“Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (Sl 91.11).
Uma vez que se compreende a natureza dos anjos e como essas criaturas se organizam na realização dos propósitos divinos, é preciso entender o ministério angelical. A seguir, destacarei o serviço prestado pelos anjos bons, ou eleitos, de acordo com a Palavra de Deus. Creio que, ao verificar o ministério dos anjos, poderemos distinguir entre um serviço ordinário e outro extraordinário. Contudo, aqui veremos os destaques bíblicos que norteiam o ministério geral dos anjos eleitos.
A Escritura dá a impressão de que os anjos adoram a Deus, conquanto não possamos fazer idéia de como os anjos falam e cantam. Algumas expressões lançam luz sobre essa idéia. Em Jó 38.7, por exemplo, as expressões em destaque são “alegremente cantavam e rejubilavam”. A primeira aponta para um grito retumbante (ranan, heb.). A segunda para tocar sinal de trombeta (ruwa’, heb.). Jó 38.6 reforça a adoração audível dos anjos. “O lançamento dos alicerces e a colocação da édra de esquina eram momentos para celebração com música e alegria” (F. F. Bruce). Compare os textos acima com Ed 3.10-1 e Zc 4.7.
Creio que a Palavra de Deus também esclarece o serviço dos anjos em relação à Igreja. Eles são espíritos ministradores (Hb 1.14). Tal expressão (leitourgikos, gr.) se relaciona com a realização de um serviço sagrado. É por isso que também são chamados ministros (Sl 103.21; Sl 104.4). Eles estão presentes na vida da Igreja pois, afinal de contas, guardam e livram o povo de Deus (Sl 91.11; Sl 34.7). O sentido de guadar (shamar, heb.) é manter vigilância com objetivo de proteger. O conceito de livrar (halats, heb.) é resgatar. Portanto, os anjos nos vigiam, protegem e resgatam conforme a vontade soberana de Deus - como no caso de Eliseu (II Re 6.16-17) e Daniel (Dn 6.22) - permanecendo acampados (hanah, heb., por cerco) ao redor dos seus homens.
Os anjos eleitos são mensageiros com propósitos bem definidos por Deus. Eles anuciaram o desígnio do Eterno (Lc 1.19), suas advertências (Mt 2.13), instruções (At 10.3-6), encorajamento (At 27.23-25) e revelações (Dn 9.21-23). Não há razão para excluí-los de nossa vida, pois o próprio Deus os coloca como protetores de seus povo. Em suma, devemos lembrar que os anjos adoram, mas não devem ser adorados; os anjos servem, mas não devem ser servidos (Stanley Horton); “não devemos esperar neles, nem invocar seu auxílio” (Charles Hodge).
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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