CRISTÃO E SAFADÃO?


“Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.13-14).

Muito dos fenômenos musicais em torno do Forró Eletrônico, do Funk e outros estilos musicais tem revelado o quanto o ser humano é corrompido pelos seus pecados. O intenso uso de palavras com duplo sentido, a sensualidade implícita ou explícita, as coreografias escandalosas e vergonhosas, enfim, a péssima qualidade de muitas composições metralham a dignidade, a decência, a honra e muitos outros valores.

Não surpreende que homens pecadores se intitulem “safadões”, pois o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). Entretanto, embaraçoso é pensar na real possibilidade de alguém se revelar “cristão e safadão”.   Seria possível encontrarmos um cristão  que não tem vergonha de atos censuráveis, que seja descarado, desavergonhado, cínico? Ora, talvez não se curta a “garota safada” ou as “vingadoras de metralhadora”, mas se persista indecentemente em dois caminhos, a “serviço” de dois senhores, jorrando água doce e amargosa para a vergonha do evangelho.

Responda, se puder:

É cristão e não se vê como o menor?
É cristão e não cuida de sua família?
É cristão e não namora sem sexo?
É cristão e não paga os seus impostos?
É cristão e não se dirige a “certas” pessoas?
É cristão e não para de sensualizar na internet?
É cristão e não convive bem com não cristãos?
É cristão e não impede intrigas e tramas?
É cristão e não estuda a Palavra de Deus?
É cristão e não ajuda o seu próximo?
É cristão e não evita a embriaguez?
É cristão e não respeita o seu cônjuge?
É cristão e não se importa com subornos?
É cristão e não tem vida de oração?
É cristão e não consente ser admoestado?
É cristão e não renuncia a pornografia?
É cristão e não gasta pelo quanto ganha?
É cristão e não disciplina o filho?
É cristão e não evita más companhias?
É cristão e não aprendeu a perdoar?
É cristão e não se separa do mundo?
É cristão e não congrega com cristãos? (...)

Infelizmente, você pode ser um cristão safadão. Eis a impudicícia.
Tenha vergonha! Não “tá tranquilo nem favorável”. É dissolução.

Não há comunhão entre a luz e a escuridão, entre a santidade e a prostituição, entre Cristo e um safadão. É justamente por isso que, difamando-nos, os incrédulos estranham que não concorramos com eles ao mesmo excesso de devassidão (1 Pe 4.4). Pense nisto.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

BUSCAI AO SENHOR


“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o em quanto está perto” (Is 55.6). 

Gostaria de salientar a importância de se buscar ao Deus vivo. O que precisa ser um desejo ardente vem acompanhado de uma sólida disposição de viver em conformidade com a Lei Bendita e Perfeita do Senhor. Esse é o clamor de Isaías, no texto supracitado. Esse precisa ser o nosso clamor. É o que a Bíblia nos incita. 

Veja, tal disposição não se traduz em uma caçada implacável, onde o caçador tenta aplacar sua caça e colocá-la a sua disposição. “Buscar ao Senhor enquanto se pode achar” traduz a necessidade de se conhecer a Palavra, invocar e saber que Ele tem um nome. Hoje, alguns homens se “auto-denominam” caçadores de Deus. Ora, a Igreja não caça a Deus; ela o busca, anela por Sua presença. Nesse sentido...

1. BUSQUE O PODER E A PRESENÇA DE DEUS

1 Crônicas 16.11 incentiva nosso coração a buscar ao Senhor, o seu poder e sua presença. Este é um ato perpétuo na vida daquele que Deus transformou. Portanto, o que deveria ocorrer ao seu coração? Lembre-se do Salmo 27.8 e Salmo 105.4: “Ao meu coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, SENHOR, a tua presença” ...“ Buscai o SENHOR e o seu poder; buscai perpetuamente a sua presença”.

2. BUSQUE DIREÇÃO NAS ESCRITURAS SAGRADAS

Dos horizontes universais da destruição, o profeta volta a dirigir-se a Edom como símbolo e fulcro de todos os antagonismos contra Sião. Edom tomara sempre partido com as nações da terra na luta com Israel. O que fazer diante disto? Buscar direção no Livro de Deus. Esta é a profecia dada em Isaías 34.16: “Buscai no livro do SENHOR e lede: Nenhuma destas criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a boca do SENHOR o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará”.

3. BUSQUE O BEM E NÃO O MAL

Conhecemos o duro contexto histórico da época ministerial do profeta Amós. No capítulo 5.14 ele enfatiza – senão, expande tal idéia – a necessidade de se buscar o bem, mesmo no meio de tanta impiedade: “Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis”.

4. BUSCAI A JUSTIÇA E A MANSIDÃO NO SENHOR

Sofonias 2.3 já disse tudo: “Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão”.

5. BUSCAI O REINO DE DEUS

Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça para que todas as coisas nos sejam acrescentadas posteriormente (Mt 6.33; Lc 12.31).

6. BUSCAI AS COISAS DO ALTO

Ressuscitados, juntamente com Cristo, temos uma constante postura de buscar as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus (Cl 3.1-4).

Lembre-se bem, se Deus for buscado será encontrado. Se alguém bater, se abrirá a porta; se alguém pedir, lhe será concedido (Mt 7.7; Lc 11.9). Essa é nossa convicação. Essa é nossa disposição: buscar ao Senhor enquanto se pode achá-lo, enquanto está perto, enquanto aguardamos sua plena manifestação. Busquemos, pois, ao Senhor Deus.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

JOGRAL - A REFORMA PROTESTANTE


Em minha organização pessoal recente de arquivos antigos tive a grata surpresa de me deparar com um JOGRAL que criei há mais de 10 anos, em alusão ao Dia da Reforma Protestante. Naquele tempo, foram os adolescentes da Igreja Presbiteriana da Serra, em Belo Horizonte, que o recitaram. Hoje, o deixarei registrado aqui, caso haja alguém que queira utilizá-lo para as comemorações desse mês.


JOGRAL DA UPA – A REFORMA PROTESTANTE

*

RAYANE: Hoje é dia 31 de outubro!

PATRÍCIA: Enquanto alguns celebram o Halloween, o chamado dia das bruxas

POLIANA: Nós lembramos o grande dia...

ROGÉRIO: Um dia de luz e de esperança para os povos...

TODOS: O DIA DA REFORMA PROTESTANTE!

* *

ROGÉRIO: Lembramos do corajoso Martinho Lutero, de suas 95 teses

POLIANA: e de como ele as afixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg.

PATRÍCIA: Teses bíblicas que refutavam tradições humanas:

RAYANE: não precisamos comprar indulgências, somos salvos pela fé!

TODOS: HOJE É 31 DE OUTUBRO, DIA DA REFORMA PROTESTANTE!

* * *

PATRÍCIA: Lembramos de João Calvino, pensador cuidadoso,

ROGÉRIO: que forjou, das diversas doutrinas protestantes, um todo coerente.

