Com chegada do Natal nota-se um nítido incômodo entre muitos cristãos sobre a tradição do “Papai Noel”. As objeções para essa tradição incluem o seguinte: (1) Papai Noel é uma figura mística com atributos divinos, tais como a onisciência e a onipotência; (2) quando as crianças aprendem que “Papai Noel” não é real, elas perdem a fé nas palavras dos seus pais e em seres sobrenaturais; (3) “Papai Noel” distrai a atenção de Cristo; (4) a estória de “Papai Noel” ensina as crianças a serem materialistas, etc. Em face de tais objeções, entretanto, pode-se dizer algo bom do "Papai Noel"? Imagino que sim.
Antes de examinar o cerne de tais objeções, deve se notar que o Natal pode ser celebrado sem o “Papai Noel”. Retire-o e o Natal permanece intacto. Por outro lado, se retirarmos Jesus o que sobrará é uma festa comum. Sejam quais forem nossas posições individuais no trato do assunto, é mister reconhecer algumas verdades sobre “Santa Claus”:
(1) Não existe dúvida alguma de que o “Papai Noel”, na sua presente forma, é um mito ou conto de fada. Sim, há indícios que houve realmente um “Papai Noel” com o nome de “Santa Claus”; essa é uma forma anglo-saxã do holandês “Sinter Klaas” que, por sua vez, significa “São Nicolau”. Ele, Nicolau, foi um bispo cristão, no quarto século, sobre quem pouco sabemos. Aparentemente, assistia ao Concílio de Nicéia (325 d.C.). Uma forte tradição sugere que ele demonstrava uma singular bondade para com as crianças. Por outro lado, o velho vestido de vermelho puxando um trenó conduzido por veado voador é puro mito, ainda mais com as “novas mitologias” sugeridas em novas adaptações do conto em séries e filmes.
Deve-se admitir que contar às crianças que “Papai Noel” pode vê-los em todo tempo, que sabe se elas foram boas ou más em seu comportamento, etc., está errado. Também é verdade que os pais não deveriam contar a seus filhos a estória de “Papai Noel” como se fosse verdade. Contudo, as crianças com menos de sete ou oito anos podem brincar de “fazer de conta” e tirar disso divertimento como se elas pensassem que é real. De fato, nessa idade elas estão aprendendo a diferença entre o “faz de conta” e a realidade. Crianças mais jovens ficarão fascinadas pelos presentes que são descobertos na manhã de Natal, debaixo de uma árvore na qual lhes foi dito que são do “Papai Noel”; porém, não tirarão conclusões sobre a realidade de “Papai Noel” por meio dessas descobertas.
2) Quando as crianças aprenderem que Papai Noel não é real isso poderá perturbá-las um pouco. É, por isso, que se deve dizer às crianças que “Papai Noel” é “faz de conta”, tão logo elas tenham idade suficiente para fazer perguntas a respeito da realidade. Antes de ser uma pedra de tropeço para acreditar no sobrenatural, Noel pode ser um trampolim. Diga às crianças que enquanto Papai Noel é uma faz de conta, Deus e Jesus não os são. Diga-lhes que, enquanto Papai Noel só pode trazer coisas que os pais podem comprar ou fazer, Jesus pode lhes dar o que ninguém pode – um amigo que sempre estará com eles, perdão para as coisas erradas que eles fazem, vida num lugar maravilhoso com Deus, para sempre, etc.
Siga as sugestões acima e não mais será Papai Noel um motivo para distraí-los de Cristo. Diga a seus filhos porque Papai Noel dá presentes e porque Deus nos deu o presente mais maravilhoso, Cristo. E lembre-se: a estória de Papai Noel só é melhor contada quando é usada para encorajar as crianças a serem abnegadas e generosas.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
Texto adaptado.
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