente quando era mais jovem. Sei que é possível adorar a Deus nesses eventos, mesmo que apresentem algumas manchas. Porém, me preocupo com cristãos menos amadurecidos na fé, que nem mesmo percebem suas ações e reações diante de seu "ídolo", muitas vezes beirando ao pecado e até mesmo ao ridículo. Portanto, para todos nós que poderemos participar de um evento como esse, presto-me a oferecer oito orientações sobre como se portar. Vejamos:

1) Entenda que o motivo principal do evento é a glória de Deus.

Fundamentalmente, o que nos move é a promoção daquele que é Digno de receber a glória, a honra e o poder pelos séculos dos séculos (Ap 4.11). Amém. Convém que Ele cresça e que nós diminuamos (Jo 3.30).

2) Saiba que os irmãos artistas são tão especiais quanto você.

Deus conferiu dons extraordinários para os irmãos artistas. Igualmente, o Espírito Santo distribui os mesmos dons à Igreja de Cristo, nos cristãos individualmente, como lhe apraz (1 Co 12.11). O Senhor deles é o Senhor nosso.

3) Evite "tietar" a outrem, enaltecendo homens comuns ao invés de Jesus.

Se algum homem se promove, incorre em vanglória que, por sua vez, frutifica a inveja (Gl 5.26, 21). O discípulo de Cristo segue o exemplo de seu Mestre (Mt 11.29).

4) Reflita sobre sua vida espiritual e se aproxime mais de Deus.

O progresso espiritual está estritamente ligado à reflexão e diligência (I Tm 4.15).

5) Adore a Deus com as canções e ouça atentamente a pregação das Sagradas Escrituras.

Só a Pregação da Palavra de Deus converte o pecador. Os convertidos louvam ao Senhor e se alimentam da Bíblia (Rm 10.14, 17; Rm 1.16; Lc 16.29-31; 1 Co 1.18). Nada a substitui, nem o louvor.

6) Fuja de tumultos e discórdias, promovendo a união nos vínculos do Espírito.

Nem tudo é perfeito nas Igrejas; muito menos em eventos como esse. Por isso, esforcemo-nos por preservar a unidade (Ef 4.3), amando uns aos outros, pois aí está o vínculo da perfeição (Cl 3.14).

7) Anuncie Jesus para uma pessoa, pelo menos.

Esteja preparado para falar daquele que transformou sua vida, dando-lhe uma esperança eterna e insubstituível (1 Pe 3.15).

8) Medite em tudo, pois aqueles que não estiverem salvos diante do Trono de Deus, estarão perdidos diante do Seu Tribunal. É o que importa no final (2 Co 5.10).

Em Cristo Jesus, Senhor nosso,
Rev. Ângelo Vieira da Silva

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA AS OFERTAS VOLUNTÁRIAS


No sentido bíblico-etimológico, a palavra “ofertar” significa “oferecer voluntariamente”, atitude regularmente associada ao ajuntamento solene (Is 1.13). Lembre-se disso: as ofertas não são o dízimo, são somadas a ele e a outros tipos de ofertas: “Nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo do teu cereal, nem do teu vinho, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, nem nenhuma das tuas ofertas votivas, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem as ofertas das tuas mãos” (Dt 12.17). Em todos os casos não se trata do que se sobra, mas do que é primícia, uma alegre contribuição (2 Co 9.7). Aí está o alerta do Senhor Jesus: “Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.44).

Seja rico ou pobre, homem ou mulher (Ex 30.15; Ex 35.22), Deus nos conclama a ofertar por causas específicas, liberalmente. Devemos ofertar dinheiro (Ex 25.3), principalmente para obras especiais na Casa do Senhor. Exodo 35 mostra como o povo ofertava para obras de construção, por exemplo: “e veio todo homem cujo coração o moveu e cujo espírito o impeliu e trouxe a oferta ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes sagradas... os filhos de Israel trouxeram oferta voluntária ao SENHOR, a saber, todo homem e mulher cujo coração os dispôs para trazerem uma oferta para toda a obra que o Senhor tinha ordenado se fizesse por intermédio de Moisés”. É interessante notarmos que Moisés precisou proibir o povo trazer mais ofertas, pois já estavam sobejando (Ex 36.6). Esdras também viu a voluntariedade da nação: “Alguns dos cabeças de famílias, vindo à Casa do Senhor, a qual está em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a Casa de Deus, para a restaurarem no seu lugar... e, depois disto, traziam ofertas voluntárias ao Senhor... bem assim a prata e o ouro que achares em toda a província da Babilônia, com as ofertas voluntárias do povo e dos sacerdotes, oferecidas, espontaneamente, para a casa de seu Deus, a qual está em Jerusalém... Portanto, diligentemente comprarás com este dinheiro novilhos, e carneiros, e cordeiros, e as suas ofertas de manjares, e as suas libações e as oferecerás sobre o altar da casa de teu Deus, a qual está em Jerusalém” (Ed 2.68; Ed 3.5; Ed 7.16; Ed 7.17).