RAYANE: Um homem piedoso, inteligente e profundo conhecedor das Escrituras

POLIANA: Como poderíamos deixar de mencionar suas palavras a igreja verdadeira: 

TODOS: “CUIDEMOS QUE NOSSAS PALAVRAS E PENSAMENTOS NÃO VOEM ALÉM DO QUE A PALAVRA DE DEUS NOS DIZ ...

* * * *

ROGÉRIO: deixemos com Deus o seu próprio conhecimento ...

PATRÍCIA: e prossigamos tal como ele se nos der a conhecer ...

RAYANE: sem tratar de descobrir ...

POLIANA: algo sobre sua natureza fora da sua Palavra”

TODOS: PODERÍAMOS LEMBRAR DE MUITOS OUTROS REFORMADORES, MAS NOSSO DESEJO PRINCIPAL HOJE É AGRADECER A DEUS PELA REFORMA.

* * * * *

PATRÍCIA: Pela SOLA SCRIPTURA! Somente a Escritura!

POLIANA: Pela SOLA FIDE: Somente a fé!

RAYANE: Pelo SOLUS CHRISTUS: Somente Cristo!

ROGÉRIO: Pelo SOLI DEO GLORIA:

TODOS: SOMENTE A DEUS A GLÓRIA.

*
Rev. Ângelo Vieira da Silva

POESIA "DIA FELIZ, DIA DA REFORMA PROTESTANTE"



No dia 31/10 cristãos protestantes de todo o mundo rememoram o Dia da Reforma Protestante, um movimento iniciado por Martinho Lutero (sem desabonar os pré-reformadores) no início do século XVI. Foi naquele dia, no ano de 1517, que o sacerdote agostiniano afixou suas 95 teses* na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg protestando contra diversos pontos da doutrina romana, propondo uma reforma na igreja de sua época. Gostaria de oferecer uma singela lembrança para esta ocasião.

Já publicada em jornais e revistas, em 2008 elaborei a poesia abaixo para relembrar a importante data da Reforma Protestante. Espero que leia, curta e compartilhe. Louvado seja o Nome do Senhor, Deus de nossos pais, dos pré-reformadores, dos reformadores, de sua Igreja, de cada um de nós.

Em tempos sem a Bíblia e grande pesar,
Se viam os homens que traziam um clamor
Brado que liberta e que traz a paz:
“É tua viva Palavra que nos satisfaz”!

Súplica que emergiu de um coração
Monge da fé, da justificação,
Seu nome é Lutero, que cria e relia:
“O justo só viverá é pela fé”!

Dia feliz é o dia das piedosas teses
Das noventa e cinco em Wittenberg
Porta de proposições profundas e de fé
Reforma protestante, é o que o clamor quer.

“Igreja reformada sempre reformando”
Lema de vida dos protestantes;
Cristo, a Palavra e os sacramentos:
Nossos tesouros mais importantes.

Igreja pós-moderna lembre-se bem,
Deste dia feliz, da reforma que se fez,
Valorize esta história que tem muito a ensinar
E a vida de seus líderes, exemplos para imitar.

Agradecemos-te, Deus, pelo o intervir do Senhor,
Providência divina que transforma o pecador,
Faça de nós, Igreja de Cristo,
Povo que segue as teses do amor.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

* AS 95 TESES PARA TWITTER (https://prangelovieira.blogspot.com/2017/10/as-95-teses-de-lutero-para-twitter.html)












A IGREJA DO DEUS VIVO


“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1 Tm 3.14-15).

Precisamos cientificar-nos de nossa realidade espiritual como Corpo, o Corpo de Cristo. Como Paulo registrou, a Igreja é a “ekklesia” (termo grego), a reunião dos cidadãos “chamados para fora” (significado do termo), com a finalidade de anunciar as virtudes de nosso Senhor e Salvador. É justamente nessa comunidade de santos que Paulo recorda como se deve proceder. Ora, “a orientação quanto à conduta de todos os membro da igreja, não somente de Timóteo, é necessária e visa a cada congregação cristão e ajuntamento em Nome do Senhor”. Assim, sintetizo os próximos três procedimentos em relação à Igreja do Deus Vivo como elementos fundamentais da conduta genuinamente cristã.

Primeiramente...

1. RECONHEÇA A IGREJA COMO A CASA DE DEUS

O cristão é a Casa de Deus (oikos, gr.). Na plenitude da revelação bíblica Deus passa a habitar não apenas no meio, mas dentro de seu povo. Cada cristão fiel é a Casa de Deus (1 Co 3.16; 1 Co 6.19; 2 Co 6.16). Também o templo é a Casa de Deus. Desde um lar, passando por um palácio até o Tabernáculo e Templo, tem-se a casa como um lugar de habitação; e Deus habita em sua Casa. Como bem ressaltou o estudioso Willian Hendriksen, ”a Igreja não é um negócio particular. É um local onde Deus habita, pois seu povo congrega ali” (2 Tm 2.19; Mt 16.18; 1 Pe 2.5).

Ademais...

2. IDENTIFIQUE A IGREJA COMO A COLUNA DA VERDADE

Coluna é sustentação (stulos, gr.). Geralmente, a coluna podia ser uma peça utilizada na arquitetura para sustentar coberturas, tetos. Era um pilar, um suporte. Identificar a Igreja como a coluna da verdade é essencial num mundo de estacas da mentira (Gl 2.9). Lembre-de da Diana dos Efésios, por exemplo. Era um templo afamado, uma das sete maravilhas do mundo neo-testamentário. Segundo o pesquisador Willian Barclay, havia nele 127 colunas, e cada uma delas era presente de um rei. Todas elas eram de mármore e algumas tinham pedras preciosas incrustadas ou estavam cobertas de ouro. Só a graça! Tanta beleza e opulência a serviço da mentira... 

Semelhantemente, a coluna também se refere ao testemunho, pois a palavra fora aplicada à pedra que servia para marcar um lugar sagrado ou para conservar a lembrança de alguma pessoa ou de algum acontecimento (Jr 1.18), como testemunho solitário ou entre duas partes (Gn 28.18; Gn 31.52). Fora usada também para divulgação, quando criadas para afixação de anúncios nos mercados antigos (Willian MacDonald).

E, finalmente...

3. PROCLAME A IGREJA COMO O BALUARTE DA VERDADE

A Igreja é baluarte (hedraioma, gr.). Parecida com o conceito de “coluna”, um baluarte (Sl 18.2) era o apoio, o suporte, o fundamento que equilibrava toda a estrutura arquitetônica. Há uma ascensão com clímax aqui. A verdade não é apenas encontrada na Igreja, “ela é o próprio fundamento da verdade” (Hendriksen). Sim, a Igreja deve proclamar a verdade neste mundo desequilibrado.

