“Pois livraste da morte a minha alma, das lágrimas, os meus olhos, da queda, os meus pés” (Sl 116.8).
Em virtude do cinema, em nossa época é muito comum o princípio da trilogia. Muitos autores se apropriaram do tema para apresentar suas obras ao mundo como em “De volta para o Futuro”, “Matrix”, “O Senhor dos anéis” e muitos outros. O que poucas pessoas sabem é que já na Grécia antiga tal método era utilizado na apresentação de poemas dramáticos. Ora, Gostaria de aplicar esse conceito à Escritura, especificamente no Salmo 116.8. A leitura básica desse verso já faz saltar aos olhos do leitor uma composição literária de Deus em três partes com o epíteto “Livramento Divino”. Não tenho dúvida que o Deus triúno de Israel livra, resgata seu povo (halats, heb.). No texto em questão um conjunto de palavras parece ligar uma trilogia que realça esse tema, se apresentando com as seguintes partes sequenciais:
1. DEUS E O LIVRAMENTO ESPIRITUAL
“Livraste da morte a minha alma”. A alma é parte imaterial do ser humano. Ela não pode morrer como o corpo. Todavia, as Escrituras são precisas ao ressaltar que a alma que pecar essa morrerá. Obviamente, o sentido de morte aplicado à alma é espiritual e remete à condenação eterna. O salmista pode reconhecer que somente Deus o resgata espiritualmente, que somente o Senhor pode salvá-lo da morte eterna. Espero que leitor possa, de volta ao passado, relembrar com alegria que o Senhor da Aliança o libertou de um império invisível das trevas, do mais profundo poder da morte (Sl 86.13).
2. DEUS E O LIVRAMENTO EMOCIONAL
“Livraste das lágrimas os meus olhos”. Os olhos podem verter lágrimas em momentos de extrema alegria, mas não é este sentido aqui. O sentimento é outro, é de tristeza. O salmista chora em virtude dos laços de morte que o cercaram e das angústias do inferno que dele se apoderaram. Davi lamenta porque caiu em tribulação e tristeza. Porém, o salmista vislumbra uma realidade: Deus o livra sentimentalmente, o Senhor pode resgatá-lo das emoções mais sombrias. Desejo que o leitor possa ser liberto das prisões emocionais que o amarfanham, de volta para um futuro de bem-aventurança com o Senhor da Promessa, que enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 7.17).
3. DEUS O LIVRAMENTO CIRCUNSTANCIAL
“Livraste da queda os meus pés”. A queda é um tropeço (d´hiy, heb.), Por isso, uma circunstância, um acidente. O rei segundo o coração de Deus compreende que o Senhor livra seu povo circunstancialmente. Deus o socorreu misericordiosamente em momentos delicados, para que andasse na presença de Rei, na luz da vida (Sl 56.13). Tenho a expectativa do leitor escolhido desde a fundação do mundo voltar ao passado por alguns instantes e recordar como o Senhor o resgatou de circunstâncias impossíveis.
Encerro esta pastoral com a lembrança do decreto feito pelo rei Dario ao testemunhar o livramento que Deus concedeu a Daniel, reconhecendo que “Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra” (Dn 6.27). E você, já foi liberto?
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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