Devemos ofertar porque é ordem do Senhor (Ex 25.2). Ofertar precisa ser uma disposição voluntária de nosso coração: “Tomai, do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, de coração disposto, voluntariamente a trará por oferta ao SENHOR: ouro, prata, bronze”. Precisamos ofertar porque as ofertas, assim como o dízimo, são do Senhor, são sagradas (Ne 18.8, 19). Daí Deus não se agradar de ofertas associadas com iniqüidade, pecados (Is 1.13). São vãs contribuições (Sl 40.6). Se aprendermos esses fundamentos, então, Deus se agradará dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas (Sl 51.19). 

Rev. Ângelo Vieira da Silva
UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A ADORAÇÃO

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A ADORAÇÃO







Adoração…  Muito mais que um mero tema, adoração é um estilo de vida. A partir da Palavra de Deus podemos fazer associações, mostrar a influência e a organização da música em relação ao ser humano, uma vez que todos os homens ouvem e cantam música. Contudo, a partir do contexto hodierno, encontrar-se-ão perigos em relação à adoração, à música como poder de persuasão “substituindo”, por exemplo, a atuação do Espírito Santo e tocando apenas parte das pessoas. Assim, o objetivo dessa breve pastoral é conclamar os cristãos a cuidarem de suas vidas em relação à música, com suas nuances, na adoração ao nosso Deus. A verdade é que “uma igreja consciente sempre procurará selecionar suas canções, canalizando-as sempre à adoração do Senhor”.

Segundo o reformador Martinho Lutero a música é um dos mais magníficos e deleitáveis presentes que Deus nos tem dado. João Calvino não ignorava o poder da música; antes, compreendia que o cantar tem uma conotação de lembrança e estímulo espiritual para aquele que canta, como o “falar entre vós com salmos” recomendado por Paulo em Efésios 5.19. O reformador seguia o pensamento de Agostinho que demonstrava de forma enfática a preocupação em não se deixar conduzir pela melodia, sem a devida meditação na letra, ou seja, ter a consciência daquilo que se fala, se canta e se ouve. “Os nossos améns não podem ser transformados em vãs repetições desconexas, antes devem ser fruto da fé e da compreensão do que foi falado e cantado”. É por isso que os cânticos na adoração precisam ter um grande apelo didático, objetivando, inclusive, a fixação das Escrituras Sagradas.

Notamos que nossa época está repleta do que significa worship. Esse termo vem do anglo-saxão (ainda que tenha sofrido muitas mudanças ao longo dos anos) significando “atribuir valor, mérito a alguém ou alguma coisa”. Espera-se que os cristãos possam, verdadeira e espiritualmente, atribuir valor e mérito ao único que é digno de receber: o Deus trino. O culto é para Ele e deve ser fruto de uma nova vida, gratidão e louvor, sendo sempre embasado na Palavra do Senhor. Portanto, podemos declarar: o culto e a adoração ao nosso Deus são caracterizados pela submissão às Escrituras: “procurai progredir, para a edificação da igreja. Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” (1 Co 14.12b, 15).
Entenda também que:

1) A ADORAÇÃO É UMA DECLARAÇÃO, NÃO UMA SENSAÇÃO.

É evidente que o “sentimento” está e precisa estar presente na adoração de um Deus amoroso e misericordioso. Mas, por que a adoração não é uma sensação? Diferencio sentimento de sensação. Basicamente, por definição, uma sensação é “uma grande impressão devido a um acontecimento raro”. Seria rara a sensação da presença de Deus quando nós o adoramos? Creio que não, pois é no processo de adoração que Deus comunica sua presença aos homens. É por isso que a adoração é uma declaração, isso é, através dela declaramos que o Senhor reina, sua graça é manifesta e está presente em todos nós (como costumamos cantar). Na adoração declaramos nossa fé, nossas convicções. Na adoração declaramos a glória de Deus. Pergunto: o que você mais vê hoje na adoração: declaração ou sensação?

2) A ADORAÇÃO É UMA REAÇÃO, NÃO UM CLIMA.

Clima pode ser definido como ”o conjunto de características de um ambiente”. É triste reconhecer a possibilidade de cristãos desejarem criar uma atmosfera propícia para que as pessoas chorem e lamentem exacerbadamente, sem, contudo, trazerem mudanças genuínas em suas vidas. É possível tocar as emoções sem trazer mudança real nos corações. O clima é tremendo para Deus, mas não há almas temendo a Deus. Assim, toca-se os sentidos e não a razão. Creio que a adoração é uma reação ao entendimento do ser de Deus (razão e emoção juntas), isso é, adoramos ao Senhor pelo o que Ele é, pelo o que Ele fez, faz e fará em nós. Em suma, adoramos a Deus porque entendemos que só Ele é digno de ser adorado emocional e racionalmente.