Resta-nos compreender que cada congregação e cristão são uma genuína “Casa”, “Coluna” e “Baluarte” de Deus. Ao contrário dos templos pagãos, não são ocupados por ídolos inanimados, mas desfrutam verdadeiramente da manifesta presença do Criador.  Como a grande família de Deus, na Igreja do Deus vivo ajudamos uns aos outros e crescemos juntos. Reconheçamos que esta é a Casa de Deus! Identifiquemos que esta é a Coluna da Verdade! Proclamemos como Baluartes da Verdade!

Rev. Ângelo Vieira da Silva

O PERFIL DO BEM-AVENTURADO


“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3). 


O brasileiro já está acostumado com o que se chama de “perfil” em virtude das novidades que a internet proporciona. Nas redes sociais, nos sites de relacionamento, blogs pessoais ou comunidades virtuais, ali serão gerados perfis, isto é, descrições escritas nas quais se salientam os traços característicos de certas pessoas. 

Creio poder aplicar esta linguagem ao bem-aventurado do Salmo 1. A leitura dos três primeiros versículos claramente apresenta os TRAÇOS do seu perfil. O bem-aventurado nem pode ter certeza de quão bem-aventurado é. Costumeiramente, lhe aplica-se o sentido de muito feliz, felicíssimo. Mas a palavra hebraica é sem tradução na língua portuguesa; é como um grande suspiro que diz: “ó, a felicidade deste homem!”. Portanto, o bem-aventurado é a felicidade que não pode ser expressa, em pessoa. 

Se o perfil do bem-aventurado pode ser acessado pelo Salmo 1, pergunta-se: quais são os traços característicos que o identificam? Conheça os três traços do perfil: 

1º TRAÇO:
O bem-aventurado sabe dizer não ao que contraria suas convicções (v. 1)

Se um perfil pergunta “o que nunca faria?”, creio que a resposta é: eu sou o bem- aventurado em Cristo, porque sei dizer não aos conselhos dos ímpios, ao caminho dos pecadores e à roda dos escarnecedores. O bem aventurado nunca anda, nem se detém ou se assenta em circunstâncias que contrariam suas convicções. 

2º TRAÇO:
O bem-aventurado sabe o que fazer para acentuar suas convicções (v. 2)

“O que você gosta de fazer?”, salienta o perfil. O bem-aventurado responde: coloco meu prazer nas Escrituras Sagradas; na Lei de Deus medito em todo tempo. O amor pela Bíblia fortalece a fé e acentua as convicções pessoais. 

3º TRAÇO:
O bem-aventurado sabe quem ele é por causa de suas convicções (v. 3)

Perfis online geralmente oferecem a oportunidade de descrever algo mais intimo: “o que mais gosta?”. O bem-aventurado é uma árvore alimentada pelas águas que saem do Trono de Deus. Ele gosta, ama ser uma árvore que dá fruto. 

Aproveite. Apresente-se para preencher seu perfil online com Deus. Ele quer saber do bem aventurado. Será que os traços realçados pelo salmista constituem o seu perfil? Acesse seu cadastro e o atualize. JESUS é a senha. Não se esqueça: “...bem-aventurados sois...” (1 Pe 3.14). 

Rev. Ângelo Vieira da Silva

UMA ORAÇÃO URGENTE: LIVRA-ME!

“Livra-me”. Eis uma expressão presente em muitos trechos das Escrituras Sagradas. Por que tantas vezes é repetida? Será que realmente somos livres para fazer o que quisermos? Até onde estamos livres? Será que não precisamos de libertação em nossas vidas? Será que algo nos prende?

Certamente que sim. Muitas vezes nossa liberdade é ilusória, pois na realidade estamos escravizados à circunstâncias onde apenas o Filho de Deus pode acudir e libertar. Jesus mesmo disse em João 8.36: “se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. É certo que Jesus quer trazer alívio ao homem escravizado; quer livrá-lo do mal, como enfatiza a oração que ele mesmo ensinou (Mt 6.13). Diga, ore bem alto para o Senhor:

1) LIVRA-ME DOS MEUS INIMIGOS! 

O Salmo 143.9 diz: “Livra-me, Senhor, dos meus inimigos; pois em ti é que me refugio”. Quem é seu inimigo? É Satanás? O mundo? Será você mesmo? Não será sua inimiga aquela vontade louca de fofocar, difamar, mentir, pecar... Não deixe que as correntes do pecado amarrem você! Clame ao Senhor: livra-me! Ele livrará e verdadeiramente serás livre! 

2) LIVRA-ME DOS LÁBIOS MENTIROSOS! 

Outro Salmo, o 120, mostra a seguinte petição: “Senhor, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora”. A língua é fogo! É mundo de iniqüidade! Ela pode contaminar o corpo inteiro (Tg 3.6)! Lembre-se que das seis coisas que o Senhor aborrece a língua mentirosa é uma delas (Pv 6.17). Peça a Deus que livre você deste mal. Diga: “Livra-me, Senhor!” e Ele te livrará; verdadeiramente serás livre! 

3) LIVRA-ME DO TREMEDAL DE LAMA! 

Essa expressão está localizada no Salmo 69.14: “Livra-me do tremedal, para que não me afunde; seja eu salvo dos que me odeiam e das profundezas das águas”. Um tremedal é um pântano que, na Bíblia, é usado para ilustrar o pecado e a degradação moral. Logo, a oração do salmista é: livra-me da degradação moral que me assedia! Por isso, não deixe de clamar pelo livramento do Senhor Jesus e verdadeiramente serás livre! 

4) LIVRA-ME DOS CRIMES DE SANGUE! 

O Salmo 51.14 declara: “Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus”. Quais são os crimes de sangue? Para Davi, escritor do Salmo, são o adultério com Bate-Seba e a morte de Urias. Davi buscou a libertação da culpa de sangue no que tange a esses crimes. Como conseqüência natural, sua língua nunca cessaria de proclamar a fidelidade de Deus, que proporciona o verdadeiro perdão a todos os penitentes. Ele pediu e foi verdadeiramente liberto. 

Diga hoje e agora: “Livra-me, Senhor!” Se você precisa se libertar de algo basta pedir ao Senhor que se sempre se inclina para o quebrantado de coração.

Rev. Ângelo Vieira da Silva 

A FUNDAMENTAL BUSCA DO CRISTÃO


"Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo" (Sl 27.4)

Sempre vivemos um novo tempo e, com ele, novos sonhos, desejos, projetos, aspirações e realizações. Sim, em nossa mente e coração está o anseio de suprir aquelas necessidades mais fundamentais, nossas e daqueles que nos são próximos. Muitos querem sanar suas dívidas, obter um diploma, cursar uma nova faculdade, adquirir certos bens materiais há muito tempo namorados, ter mais sucesso no trabalho, receber um salário melhor, rever parentes separados pelo tempo e espaço, viajar, poupar, crescer, enfim, viver, etc..

Tudo isto pode ser muito bom, mas não representa a busca fundamental de cristãos comprometidos com Deus e com Sua Palavra. Cada desejo nosso (como os supracitados) precisa ser secundário, uma vez compreendido que Deus é o Senhor de nossa vida. É o ensinamento do Salmo: “uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo” (Sl 27.4).

