“Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos” (1 Co 8.8).
A resposta para tal pergunta pode ser “SIM” e “NÃO”, o que conduz a reformulação da questão para: a Bíblia recomenda jejuar? Nesse caso, a resposta será um intenso SIM. Pode ser uma questão de Lei e Graça, de antiga e nova alianças; todavia, observemos o jejum entre ordenança e recomendação. Sim, ao se verificar as noções bíblicas do jejum o leitor perceberá que há uma ordenança explícita para o jejum que cessou. Leia a pastoral anterior sobre jejum clicando aqui.
Como já citado na pastoral anterior, o Antigo Testamento revela que os judeus tinham um único dia de jejum instituído por ano, como ordenança na Lei cerimonial: o “Dia da Expiação” ou “dia do jejum” (Lv 23.27; Nm 29.7-11; Jr 36.6). Apesar disso, o único uso imperativo de jejum se deu na necessidade da rainha Ester (Et 4.16), aplicação diferente daquele instituído na Lei, cumprida em Cristo. Na verdade, a exigência de abstinência de alimentos no Novo Testamento até é vista como um falso ensino dos últimos tempos: “ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1 Tm 4.1-5).
Por outro lado, um estudo bíblico coerente perceberá que há uma recomendação implícita para a prática do jejum, o que permanece para os dias de hoje. Entenda: mesmo que o aspecto legal tenha se consumado, há menções bíblicas acerca do jejum que o tornam uma prática recomendada para hoje, ainda que implicitamente. Além dos registros vétero-testamentários que abordaremos na próxima pastoral, destaco que Jesus recomendou o jejum nos evangelhos (Mt 6.16-18; Mt 9.14-17; Lc 5.33-35), inclusive, criticando o legalismo infundido na bendita prática, o que Paulo também censurou (Rm 14.3-6; Cl 2.20-23; 1 Co 8.8). A Igreja Primitiva jejuava (At 13.3; At 14.23), por que não jejuaríamos nós, a Igreja de hoje? Portanto, a partir do conhecimento das diretrizes explícitas e implícitas nas Sagradas Escrituras, a Igreja concluirá que pode e deve jejuar.
Agora, não jejue por mandamento, mas por contentamento; não para mudar a Deus, mas para mudar a si mesmo. Como destacou John Piper, “metade do jejum cristão é que a perda do nosso apetite físico é pelo fato de a nossa saudade de Deus ser muito intensa. A outra metade é que a nossa saudade de Deus é ameaçada porque nossos apetites físicos são muito intensos”. Tenha em mente um jejum que agrada a Deus. Ouça a voz profética de Isaías (Is 58.3-7) e reconheça que os maiores adversários para a prática bíblica do jejum poderão ser as dádivas do próprio Deus: “dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”.
Agora, não jejue por mandamento, mas por contentamento; não para mudar a Deus, mas para mudar a si mesmo. Como destacou John Piper, “metade do jejum cristão é que a perda do nosso apetite físico é pelo fato de a nossa saudade de Deus ser muito intensa. A outra metade é que a nossa saudade de Deus é ameaçada porque nossos apetites físicos são muito intensos”. Tenha em mente um jejum que agrada a Deus. Ouça a voz profética de Isaías (Is 58.3-7) e reconheça que os maiores adversários para a prática bíblica do jejum poderão ser as dádivas do próprio Deus: “dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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