OS ANJOS SÃO SERES PODEROSOS E IMORTAIS


“E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos” (Mt 28.2-4).

Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca da natureza dos seres angelicais em breves pastorais.

Por “natureza” busca-se compreender a essência, o conjunto de características próprias dos anjos, isto é, o que os constitui em seu cerne, bojo, âmago. Dentro desse aspecto fundamental, a angelologia bíblica oferece fundamentos para crermos que os anjos são seres poderosos e imortais. Apesar de limitados, os seres angelicais possuem poder e, uma vez criados, vivem para sempre. Deus fez todas as coisas segundo seu propósito, “conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11), inclusive os seres angelicais. Assim, como bem declarou Wayne Grudem, teólogo de Cambridge, “os anjos são prova de que o mundo invisível é real”.

Assim como o aspecto do conhecimento, os poderes angelicais podem sobrepujar aos dos homens em muitos sentidos (2 Pe 2.10-11), ainda que limitados. Entretanto, em Cristo, o poder do homem redimido se revela maior no instante que participam do julgamento dos anjos (1 Co 6.1-3), por exemplo. Na Bíblia, o poder dos seres celestiais é descrito como “valoroso” (Sl 103.20) e derivado do próprio Deus (2 Ts 1.7). Logo, com todo esse poder derivado do próprio Deus executam as suas ordens e lhe obedecem à palavra: “Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós, ministros seus [anjos], que fazeis a sua vontade” (Sl 103.21).

Em termos de eventos que demonstram tal poder, lembremos que as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruída por anjos (Gn 19.13). Igualmente, a densa “pedra do sepulcro” de Jesus foi removida por apenas um anjo (Mt 28.2-4). O livro de Atos revela como um anjo livrou Pedro da prisão (At 5.19-20; At 12.4-10). Até mesmo as figuras apocalípticas reforçam o poder dos anjos (Ap 7.1-3; Ap 14.18; Ap 16.5; Ap 18.1, 21). No fim, serão os anjos enviados para ajuntarem justos e injustos (Mt 24.30-31; Mt 13.39-43), tarefa que, igualmente, exige grande força.

Além de poderosos, os seres angelicais possuem imortalidade. Como já vimos antes, os anjos não são eternos, mas são criaturas imortais, perpétuas: uma vez criados, não estão sujeitos à morte, à dissolução ou aos efeitos do tempo, como o envelhecimento ou enfermidades, pois são imateriais, espirituais: “mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lc 20.35-36. Leia também Hb 2.5-9). Lembre-se que imortalidade – ou perpetuidade – é diferente de eternidade. Consequentemente, entendemos que os anjos não são eternos, mas, uma vez criados, viverão para sempre.

De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos e imortais.

Rev. Ângelo Vieira da Silva
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PÁSCOA É PASSAGEM...


O sentido histórico da “Páscoa” não pode ser vedado ou omitido por judeus e cristãos. O “Pessach”remonta a principal festa do judaísmo em comemoração à libertação dos israelitas da escravidão do Egito, feito administrado por Moisés e selado com a “passagem” do povo hebreu pelo Mar Vermelho há mais de 3.200 anos (Ex 12.1-28; Lv 23.5-8, Nm 9.1-14). Igualmente, no pacto da graça, entre os cristãos, celebra-se a ressurreição de Jesus Cristo no chamado dia do Senhor, o domingo (Lc 24.1; At 20.7; 1 Co 16.2 e Ap 1.10). Esta “Páscoa de Cristo” é uma lembrança viva do “sacrifício do Cordeiro” de Deus na cruz, que possibilita a “libertação da escravidão do pecado”.

O parágrafo acima é uma síntese bíblica da Páscoa judaico-cristã, bem diferente do modelo alemão trazido pelos imigrantes no século XVIII ou do padrão mercadológico com ênfase no consumo do chocolate e afins ou, até mesmo, de referências históricas aos primeiros cristãos na história do cristianismo. O primeiro refere-se a uma tradição alemã na qual o coelho visitava as crianças e escondia os ovinhos para que fossem procurados; o segundo diz respeito à fabricação, venda, e consumo de um produto muito saboroso e rentável, tal como na cultura maia e asteca, que tornou o chocolate sua moeda de troca, devido seu valor sagrado equiparado ao ouro. Finalmente, o terceiro faz alusão à registros históricos de cristãos primitivos que tingiam diferentes ovos não comestíveis com cores da primavera para presentear os amigos, como um simbolismo de ressurreição, do início de uma vida nova. 

Entre variados sentidos para a Páscoa, o cristão firmado nas Escrituas celebra sua festa pela fé (Hb 11.28), pois acredita em uma revelação progressiva de redenção do Antigo ao Novo Testamentos. Se algo pode bem representar o sentido da Páscoa é o termo correspondente hebreu: “Pessach”, isto é, passagem. No sentido judaico, a passagem refere-se ao dia que saíram do Egito rumo à terra que mana leite e mel, ao dia em que os escravos israelitas foram libertados por seu Deus. O sentido cristão aponta para o sacrifício do Cordeiro de Deus que possibilita a ressurreição daquele que está morto espiritualmente, a libertação daquele que é escravo do pecado. Assim, aplico à nossa Páscoa de hoje uma oportunidade de adoração ao nosso Deus por ter possibilitado a redenção de seu povo, por ter feito a “passagem”. Entenda assim: 

1. PÁSCOA É A PASSAGEM DO PIOR PARA O MELHOR LUGAR.

Do Egito para Canaã, da grande Babilônia para a Nova Jerusalém… Páscoa é a passagem do pior que o ser humano pode viver e experimentar para uma nova e bendita realidade que só Deus pode proporcionar mediante nosso Cordeiro pascal, Jesus (1 Co 5.7). 

2. PÁSCOA É PASSAGEM DAS TREVAS PARA A LUZ.

Deus trouxe luz ao que estava nas trevas, amando uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo de propriedade exclusiva do Senhor, que anuncia a Luz do Mundo aos homens (1 Pe 2.9; Mt 5.14). 

3. PÁSCOA É PASSAGEM DA MORTE PARA A VIDA.

Os homens estão mortos em seus delitos e pecados, mas Jesus é vida e vida em abundância. Como ele declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). 

Pense nisso e feliz Páscoa!

Rev. Ângelo Vieira da Silva