Perceba: algo é pedido e buscado; é apenas uma coisa... O que é? O salmista expressa que a busca fundamental do povo de Deus, de cada cristão fiel, é a busca pelo Senhor, pela sua presença, pelo seu conselho. Eis a oportunidade de compreendermos que tudo o que mais almejamos nessa vida não deve ocupar o lugar de Deus, de Cristo, do Espírito. Como nosso Senhor ensinou, “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Se Deus é aquele que supre cada uma de nossas necessidades (Fp 4.16-19), nos convêm buscá-lo e confiar em seu sustento providencial, pois declarou: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10). A certeza é que “pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7-8). Portanto, peça, busque e bata corretamente, busque o Senhor, à sua presença e o seu conselho.

Reflita: será que estamos buscando o que é fundamental ou trivial? Eterno ou passageiro? Do Céu ou da Terra? “Ao meu coração me ocorre: “buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua presença” (Sl 27.8). Também é a disposição encontrada no livro do profeta Jeremias: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).

Buscar pelo Senhor, sua presença e seu conselho é um privilégio gracioso. As Sagradas Escrituras ensinam que bem-aventurado é aquele a quem o Senhor escolhe e se aproxima, para que assista em seus átrios; bem-aventurados os que habitam na Casa do Senhor, louvando ao Deus vivo perpetuamente. Afinal, um dia nos átrios do Senhor vale mais que mil; é preferível estar à porta da casa de Deus, a permanecer nas tendas da perversidade (Sl 65:4; Sl 84.4, 10).

Pense nisso e busque ao Senhor de todo o coração.
Rev. Ângelo Vieira da Silva



RENOVE SUAS FORÇAS EM DEUS



“Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo” (Sl 38.10)


Conta-se que, certa vez, um assaltante deu voz de assalto a uma senhora: - “A bolsa ou vida!”, disse ele. Sem alterar seu semblante, ela respondeu: - “Pode escolher, moço, pois tanto a minha bolsa quanto a minha vida estão vazias”.


Em algumas oportunidades de nossa vida podemos nos sentir assim, vazios. Aparentemente, nossa força quase some; parece que carregamos o mundo nas costas! Desgastados, sonolentos, frágeis, permitimos abalos na vida espiritual que podem gerar sérias consequências. Como descrito no versículo acima, era assim que Davi se sentia. por isso, situações como essas devem levar o cristão a uma busca intensa pela renovação de suas forças em Deus. É urgente!

Se desejamos amar a Deus dignamente, nossas forças precisam estar renovadas. Quando o Senhor conclamou o povo a amá-lo, como disse que deveria ser? Deuteronômio 6.5: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. Corpo, alma e coração são impelidos pela força renovada do servo do Senhor. Como disse Agostinho, bispo de Hipona, “eu odiaria minha própria alma se descobrisse que ela não ama a Deus”.

Se almejamos pregar sobre Deus plenamente, nossas forças precisam estar renovadas. Em 2 Timóteo 4.17 Paulo demonstra ao jovem pastor que o sucesso da pregação entre os gentios envolve força, força em Deus: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão”. Alegorizando, o leão da incredulidade é vencido pela pregação forte e fiel. Como o reformador alemão Martinho Lutero devemos pensar: “prego como se Cristo tivesse sido crucificado ontem, ressuscitasse dos mortos hoje e estivesse voltando amanhã”.

Se queremos depender de Deus totalmente, nossas forças precisam estar renovadas. Como não citar o exemplo de Paulo aqui? Um homem que havia vivido e experimentado toda e qualquer situação pode dar o exemplo de força renovada em Deus. Em 2 Coríntios  12.10 ele faz uma ligação entre fraqueza e força quando diz: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. Quando estamos fracos, isto é, vazio de nós mesmos, estamos prontos para sermos fortificados por Deus. Nossa fraqueza, neste contexto, deve nos fortalecer, não nos destruir. Assim, em Efésios 6.10 ele exorta: “quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder”. 



Esta breve reflexão foi realizada em nossa igreja recentemente. Muitos estavam cansados, como talvez você esteja. Renove suas forças em Deus! Como Isaías 40.29 ressalta, Deus faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor”. Como posso renovar as forças em Deus? Não há surpresas aqui. Ore mais, medite nas Escrituras, jejue e sirva o Senhor com alegria.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

A SOLIDÃO DOS HOMENS E A COMPANHIA DE DEUS


“Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozinho e aflito” (Sl 25.16). 

São poucos que, verdadeiramente, desejam permancecer sozinhos em suas vidas; que estão cônscios dos males que a solidão pode acarretar no dia-a-dia e, mesmo assim, não ligam. Recoheço: às vezes, é preciso se retirar, ficar sozinho por algum motivo específico, como Jesus fez (Mt 14.23). Todavia, a solidão humana não é e nem pode ser uma realidade duradoura e aceitável na vida, afinal, viu Deus que não era bom o homem estar sozinho e lhe fez uma auxiliadora idônea (Gn 2.18). Na Igreja, o Corpo que só pode existir com o auxílio de muitos membros (Ef 4.15-16), o mandamento é consolar e edificar uns aos outros, reciprocamente (1 Ts 5.11). 

Destarte, lembro-me do ensino bíblico em Eclesiastes 4.9-12. Naquela ocasião Salomão reforçou o valor da companhia, amizade, união e, indiretamente, rechaçou a solidão. Melhor é serem dois do que um, disse o sábio. Por que? Se caírem, um levanta o companheiro. Se dois dormirem juntos, eles se aquentarão. Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Por outro lado, infelizmente o solitário tenta se aquentar no frio da solidão, mas, caindo, quem o levantará? 



O pedido do salmista que se sente sozinho e aflito (Sl 25.16) é dirigido para alguém muito especial, que é o Senhor (Sl 25.1, 4, 6, 8, 10-11, 15), o seu Deus (Sl 25.2, 5, 22), a sua Salvação (Sl 25.5, 17-18, 20-22), o Misericordioso (Sl 25.6-7), o Bom e Reto (Sl 25.8), o Guia e Instrutor (Sl 25.9, 12) e, especialmente, íntimo daqueles que o temem (Sl 25.14). Se você se sente como Davi ore Àquele a quem o rei buscou em sua angústia. 

A companhia divina é real, pode ser experimentada e é uma das grandes necessidades humanas. Não somos órfãos (Jo 14.18), o Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio (Sl 46.7, 11). Não foi a promessa do Filho do Homem estar conosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.20)? Por isso, não temamos! Ele é conosco. Não nos assombremos, porque Ele é o nosso Deus que fortalece, ajuda e sustenta com a sua destra fiel (Is 41.10). 

Eu sei... Pode ser extremamente difícil receber tais palavras e aplicá-las ao coração. A depressão, a falta de conversão, os corações amargurados, dentre outros fatores, não colaboram com o reconhecimento da Presença divina que nos guarda, evitando o mal (At 18.10). No entanto, as mesmas ricas e preciosas promessas divinas de ontem falam conosco hoje. São nosso alimento, o sustento do cristão: “Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores” (Gn 28.15). 

