“O sábio de coração é chamado prudente’’ (Pv 16.21a)
A tecnologia é indispensável no mundo globalizado, definitivamente. O computador, a TV, o celular, o notebook, a internet, o Smartphone, o Tablet, etc., são novidades em constante evolução. Como um cumprimento profético (Dn 12.4), o saber tem-se multiplicado e avançado na mesma velocidade dos yotabytes. As estatísticas continuam subindo e as vendas se intensificam. Entrementes, as tecnologias de “última geração” de hoje, podem ser aparelhos “ultrapassados” logo pela manhã.
De todas as tecnologias, o celular é um modelo de avanços extraordinárias. Com mais de sete bilhões de dispositivos em todo o mundo, é possível encontrar mais celulares do que habitantes em muitas localidades. É incrível, e excêntrico, reconhecer que “realizar uma chamada de voz” não seja, necessariamente, a principal função dos celulares modernos, repletos de recursos, aplicativos, funções, jogos, etc.
O que é extremamente útil, por outro lado, pode ser um obstáculo no culto a Deus. Qualquer Pastor ou dirigente de culto poderá atestar essa opinião no simples gesto da observação. A cada dia aumenta o número de cristãos que levam a Bíblia para a Igreja em seus celulares/Smartphones. É quase inevitável perceber o uso dos aparelhos durante o culto a Deus. Por isso, é necessário reconhecer que o celular pode “obstacularizar” a adoração quando:
(1) Se torna um instrumento de Ansiedade. Com ele, é bem possível ficar inquieto, desassossegado. Esperando por novidades na caixa de entrada ou nas redes sociais (dentre outros), trava-se e destrava-se aflitivamente o celular com uma freqüência absurda. Basta observar.
(2) Se torna um instrumento de Tentação. Com tantos recursos ao alcance da mão/toque e, muitas vezes, num culto “sem expressão”, o aparelho pode ser uma tentação soberba. Com seus milhões de cores e programas dinamizados, o celular poderá representar uma tentação quase insuperável diante de um culto monocromático e engessado. É a pura verdade.
(3) Se torna um instrumento de Pecado. É possível pecar utilizando um celular? É claro! Com tantos recursos e diante das possibilidades listadas acima, ansiedade e tentação, o resultado poderá ser uma atitude (s) que transgrida a lei de Deus. O mundo cabe na palma da mão; o pecado também. Nesse caso, “guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus” (Ec 5.1).
Creio que a luta da Igreja não é contra carne ou sangue, contra Tablet ou celular. Entretanto, diante da possibilidade do mau uso desses aparelhos, nortear os cristãos sobre como proceder no culto a Deus é um dever dos líderes espirituais. Assim, longe de uma lista esgotada de orientações, creio que quatro posturas essenciais contribuiriam muito para uma melhor relação entre o cristão, a bíblia, o celular e o culto. São elas:
(1) Mantenha o celular no modo silencioso. Afinal, o sábio de coração é chamado prudente (Pv 16.21). Se possível, desligue até o modo de vibração a fim de evitar a distração.
(2) Desligue quaisquer avisos sonoros/vibração de redes sociais e SMS. Parece redundante, mas não é. É possível configurar o que o usuário quer e o que não quer ser alertado. Os avisos de mensagem, recados, tuítes, SMS/torpedos, comentários, etc., são os preferidos.
(3) Use o celular para ler a bíblia. Sejamos honestos, a maioria das pessoas que possuem a Bíblia no celular, e não usam o texto impresso sobre essa desculpa, não lêem a Palavra no culto. Nesse sentido, a Bíblia no celular é mera desculpa para o desinteresse ou para a vergonha do evangelho, isto é, vexame de se carregar uma Bíblia impressa na mão. Deste modo, durante o culto, muitos incorrem na falta de reverência e usam o celular para torpedos, redes sociais, joguinhos, internet, notícias sobre o resultado do jogo, etc, e nunca para lerem a Bíblia.
(4) Em caso da impossibilidade de se ler a Bíblia no celular e desejo de não sucumbir as tentações de distração e ansiedade que ele proporciona, use uma Bíblia impressa. Você será mais edificado.
A favor do uso da tecnologia para a glória de Deus (1 Co 10.31) e certo que o coração do sábio procura e deve adquirir o conhecimento (Pv 18.15), compartilho esta reflexão com os amados irmãos.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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