SOBRE O DESASTRE NO VALE DO RIO DOCE

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“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o SENHOR, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. 18 Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais (Is 41.17-18).

Já há quem diga que o desastre ocorrido na última quinta-feira (05/11/2015) é o maior da história de Minas Gerais, quiçá do Brasil. Vislumbrar como o rompimento das barragens da Samarco Mineradora (Santarém e Fundão) destruiu, imediatamente, a vida de centenas de pessoas e, progressivamente, afetará a vida de centenas de milhares por todo o Vale do Rio Doce, é angustiante. Muitos morreram. Há desaparecidos e desabrigados. O abastecimento de água está/estará prejudicado em muitas localidades. Aproximadamente, são sessenta bilhões de litros de água contaminada que causarão ainda muita destruição desde o distrito de Bento Rodrigues até a foz do Rio Doce no Espírito Santo (e até no mar).

Uma das profecias escatológicas de Isaías retrata um tempo de sequidão, em que o povo de Deus estaria necessitado e aflito devido à falta de águas para beber (Is 41.17-18). É nesse contexto que o clamor do povo é atendido pelo Deus misericordioso. Como cristão, elevo os meus olhos para Deus, fonte real de socorro e consolo. Ao exemplo de tal profecia, clamo ao Deus de Israel. Leio as Escrituras Sagradas e vejo o Criador das muitas águas: “Temei a Deus e dai-lhe glória... adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.7). A Ele devemos clamar por um milagre sobre nossa nação, Estado, rio e famílias.

Essencialmente, vejo que a abundância de águas pode revelar o cuidado e a bênção de Deus sobre o mundo, assim como a escassez delas pode revelar-se como sinal do fim dos tempos, como resultado fatídico da arrogância e avareza humanas. Em muitos textos da Escritura Sagrada as muitas e límpidas águas são associadas à bênção divina direta (Sl 46.4 Jl 3.18). Foi o que declarou Balaão pelo Espírito de Deus: “Águas manarão de seus baldes, e as suas sementeiras terão águas abundantes...” (Nm 24.7). Ora, precisamos de chuvas, de águas puras. Ore àquele que “faz chover sobre a terra e envia águas sobre os campos” (Jó 5.10).

Por outro lado, Elias foi o profeta que orou para não chover sobre Israel (1 Re 17.1; Lc 4.25). Motivo? O pecado do povo que adorava o falso deus Baal. Por três anos e meio não choveu. Arrependido o povo e o Senhor exaltado como o verdadeiro Deus, Elias orou novamente e a chuva caiu sobre a terra seca que fez germinar seus frutos (Tg 5.17-18). É, por isso, que muito pode por sua eficácia a súplica do justo, daquele que confessa seus pecados ao Senhor que julga a terra e seus habitantes (Ap 11.6).

Assim, o desastre atual no Vale do Rio Doce emerge com nossa confiança em Deus, que não deixará o culpado impune. Sim, as maldades humanas que chegam até o céu nos fazem lembrar a visão apocalíptica de João na ilha de Patmos: “o terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas” (Ap 8.10-11). Já vivemos os últimos dias e os sinais soam cada vez mais alto, até aquele dia em que “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hb 2.14).

Rev. Ângelo Vieira da Silva
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Resplendor, MG

1 comments:

Que o Espírito Santo, levante mais e mais vozes proféticas, cujo fundamento é as Escrituras Sagradas, para que o povo se volte para Deus em confissão e arrependimento!

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