Por isso, a melencólica solidão humana precisa ser tratada justamente com a certeza da companhia divina. Acrescentando ao que foi mencionado anteriormente e a muitas outras verdades nas Sagradas Escrituras, Deus faz que o solitário more em família (Sl 68.6) e tenha consigo, para sempre, o Outro Consolador (Jo 14.16). Ele não nos deixa e nem nos desampara (Js 1.5). Como Israel confiou (Sl 115.9), o novo Israel reconhece o Deus Triúno como seu amparo e auxílio (Hb 13.6). 

Entenda: você não precisa se sentir sozinho. Deus está aqui. Conosco.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

ANSIEDADE E DECISÃO


A relação entre ansiedade e decisão pode ser vislumbrada a partir de uma simples ilustração. Imagine um relógio que começou a calcular o trabalho que teria de fazer no ano seguinte. Pois bem, o aparelho pensou subitamente: — Eu tenho que tiquetaquear duas vezes por segundo... Sim, isso quer dizer que terei que tiquetaquear 120 vezes a cada minuto e, em uma hora, 7.200 vezes. Durante o dia – são vinte e quatro horas! – tiquetaquearei 172.800 vezes. Ah! Num ano precisarei tiquetaquear 63 milhões de vezes. Oh! Isso é demais, até para um bom relógio como eu... Assim, de cifra em cifra, presumindo o imenso trabalho que teria pela frente, o relógio não resistiu. Teve um colapso e pifou.

É bem possível que muitos cristãos se identifiquem com o tal relógio. Afinal, antes de qualquer trabalho ou acontecimentos que podem sobrevir, já desfalecem pelas preocupações, pela ansiedade que acelera o colapso. Portanto, é imprescindível que avaliemos as decisões pessoais frente à apreensão exagerada, extremamente nociva para os relacionamentos com Deus e com o próximo. Desse modo, “a ansiedade é o resultado natural de centralizarmos nossas esperanças em qualquer coisa menor do que Deus e sua vontade para nós” (Billy Graham).

Biblicamente, ansiedade e decisão são explanadas em muitos textos. Jesus, por exemplo, evidenciou o mal que a ansiedade pode acarretar: “não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34). Paulo, por sua vez, ajustou a ansiedade em decisões práticas (Fp 4.6-9). Pretendo abordar duas dessas disposições, necessárias para que a ansiedade não represente angústia, infelicidade ou privações na vida do cristão.

1. IMPOSSIBILITE O SILÊNCIO ESPIRITUAL. Leia Fp 4.6: “não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Claro, é impossível esconder algo de um Deus onisciente, que sabe todas as coisas; mas, muitos ocultam todos os dias, desde o Éden. O texto fala do silêncio espiritual diante da ansiedade. O que precisa mover o cristão a orar, o leva a se angustiar. Como não há oração, também não há confiança e fortalecimento que advém dela. Decida-se! Não esconda suas preocupações de Deus. Ore e suplique ao Altíssimo se entregando inteiramente (em tudo) e esvaziando das necessidades (as vossas petições), repleto de gratidão (com ações de graças). Impossibilite o silêncio espiritual diante da ansiedade.

2. POSSIBILITE ESPAÇO PARA A PAZ ESPIRITUAL. Observe Fp 4.7: “e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. No instante que o cristão decide se esvaziar da ansiedade, consequentemente, terá a possibilidade de preencher a vida espiritual com a paz de Deus, que excede todo o entendimento. Jesus descreveu a essência dessa paz: “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Portanto, nas preocupações, angústias, apreensões e aflições será possível ter bom ânimo (Jo 16.33 ). Se aproprie da paz espiritual como fator determinante para vencer a ansiedade. “Paz seja convosco!” (Jo 20.19, 21, 26).

São duas simples decisões diante de um mal tão proeminente, é verdade. Entretanto, são posturas bíblicas de um evangelho poderoso para salvar. Ora, se é verdade que “mentes e corações inquietos tomarão decisões incertas e não conseguirão firmar-se na graça” (J. Charles Stern), é igualmente legítimo que cristãos decididos a impossibilitar o silêncio espiritual serão satisfeitos com a paz de Deus e, assim, experimentarão a verdadeira confiança quanto ao dia de amanhã. Lendo Filipenses 4.8-9, ore e receba a paz.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

O TERCEIRO TEMPLO EM JERUSALÉM



Recentemente fui abordado por alguns irmãos sobre a suposta profecia da construção do terceiro Templo em Jerusalém e o advento do Anticristo. Ao que parece, o assunto está em voga devido a artigos compartilhados em redes sociais (até anacrônicos) e um presumido sinal divino da novilha que nasceu vermelha (Nm 19), pois alguns judeus declararam: “sem o nascimento de uma novilha vermelha, de nada adiantaria reerguer o templo que já foi construído e destruído duas vezes”. Nesse ínterim, os preparativos envolvem o treinamento de novos sacerdotes (levitas), a elaboração das medidas do templo e a manufatura dos objetos que serão ali utilizados, dentre outros.

Esse tipo de interpretação da Bíblia é muito difundido pelos movimentos pentecostais, neopentecostais, seitas, Chamada da Meia-Noite, Seminário de Dallas (etc.) e avança nas igrejas protestantes históricas. É chamado de dispensacionalismo e, sem dúvida, consiste do mais complexo, literal e exagerado método de se interpretar as profecias bíblicas. Eu não creio dessa forma. Aliás, o sistema dispensacionalista não deveria ser aceito por qualquer cristão comprometido com as Escrituras por muitas razões que não cabem nesse breve texto.

O primeiro Templo foi edificado por Salomão e durou quase quatrocentos anos, pois fora destruído pela Babilônia em 586 a.C. No mesmo local do primeiro, Artaxexes permitiu que o segundo Templo fosse construído após o exílio. Remodelado por Herodes e durando quase seiscentos anos, foi destruído pelos romanos em 70 d.C. Já o terceiro Templo seria maior que os dois primeiros e sua construção no chamado monte do Templo marcaria a proximidade do arrebatamento secreto da Igreja e o reinado mundial do Anticristo. Pois bem, eu não acredito em uma doutrina que determina a construção do terceiro Templo como condição sine qua non para o fim dos tempos. Por quê? Resumidamente: 

1. Porque não há nenhuma passagem bíblica que profetize a construção do terceiro Templo. Entenda que os textos de Daniel e Mateus não respaldam a construção do terceiro Templo em Jerusalém. O “cessar o sacrifício e a oferta de manjares” citado por Daniel (Dn 9.27) não descreve a construção do terceiro templo, mas o término dos sacrifícios e profanação do templo feitas por Antíoco Epifânio (168 a.C.). O “abominável da desolação” confirmado por Jesus em Mateus (Mt 24.15) não remete à construção do terceiro Templo, mas apenas ao aparecimento do Anticristo com a mesma – e até mais terrível – perseguição nos moldes de Antíoco, sob a bandeira de Roma.

