É inegável... A educação cristã quanto ao verdadeiro sentido da Páscoa é vedada, contestada e/ou omitida. Não podemos esquecer que a Páscoa, a principal festa do judaísmo em comemoração à libertação dos israelitas da escravidão do Egito pelo mar Vermelho há mais de 3.200 anos através de Moisés (Ex 12.1-28; Lv 23.5-8, Nm 9.1-14), no Pacto da Graça celebra unicamente a ressurreição de Jesus Cristo no dia do Senhor, o domingo (Lc 24.1; At 20.7; I Co 16.2 e Ap 1.10). Na Páscoa de Cristo a lembrança viva precisa ser o sacrifício de Jesus na cruz que nos liberta da escravidão do pecado. Nosso Senhor, suficientemente, se ofereceu como Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo, vencer a morte e ressuscitar ao terceiro dia.
O mundo não é o mesmo nas últimas décadas. Tanto as tecnologias como o livre pensamento fizeram de nossa época um mar de relativismo e consumismo que afeta muitos princípios bíblicos frontalmente. Profanados, memoriais como o Natal e a Páscoa perdem seus sentidos originais. Considerando a época atual, pensemos nos símbolos da Páscoa...
1. Os ovos:
Ainda que na antiguidade e entre cristãos primitivos encontremos o uso de ovos tingidos com cores da primavera para presentear os amigos, os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. Atualmente, em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos (coelho bota ovo?). Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, a exemplo dos Estados Unidos. Lembre-se: a Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e sua ressurreição (Rm 6.9). Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5), que nada tem a ver com os ovos de hoje... Entende? Mas, pessoalmente, não vejo nenhum problema em se comer ovos de chocolate.
2. O chocolate:
Essa história tem seu início com as civilizações Maias e Astecas, que consideravam o chocolate algo sagrado, tal como o ouro, até mesmo usando-o como moeda. O chocolate, ao longo dos séculos, foi consumido como bebida; é considerado afrodisíaco e gera vigor. Por isso, era reservado em muitos lugares aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, tal como conhecemos, surgiram no século XX simplesmente pela visão industrial... ou você comeria ovos sabor jiló?
3. Os coelhos ou O Cordeiro?
No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam. A recente tradição do coelho da Páscoa foi levada para as Américas pelos imigrantes alemães em meados do século XVIII. O coelho visitava as crianças e escondiam os ovinhos para que elas os procurassem. Qual a ligação com o Cristo morto e ressurreto? Nenhuma.
Pensemos no cordeiro, símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães asmos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado, de uma vez por todas, em prol da salvação de todos. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com gente de todos os povos.
Os hebreus tinham um dia definido para comemorar a Páscoa (dia quatorze do mês de Nisan, mais ou menos, primeiro de abril). Também temos o nosso dia. Os hebreus comemoravam a Páscoa, o Pessach, a passagem. Nós também comemoramos a passagem das trevas à luz, do pecado à santidade, do inferno ao céu, da morte para a vida, mediante a ressurreição de Cristo Jesus.
Eduque seu filho.
É sua responsabilidade ensiná-lo o verdadeiro sentido da Páscoa de Jesus.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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