Pense nisso.
Rev. Ângelo Vieira da Silva

O QUE É “SHEKINAH”?

Boa parte dos cristãos traduz ou entende que o termo “shekinah” é ou se refere à “glória de Deus manifesta”. Outros sugerem que a “shekinah” é o equivalente judaico mais próximo do Espírito Santo, o que não parece ser correto. Porém, é possível que poucos saibam que esse termo não está na Bíblia. Afinal, a palavra é extra-bíblica, aparecendo nos Targuns e no Talmude.

O vocábulo hebraico mais próxima de “shekinah” seria o verbo “shakan” que é utilizado em muitas passagens bíblicas traduzido como “habitar, morar ou residir”. Em Êxodo 3.22 e Rute 4.17, por exemplo, o verbo “shaken” é traduzido por “vizinho”. Nesse sentido, é estranho enfatizar que o termo seja usado para a habitação de Deus na coluna de fogo e/ou sua glória manifesta no Monte Sinai, no Propiciatório (entre os querubins), no Tabernáculo, no Templo. Bom, todas essas expressões no hebraico têm outras palavras que a designam. Vejamos quatro exemplos principais:

Coluna de Fogo - amud esh 
Glória de Deus - kabod yahweh 
Coluna de Nuvem - amud hamud 
Fumaça - hasan 

Entenda: se alguém definir “shekinah” como a manifestação visível da glória de Deus não está descrevendo a “shekinah”, mas sim “teofanias”, que possuem várias formas e propósitos, assunto para outra pastoral; foquemos na “shekinah”.

A relevância dessa informação fundamenta-se nos muitos problemas de interpretação e aplicação que lemos e vemos por aí. O termo tem uso esotérico, por exemplo. De acordo com a concepção cabalística e do ramo hassidismo do judaísmo, a Shekinah é uma energia cósmica poderosíssima, que habita no "interior" do Universo e vivifica-o, sendo a sua "alma" ou "espírito". Na cabala esotérica, “shekinah” é a essência do “Ain Soph” que, emanado, ficou preso ou enroscado em Malkuth, sendo correspondente à Shakti ou Kundalini na tradição esotérica oriental da Yoga. Segundo o livro cabalístico Zohar, a evolução do homem é o processo em que o pólo feminino do Divino (shekinah), presente potencialmente na criação e no homem (malkuth), se une ao pólo masculino da Divindade (kether). Tal reunião é apresentada na tradição “rosacruz” pelas Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreutz. Segundo a tradição da cabala, a reunião dos dois pólos da Divindade resulta em uma consciência cósmica ou crística, de união do homem e do divino, resultando no “Homem-Deus ou Cristo”. Tal estado de consciência é equivalente na Yoga, ao Samadhi, a consciência produto de quando Shakti, o pólo feminino do divino, presente no Chakra da base Muladhara, se une a Shiva, o pólo masculino do divino presente no chakra sahasrara, no topo da cabeça, resultando no Avatar, a encarnação humana do Divino, do Cósmico. Na tradição esotérica egípcia, o equivalente é a união entre Ísis e Osíris, resultando em Hórus, o Homem-Deus. Tal união é em muitas tradições, a iluminação, a iniciação.

Outro problema é o uso judaizante do termo “shekinah”, inda que menos problemático do que o parágrafo anterior. O termo aparece no meio de, pelo menos, um "minyan" de adoradores quando eles oram na congregação, e de dois ou mais judeus quando eles se ocupam no estudo da Torah, ou em um homem quando ele recita o Shema. O shekinah habita no puro, no benevolente, no hospitaleiro e no marido e esposa quando eles vivem em paz e harmonia.

Bom, entendo que a “shekinah” só representa a presença majestosa de Deus e sua decisão de "habitar" (shakan) entre os homens enquanto podemos poesia, não como doutrina, justamente pelas passagens que dizem respeito à presença de Deus na qualidade de residente no Tabernáculo terrestre entre o povo de Israel (Ex 5.8; Ex 29.45-46; Nm 5.3; Nm 35:34; I Re 6.13; Ez 43.9; Zc 2.14). Teriam os cristãos esse discernimento? Portanto, creio ser irrelevante usá-la visto que a habitação máxima de Deus em nós, hoje, é manifestada pelo Espírito Santo e não mais por meio das figuras do Antigo Testamento.

Rev. Ângelo Vieira da Silva