2. Porque a construção do terceiro Templo e, consequentemente, a restauração do modelo mosaico de sacrifício é uma afronta ao sacrifício de Cristo. Muitos judeus ainda esperam o Messias e, logo, restaurar o templo e o culto mosaico não seria um problema teológico em si. O cristão, por outro lado, compreende que o Messias já veio: Jesus. Ele cumpriu a lei, rasgou o véu pelo seu único e suficiente sacrifício (Mt 27.51; Hb 8.6). Retomar o antigo sacerdócio é o mesmo que invalidar o sacerdócio de Cristo. O Cordeiro de Deus foi morto, ressurgiu e tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

3. Porque é uma afronta ao verdadeiro terceiro templo criado por Deus, nos homens redimidos, santuários do Espírito Santo de Deus. O povo de Deus, a Igreja, os homens redimidos se constituem o verdadeiro terceiro Templo dedicado a Deus (1 Co 3.16-17; 1 Co 6.19, 16; Ef 2.21-22).

Não obstante, afora tudo isso, os judeus ainda têm a dificuldade do lugar para a tal construção. Afinal, o Domo da Rocha, uma edificação islâmica no monte do Templo, precisaria ser retirado (é ali que, supostamente, está a pedra angular do antigo templo judaico). Se o Messias tornará isso possível ou não (bem como as outras opiniões existentes), é algo que o judaísmo pretenderá resolver. Os cristãos não devem nem precisam se preocupar com a construção do terceiro Templo ou até da réplica do Edir. De fato, espero que os cristãos estudem a Escritura com seriedade para compreenderem o sentido e cumprimento das profecias bíblicas durante a história num todo.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

SEXO NA ADOLESCÊNCIA: O QUE VOCÊ PRECISA SABER?

“que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra” (1 Tessalonicenses 4.4)
O apelo sexual midiático, a globalização do sexo e sua indústria (dentre outros importantes fatores do mundo contemporâneo), têm produzido muitas dúvidas acerca da sexualidade e resultado na raridade da virgindade entre jovens e adolescentes.

Pesquisas pelo mundo têm apontado que o início da atividade sexual é cada vez mais precoce. Como exemplo, a abrangente pesquisa “Juventude, juventudes: o que une e o que separa”, estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),* revelou que 66,5% dos jovens (dois em cada três), têm a primeira relação sexual até os 16 anos.

Considerando-se como um período de imaturidade, o sexo na adolescência pode ser embaraçoso e confuso. Aliado à pornografia e às drogas, pode render graves conflitos. Por isso, sem dúvida, a educação é o mais valoroso caminho para o esclarecimento do que está obscuro, para a solução do que é problematizado em forma de tabu, para a orientação em meio a tantos conceitos distorcidos.

Daí a relevância de palestras sobre a sexualidade e, consequentemente, deste texto intitulado “Sexo na adolescência: o que você precisa saber?”. Sim, o que você necessita saber?

1. Saiba que corpo em transformação não significa maturidade emocional

Definir a duração da adolescência é difícil. A partir de muitos pesquisadores, estabeleçamos o período entre 09 (Puberdade**) e 25 anos,*** reconhecendo que, geralmente, as meninas amadurecem antes dos meninos.

A transformação do corpo, porém, não é garantia do desenvolvimento das emoções humanas. Quando um adolescente não está minimamente preparado para a atividade sexual muitos problemas podem surgir. São comuns a gravidez, a transmissão de doenças e a imaturidade para progredir nos relacionamentos.

Muitos adolescentes preferem relações ao estilo “hookin up”, termo inglês que alude desde uns “amassos” ao sexo propriamente dito, porém, sem laços emocionais de um relacionamento. É o “ficar” do jovem e adolescente brasileiro. Nesse caso, o foco está nas sensações individuais, no próprio prazer e não no envolvimento afetivo. O ideal é amadurecer. Estabelecer uma relação afetiva recíproca.

2. Saiba que todo ato sexual possui profundas consequências

De fato, a perda da virgindade ainda é um marco importante. Claro, por mais banal que a atividade sexual seja apresentada ao público adolescente, o simples ato sexual é complexo. Há muitos medos (como de “broxar”, de não corresponder às expectativas, do corpo ou partes dele não serem atraentes, de se fazer “certo”). Alguns minutos de prazer podem lançar graves consequências por toda a vida.

Todo adolescente quer ser considerado adulto e maduro. Mas, a falta de experiência na vida, a dificuldade da busca pelo bom conselho e a falta do conhecimento sólido sobre o sexo, dificultam o entendimento do real significado afetivo no envolvimento sexual. 

Engana-se quem pensa em abuso sexual apenas em termos de estupro ou pedofilia. O homem machista que entrega à mulher – e somente a ela – a tarefa de se preocupar com as consequências de uma relação sexual, abusa da parceira. O indivíduo adulto que persuade o menor à sensualidade e ao sexo, abusa e gera desconforto e insegurança na criança/adolescente. O jovem/adolescente que usa medicações como o Viagra,**** ou drogas como o Ecstasy, irresponsavelmente abusa de si mesmo e do parceiro. Mais uma vez, serão comuns a culpa, a insegurança, o medo, a irresponsabilidade, a desconfiança, a gravidez, a transmissão de doenças e a imaturidade para progredir nos relacionamentos.

3. Saiba que toda informação/prevenção não podem ser recursos opcionais

A resistência ao uso de meios contraceptivos pode gerar consequências desastrosas, sejam elas sociais (gravidez), físicas (doenças) ou emocionais. A camisinha ainda é o principal anticoncepcional masculino. Não pode ser uma opção, mas um dever de todo homem.

Já ouvi falar de absorvente com vinagre antes do coito (tentativa de anticoncepção). Também há quem acredite que a primeira relação sexual não engravida. Pois bem, a verdade é que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz. A camisinha pode romper, o diafragma pode se deslocar, a tabelinha pode falhar, a pílula por ser esquecida... Porém, o anticoncepcional feminino ainda é o melhor (apesar que é igual roupa, serve para você, mas, talvez, não sirva para a outra pessoa, devido ao organismo de cada um).

4. Saiba que há muitos mitos sexuais que precisam ser superados

Há muitos mitos a serem derrubados. O mito da “Prova de Amor” acontece quando o 'príncipe encantado' ou o seu “grande amor” determina que se há amor deve haver sexo. Pura fantasia. Valorize-se.

O mito do “Rótulo” ocorre quando não se cede sexualmente. Se não há vida sexual ativa, o menino pode ser rotulado de “gay” e a menina de “quadrada” ou “frígida”. 

Há também o mito do “Respeito”. Engana-se quem pensa que será mais respeitado por não ser mais virgem. Pelo contrário, ser “adulto” envolve firmeza nas decisões.

