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A TRÍADE ORIGINAL DAS TENTAÇÕES
A leitura do segundo capítulo da carta aos Efésios vai além dos ensinamentos quanto a graça, o pecado e a salvação; também revela uma tríade que atua sobre os homens, principalmente sobre os não-convertidos. Paulo fala do “curso deste mundo”, do “principe da potestade do ar” e das “inclinações da carne” (Ef 2.2-3).
Diferentemente dos filhos da desobediência, como filhos da obediência, nos almodamos à santidade (1 Pe 1.14; Tt 2.12; Tt 3.3; 1 Pe 2.1; 1 Pe 4.2-3; 1 Ts 4.3). É inevitável, porém, que sejamos tentados por esta tríade da qual se originam muitos caminhos tortuosos. Conhecê-la é fundamental para a vitória.
1. O Mundo
Paulo registrou que os filhos da desobediência andam no “curso deste mundo”. João descreveu como o desejo mundano é uma armadilha aos filhos de Deus (1 Jo 2.15-17), que não devem seguir esse curso, pois o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). O mundo enquanto sistema anti-Deus não ama a Igreja (Jo 15.19) e a Igreja não deve amar o mundo (Tg 4.4). Não sejamos como Demas (2 Tm 4.10a).
2. A Carne
Lembre-se do registro paulino: "andamos, outrora, segundo as inclinações da nossa carne". O texto de João, lido anteriormente, menciona a “concupiscência da carne”. De fato, creio que há no cristão redimido uma luta pela santidade. A carne milita contra o Espírito que nele habita, e vice-versa (Gl 5.16-17, 24; Cl 3.5-10). Ora, a carne, a natureza pecaminosa, produz toda sorte de pecado (1 Tm 6.10; Mt 6.24; 2 Pe 2.10, 18; Jd 1.16-18). Portanto, não devemos nos dispor em nada para ela (Rm 13.14). A coerência com o caráter de Cristo é obrigatória (Gl 6.8; Rm 8.5; Rm 6.12).
3. O Diabo.
Falemos, agora, do príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência. “Sede sóbrios e vigilantes” (1 Pe 5.8), esta é a ordem em relação ao principal antagonista espiritual da Igreja: o Diabo. Como adversário, anda ao nosso derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. Foi assim com os discípulos, mas o Senhor orou por eles (Lc 22.31). Somos suas “presas”. Ele se opõe à Igreja (Zc 3.1), é seu acusador, o semeador do joio (Mt 13.39). Daí a Escritura fortalecer o entendimento que o pecado também é obra do maligno (Jo 8.44; 1 Jo 3.8). O cristão redimido resiste seu inimigo (Ef 6.11; Tg 4.7), procura não lhe dar lugar (Ef 4.27).
Como você responde às tentações de Satanás quando está sozinho e sem ninguém observando?
Rev. Angelo Vieira da Silva
O EXEMPLO DE CRISTO NAS TENTAÇÕES
“é melhor evitar a isca do que debater-se na armadilha”.
A isca trata-se de algo que seduz, chama, atrai. É a tentação. Evitar a isca é o mesmo que renunciar a algo desejável aos nossos próprios olhos. A armadilha é um estratagema, arma, ardil. É o pecado. Debater-se na armadilha é o mesmo que reconhecer a queda por um erro sem força para se libertar. Esta pode ser uma comparação na relação entre tentação e pecado que todos nós deveríamos pensar.
Quando pensamos em viver na direção do Espírito Santo de Deus esbarramos no obstáculo, na armadilha do pecado. Contudo, esse não é concebido sem que ocorra, via de regra, algo que as Escrituras chamam de tentação. De Gênesis a Apocalipse encontramos muitos exemplos desta realidade e a oração que se espera é essa: “não nos deixe cair em tentação” (Mt 6.13). Jesus fez menção da tentação no modelo de oração ensinado pela peculiaridade comum desta na vida dos crentes. O sentido é de uma petição por santidade, diante da constante possibilidade de fazer o que desagrada a Deus. Portanto, se desejamos intensificar nossa vida espiritual precisamos vencer as tentações colocadas diante de nós. Como?
