ENDEMONINHADOS


Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca do ministério dos anjos eleitos em breves pastorais.

Após a série de estudos sobre a natureza e a organização angelicais, bem como a adoração dos anjos em relação ao Criador e seu serviço à Igreja, o foco de estudos voltou-se para os anjos reprovados. Dentre os vários nomes, títulos ou termos atribuídos ao mal, ofereço uma breve meditação acerca do sentido de "endemoninhados" na Escritura.

O termo “endemoninhado” (daimonizomai, gr.) designa uma pessoa que está possuída por um ou mais demônios, seres malignos a serviço de Satanás. Aparentemente, a expressão “tem demônio” (daimonion echein, gr.) é sinônima, ainda que seja também utilizada num sentido pejorativo em outros respectivos contextos (Mt 11.18; Lc 7.33; Jo 7.20; Jo 8.48-49, 52). Endemoninhados também seriam denunciados pelo modo de falar (Jo 10.21) e de agir (Mt 8.28). Naturalmente, seja pela primeira ou segunda expressões, subtende-se a máxima: não se dá crédito às palavras de um endemoninhado (Jo 10.20).

No contexto demonológico, a palavra “possessão” (echo, gr.) foi utilizada para referir-se ao controle exercido por Belzebu (Mc 3.22), demônios (Lc 4.33; Lc 8.27), espíritos imundos (Mc 1.23; Mc 3.30; Mc 5.2; Mc 7.25), espíritos malignos (At 19.16; At 16.16) ou de enfermidade (Lc 13.11; Mc 9.17) sobre os possuídos. Nas treze ocorrências pelo Novo Testamento (curiosamente somente nos evangelhos) vemos que os endemoninhados são pessoas terrivelmente hostilizadas por demônios, podendo inclusive expressar a consciência desses seres malignos, predominante, nestas circunstâncias.

Portanto, a Escritura demonstra que endemoninhados são pessoas possessas de espíritos malignos, demônios ou legiões (Mt 8.16; Mc 5.15). Observa-se que há uma relação entre endemoninhados e enfermidades de toda sorte (Mt 4.24; Mt 9.32; Mt 12.22; Mc 1.32; Mc 5.15-16). Deve-se perceber nesses textos que nem toda enfermidade vinha das possessões. 

Entender e acreditar nessa terrível realidade nos ajudara rejeitar conceitos céticos, que tratam tais possessões como teatro, desordens mentais ou mesmo uma mera tentativa judaica de explicar o mal que viam. A verdade é que Jesus veio para perdoar nossos pecados e libertar-nos de quaisquer opressões malignas (At 10.38; 1 Jo 3.8). Amém.

De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos (anjos que guardam) ou reprovados. Os anjos eleitos adoram a Deus audivelmente, ministram aos cristãos diversificadamente e servem como mensageiros propositadamente.

Rev. Ângelo Vieira da Silva


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