Alguns declaram que vida sexual não tem regras, o que também é mito. Pura fábula! Há muitos conceitos obrigatórios para uma boa e prazerosa vida sexual dentro de um íntimo e afetuoso relacionamento a dois. 

Enfim, o que o apóstolo Paulo ensinou aos cristãos da cidade de Tessalônica (1 Ts 4.4) envolvia conhecimento, santificação e honra do próprio corpo. O que se pretendeu neste breve texto foi, justamente, possibilitar informação que possibilite a cada adolescente possuir o próprio corpo em santificação e honra. 

Rev. Ângelo Vieira da Silva*****

Sexo na adolescência? Pra descontrair...


__________________________________

* A pesquisa focou-se em jovens brasileiros (áreas rural e urbana) com idade entre 15 e 29 anos. O estudo está disponível no portal da UNESCO. 

** As meninas transformam-se a partir da menarca e os meninos têm as primeiras poluções. O crescimento dos pelos pelo corpo, amadurecimento das genitálias e outros fatores definem o status de “adolescente”. 

*** A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara que a adolescência termina aos 19 anos. Já a Associação de Pediatria e Hebiatria Californiana estende esse limite aos 25 anos. 

**** Medicamento desenvolvido pela Pfizer usado para tratar impotência masculina, como uma medida paliativa contra a disfunção erétil. 

***** Mestre em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória. Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Resplendor, em Minas Gerais. E-mail: revavds@gmail.com


A SOBERANIA DIVINA E A RESPONSABILIDADE HUMANA


Os leitores da Bíblia e estudantes de teologia costumam descobrir muitos dilemas na busca pelo entendimento das doutrinas. Paradoxos, contradições, antinomias e mistérios são exemplos dessa “tensão”. Ao que parece, os preceitos da soberania de Deus e da responsabilidade humana são postos dentro da tensão – na maioria dos casos – e são mais perceptíveis na discussão entre arminianos e calvinistas, os que creem em doutrinas sistematizadas a partir dos ensinos de Jacobus Arminius e João Calvino, respectivamente.

Em termos de definição prática, a soberania divina estabelece que Deus faz tudo o que for da sua santa vontade. A responsabilidade humana refere-se à liberdade e/ou responsabilidade do homem por todos os atos de sua vontade. Pois bem, muitos textos bíblicos reforçam a soberania de Deus. Outros muitos apontam a responsabilidade do homem em suas ações. Todavia, são os textos que evidenciam ambas as doutrinas que precisam nortear o entendimento de cada uma delas. 

Com o intuito de contribuir para o ensino e a edificação da Igreja, pretendo tentar esclarecer – mesmo que pouco – a tensão entre os ensinamentos da soberania divina e a responsabilidade humana demonstrando que essas doutrinas não são excludentes (aqueles que aceitam uma e negam a outra) ou incompatíveis (aqueles que aceitam as duas em torno do mistério). Vejamos:

1. Essas doutrinas não são excludentes. Muitos acreditam que a soberania divina exclui a responsabilidade humana em uma, algumas ou em todas as formulações doutrinárias. Não creio que se deva excluir ensinamentos igualmente ensinados em muitos textos na Bíblia. Um exemplo é parte da primeira mensagem de Pedro em Atos: “sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (At 2.23). Leiam também At 7.52 e At 4.27-28. Assim, corroboro com o pregador batista britânico Charles Haddon Spurgeon (1834-1892): “Se eu encontro em algum lugar da Bíblia o ensino de que tudo está predeterminado, esse ensino é verdadeiro; se eu encontro, em outro lugar nas Escrituras, que o homem é responsável por todos os seus atos, isso é também verdade. E é somente a minha estupidez que me leva a imaginar que essas duas verdades podem contradizer uma à outra. Não acredito que ambas possam ser soldadas em uma bigorna terrena, mas certamente serão uma só na eternidade”.

2. Essas doutrinas não são incompatíveis. Muitos sustentam que a soberania divina não combina com a responsabilidade humana em uma, algumas ou em todas as formulações doutrinárias. Não creio que se deva incompatibilizar verdades que são igualmente conciliadas em muitos textos na Bíblia. Um exemplo é o discurso de Paulo para a Igreja em Roma: “E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente” (Rm 10.20-21). Leiam também 2 Ts 2.11-12 e 2 Co 8.16-17. Como declarou o pregador batista americano James Petigru Boyce (1827-1888), “as Escrituras reconhecem tanto a soberania de Deus quanto a livre-agência e a responsabilidade do homem. Nossa própria consciência nos assegura do segundo ponto. A natureza de Deus prova o primeiro. A Bíblia não faz nenhuma tentativa para reconciliar a ambos”.

É extremamente complicado se manter nos polos da discussão, estudando e defendendo apenas uma dessas doutrinas bíblicas. Tanto a soberania divina como a responsabilidade humana são bem fundamentadas nas Escrituras. Considerando ambas as verdades, temos uma harmonia enigmática que a Bíblia nunca pretendeu explicar. Por isso, não me atrevo ir além do que foi dito na Palavra. Creio que Deus é soberano e o homem é responsável pelos seus atos. Aquele que se assenta no alto e sublime trono julgará as obras de todos os habitantes da Terra. Subscrevo que o Deus soberano considera o homem responsável pelos seus atos. Aquele que salva pela graça não violenta a vontade da criatura.

Rev. Ângelo Vieira da Silva

A TRISTEZA POR NÃO SE ENTRISTECER


“Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?” (Sl 13.2). 

S. I. McMillen afirma que a ciência médica reconhece que emoções como a tristeza, medo, inveja, ressentimento e ódio são responsáveis pela maioria de nossas doenças. Os cálculos variam de 60% a quase 100%. 

A melancolia humana pode ter muitos fundamentos em seu próprio escopo, porém, o que dirá Deus da falta de alegria em sua criação? Por que vemo-nos num estado de tristeza constante ou alternada quando há tantos motivos para nos alegrar na presença de Deus? O que nos falta? Cristo não é suficiente? 

O sentimento de tristeza que às vezes percebemos é a agonia do atribulado, que consome todo o seu ser (Sl 31.9). Seu coração quer gritar, uivar pela angústia de espírito (Is 65.14). Parece que não há saída, nem alguém que estenda a mão; é a solidão, emergindo do porão da alma para o coração hesitante. Os olhos vertem lágrimas (Sl 119.28) diante dos laços que nos prendem (Sl 116.3). “Oh! Se eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coração desfalece dentro de mim” (Jr 8.18). 

A Palavra de Deus expressa algumas circunstâncias que concebem a tristeza em nossos corações. Porventura, não seria a principal delas o peso dos pecados? As Escrituras são precisas neste ponto: “suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). Davi compreendia bem a pressão dos pecados sobre seu corpo: “enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia” (Sl 32.3). 