O primeira estudo da série promoveu a primeira atitude: conhecer o exemplo do mestre nas tentações. A partir das narrativas bíblicas sobre a tentação de Jesus no deserto (Mt 4.1-11, Mc 1.12-13, Lc 4.1-13), podemos extrair alguns princípios subjacentes das tentações reais superadas pelo nosso Senhor. É fato que a tentação de Jesus no deserto não é análoga à vida cristã em muitos sentidos, mas em outros pode ser. Afinal, quando nosso Senhor estava sendo tentado pelo Diabo Deus o estava provando. Portanto, vejo que:
1.1. A tentação é permitida por Deus (Mt 4.1; Mc 1.12).
Jesus foi levado ao deserto pelo Espírito Santo com um propósito definido: ser tentado pelo diabo. Jesus foi levado da margem do Jordão, onde fora batizado, para o deserto da tentação, onde seria provado pelo Diabo. O mistério da encarnação do Verbo e a compreensão das duas naturezas de Cristo nos levam a compreender que Jesus foi tentado acerca de sua impecabilidade, não divindade: “se és Filho de Deus”. Ele saiu vitorioso.
1.2. Ser cheio do Espírito não isenta da tentação (Lc 4.1).
Após ver a descida do Espírito Santo (Mt 3.16) e ouvir a voz do Pai (Mt 3.17), Jesus foi tentado. Lucas registra que Ele estava cheio do Espírito Santo. Além disso, toda a Escritura emanava dele quando dizia: “está escrito”. Este enchimento, conhecimento e intimidade não proporcionaram a ausência da tentação, mas é indiscutível que são armas da vitória sobre a mesma.
1.3. A tentação ocorre nos instantes cruciais (Mt 4.2; Lc 4.2).
Entendo que as investidas do Diabo ocorreram durante os quarenta dias e noites e que o ápice se deu com o agravamento da fome de Jesus. Certamente esse foi o momento de maior vulnerabilidade. Veja que o Deus-Homem sofre todas as consequências físicas advindas pela falta de alimento. É justamente por seu sofrimento e vitória que Ele poderá sempre nos socorrer por sua graça (Hb 2.18).
1.4. Sempre haverá um agente e meio da tentação (Mt 4.3, 5-6, 8-9).
O agente, ou tentador, aproximar-se-á de nós sempre com duras provas. Seja o tentador exterior (o diabo, outro ser humano) ou o interior (nossa natureza pecaminosa), os meios serão estratégicos. O que será: pão (satisfação física), circo (satisfação popular) ou poder (satisfação sem cruz)?
1.5. Sempre haverá uma nova tentação (Lc 4.13).
Lucas descreve o caráter das tentações: de toda sorte. E mais: apartou-se o diabo, até momento oportuno. A vitória de Cristo foi grandiosa, real, maravilhosa, mas não foi final. Satanás continuou voltando para tentá-lo, para tentar fazê-lo cair. O seu propósito era enganar e seduzir o Messias, a fim de que, ao lado deste, pudesse também destruir o seu reino, afastando-o da cruz.
Ao final de tudo, “eis que vieram os anjos e o serviram” (Mt 4.11). Jesus foi provado e se confirmou sem pecado. Aquele que sentiu fome e venceu o deserto foi servido pelos anjos. “Ao passo que o primeiro Adão sucumbiu por causa de uma simples sugestão tentadora, o último Adão suportou tudo o que inferno pôde lançar contra ele em uma prova isolada e solitária com duração de 40 dias” (R. C. Sproul).
Portanto, finalizo essa primeira parte do estudo, relembrando que Jesus é o sacerdote que se compadece de nossas fraquezas, pois foi também tentado e, por isso, pode socorrer os que são tentados (Hb 4.15).
Agora, pense comigo: como você responde às tentações de Satanás quando está sozinho e sem ninguém observando?
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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