Creio que podemos abordar dois tipos de tristeza por causa dos pecados: uma é salvadora, a outra condenadora. O apóstolo Paulo declara que “a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2 Co 7.10). Em qual destas nos enquadramos? Qual é a realidade espiritual de nossa tristeza? Espero que “o arrependimento seja uma fonte perene, na qual as águas de uma tristeza santa estejam sempre fluindo em nossas vidas redimidas” (Thomas Brooks). 

John Owen disse certa vez que “o pecado deve ser ocasião para grande tristeza, quando não há tristeza em pecar”. Se o pecado não me incomoda mais, se não me entristeço ou reconheço minhas mazelas, aqui está a pior circunstância de nossa tristeza. Todavia, glória a Deus nas alturas, porque Jesus disse: “em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria” (Jo 16.20). 

Rev. Ângelo Vieira da Silva

A TRILOGIA DO LIVRAMENTO DIVINO


“Pois livraste da morte a minha alma, das lágrimas, os meus olhos, da queda, os meus pés” (Sl 116.8).

Em virtude do cinema, em nossa época é muito comum o princípio da trilogia. Muitos autores se apropriaram do tema para apresentar suas obras ao mundo como em “De volta para o Futuro”, “Matrix”, “O Senhor dos anéis” e muitos outros. O que poucas pessoas sabem é que já na Grécia antiga tal método era utilizado na apresentação de poemas dramáticos. Ora, Gostaria de aplicar esse conceito à Escritura, especificamente no Salmo 116.8. A leitura básica desse verso já faz saltar aos olhos do leitor uma composição literária de Deus em três partes com o epíteto “Livramento Divino”. Não tenho dúvida que o Deus triúno de Israel livra, resgata seu povo (halats, heb.). No texto em questão um conjunto de palavras parece ligar uma trilogia que realça esse tema, se apresentando com as seguintes partes sequenciais:

1. DEUS E O LIVRAMENTO ESPIRITUAL

“Livraste da morte a minha alma”. A alma é parte imaterial do ser humano. Ela não pode morrer como o corpo. Todavia, as Escrituras são precisas ao ressaltar que a alma que pecar essa morrerá. Obviamente, o sentido de morte aplicado à alma é espiritual e remete à condenação eterna. O salmista pode reconhecer que somente Deus o resgata espiritualmente, que somente o Senhor pode salvá-lo da morte eterna. Espero que leitor possa, de volta ao passado, relembrar com alegria que o Senhor da Aliança o libertou de um império invisível das trevas, do mais profundo poder da morte (Sl 86.13).

2. DEUS E O LIVRAMENTO EMOCIONAL

“Livraste das lágrimas os meus olhos”. Os olhos podem verter lágrimas em momentos de extrema alegria, mas não é este sentido aqui. O sentimento é outro, é de tristeza. O salmista chora em virtude dos laços de morte que o cercaram e das angústias do inferno que dele se apoderaram. Davi lamenta porque caiu em tribulação e tristeza. Porém, o salmista vislumbra uma realidade: Deus o livra sentimentalmente, o Senhor pode resgatá-lo das emoções mais sombrias. Desejo que o leitor possa ser liberto das prisões emocionais que o amarfanham, de volta para um futuro de bem-aventurança com o Senhor da Promessa, que enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.17).

3. DEUS O LIVRAMENTO CIRCUNSTANCIAL

“Livraste da queda os meus pés”. A queda é um tropeço (d´hiy, heb.), Por isso, uma circunstância, um acidente. O rei segundo o coração de Deus compreende que o Senhor livra seu povo circunstancialmente. Deus o socorreu misericordiosamente em momentos delicados, para que andasse na presença de Rei, na luz da vida (Sl 56.13). Tenho a expectativa do leitor escolhido desde a fundação do mundo voltar ao passado por alguns instantes e recordar como o Senhor o resgatou de circunstâncias impossíveis.

Encerro esta pastoral com a lembrança do decreto feito pelo rei Dario ao testemunhar o livramento que Deus concedeu a Daniel, reconhecendo que “Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra” (Dn 6.27). E você, já foi liberto? 

Rev. Ângelo Vieira da Silva

DIA NACIONAL DA CRIANÇA PRESBITERIANA


"Batalhando por Cristo, Lutando com amor, Sou um Soldado de nosso Senhor”, este é o lema da União de Crianças Presbiterianas, a UCP. Para essas e para os irmãos (as) que se dedicam no ministério infantil, é chegado um momento muito especial, pois dia 12/10 comemoramos o Dia Nacional da Criança Presbiteriana. Creio que será muito relevante destacarmos como esse movimento se iniciou em nossa Igreja.

Entre 1940-1942 na Igreja Presbiteriana de S. José del Rei/MG havia um trabalho diferenciado na igreja denominado Liga Juvenil. Nas tardes de sábado, na casa da diretora (ao lado da igreja), Dna. Lavínia, senhora consagrada, animada e dedicada, reuniam-se os sócios desta Liga. Conta-nos a história que, na sua simplicidade, com poucos e precários recursos, Dona Lavínia proporcionava horas felizes e gostosas às crianças, com brincadeiras, estudos, trabalhos e deliciosos lanches. Havia reuniões especiais, festivas com vários programas. Anos mais tarde, outra Liga Juvenil fora criada, agora na 1ª IPB de Niterói. 

Ainda que não se saiba como e quando se iniciou a Liga Juvenil na Igreja Presbiteriana do Brasil, foi no ano de 1980, numa reunião realizada em São Paulo que fora proposto trocar o nome da Liga Juvenil para União de Crianças Presbiterianas, a UCP. O trabalho de crianças, até então, era vinculado ao trabalho das senhoras, com a direção da Secretaria Nacional de SAFs. Pouco depois (1982), foi criada a Secretaria de Infância das UCPs. A Tia Custódia, uma das pioneiras neste ministério dentro da IPB, disse: “Pelas misericórdias do Senhor, durante anos, tendo estado à frente deste trabalho, aqui na minha igreja. Tem sido uma grande bênção na minha vida, muito aprendi e muito me edifiquei ensinando as crianças. O meu grande desejo é que em todas as nossas Igrejas haja UCPs organizadas, ativas e que trabalhem com muito dinamismo preparando as nossas crianças na vida cristã levando-as a seguir e servir ao Senhor Jesus com muito amor. O trabalho é realmente maravilhoso. Que Deus, o nosso Pai, nos abençoe e desperte as nossas igrejas para este tão importante trabalho”.

Pela sua excepcionalidade, não há uma Confederação Nacional de UCPs, razão pela qual não haver lema e nem tema para o quadriênio (2010-2014). Todavia, estima-se, conforme dados da SE/SC, que 78.000 crianças sejam sócias da UCP. Para participar desta importante Sociedade, a criança deve ter entre 06 e 11 anos. Seu símbolo oficial está logo acima.

Parabéns às nossas queridas Crianças Presbiterianas e aos irmãos (as) que se dedicam ministeralmente para o crescimento delas! Como disse nosso Senhor em Mc 10.14 – “Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”.

Rev. Ângelo Vieira da Silva