Uma das maiores dificuldades que o cristão enfrenta em sua vida é saber “qual a vontade de Deus para sua vida”. No contexto de um salmo penitencial e desconhecimento do futuro percebemos como o rei Davi carece da orientação divina para sua vida. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.
JESUS E A FAMÍLIA DE NAIM - PARTE 2
A CONVERSÃO DE LÍDIA (Parte 2)
JESUS E A FAMÍLIA DE NAIM - PARTE 1
Primeira parte de uma série de devocionais a partir da narrativa de Lucas 7.11-17, na qual as relações de Jesus com uma família enlutada da cidade de Naim oferecem princípios para a nossa própria família e para a Igreja do Senhor. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.
OS DEMÔNIOS
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca das ações dos anjos reprovados em breves pastorais
Após a série de estudos sobre a natureza, a organização e ministério angelicais, bem como um profundo exame acerca da relação entre “anjos eleitos e reprovados” (e o sentido bíblico do nome “Satanás”), inicio uma breve reflexão sobre aqueles que estão ao lado do adversário. Trata-se da demonologia, o estudo sobre a existência e a maléfica atividade espiritual dos anjos reprovados. Provavelmente, as raízes ou principais bases históricas desse estudo teológico cristão estão em Tertuliano (150 d.C.) e/ou Crisóstomo (407 d.C.).
Inicialmente, é importante que conheçamos os principais termos que fazem alusão aos seres angelicais das trevas. Sim, há diversos nomes bíblicos que designam os anjos reprovados, as designadas forças espirituais do mal (Ef 6.12). Começaremos pelos "demônios".
O termo “demônio” (daimonion, gr.) é característico no Novo estamento e designa, essencialmente, os “ministros do mal”. A palavra é derivada de “daimon” (gr.), usada para deuses pagãos. Creio que o Antigo Testamento (sa‘iyr, shed, heb.) usa um sentido semelhante (Lv 17.7; Dt 32.17; Sl 106.37), ainda que seja o termo seja utilizado em outros contextos para o um animal sacrificial, cabrito ou bode, ou uma junção de ambos os aspectos (Lv 16.8, 10, 26; Is 13.21; Is 23.13; Is 34.14; II Cr 11.15).
Nas 58 ocorrências pelo Novo Testamento (e 03 no Antigo Testamento) vemos que os demônios são hostis ao Deus verdadeiro e aos homens. Em síntese, os demônios creem em Deus (Tg 2.19; Lc 4.41) e recebem sacrifícios como falsos deuses (Lv 17.7; Dt 32.17; Sl 106.37; 1 Co 10.20-21; Ap 9.20). São liderados (Mt 9.34; Mt 12.27; Mc 3.22; Lc 11.15; Ap 16.13-14) e podem atuar em grupo (Mc 16.9; Lc 8.2, 27, 30, 35, 38). Enganam com falsos ensinos (Mt 7.22; 1 Tm 4.1) e possuem um conhecimento e força sobre-humanos (Mt 8.29; Tg 2.19; Mc 5.3-5). Além de possuir as pessoas causando-lhes sofrimento (Lc 4.33-35), entraram em porcos (Lc 8.33). Cristo não tinha demônio (Jo 7.20; Jo 10.20), mas todos os demônios estão sujeitos à Ele (Mt 8.31; Mc 1.34; Lc 4.41; Lc 9.1; Lc 10.17-19). Eles podem ser expelidos (Mt 7.26, 29-30; Mt 8.31; Mt 9.33-34; Mt 10.8; Mt 12.24, 28; Mt 17.18; Mc 1.34, 39; Mc 3.15; Mc 6.13; Mc 9.38; Mc 16.17; Lc 9.49; Lc 11.14, 20; Lc 13.32). A grande Babilônia apocalíptica é a morada dos demônios (Ap 18.2) e a sabedoria que se opõe a do alto é adjetivada como demoníaca (Tg 3.15).
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos (anjos que guardam) ou reprovados (demônios).
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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A CONVERSÃO DE LÍDIA (Parte 1)
Lídia é a primeira de três pessoas em Filipos, cuja experiência do poder de Cristo em suas vidas se menciona de modo especial em Atos 16. Há lições preciosas que ocorrem ANTES, DURANTE e APÓS a descrição da conversão. Nesta primeira mensagem abordarmos o ANTES. Ouça e compartilhe com seus contatos. Deus nos abençoe.
ATITUDES ÚTEIS DIANTE DAS TENTAÇÕES
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1).
Ao final do discurso do fruto do Espírito e obras da carne (Gl 5), Paulo ensina aos crentes como tratar aqueles que pecaram e que necessitam de correção. Ora, todos estão sujeitos a pecar, a pisar fora do caminho, um contraste com o “andar no Espírito” (Gl 5.16). Todos tropeçamos em muitas coisas (Tg 3.2). Todos devem ser corrigidos com brandura, restaurados à condição anterior, com bondade e humildade, principalmente aqueles que foram surpreendidos na falta, que foram enganados e pecaram. Como disse o reformador João Calvino, “toda reprovação piedosa visa a restauração do caído e sua recondução à integridade”. Por outro lado, o pecado deliberado, contumaz, aquele obstinado desprezo por Deus deve ser tratado com a firmeza e severidade que as Escrituras ensinam (Mt 18.15-17).
Dito isto, é fundamental compreendermos que todos devem se autoexaminarem constantemente (“guarda-te”), um difícil e necessário autoexame. O erro alheio só será tratado por “espirituais” se esses forem verdadeiros críticos de si mesmos. A aplicação desse ensino paulino deve ser aliada aos muitos ensinamentos bíblicos que ensinam as atitudes úteis diante das tentações, as quais combino e sintetizo abaixo:
4.1. Combine Vigilância e Oração.
No Getsêmani, às portas de viver terríveis momentos no lugar dos pecadores, Jesus conclamou seus discípulos Pedro, Tiago e João a vigiarem com Ele, mediante oração (Mt 26.40-41; Lc 22.40, 46). Combinemos vigilância e oração. Eis o propósito para discípulos de Cristo até hoje: “para que não entreis em tentação”. Este é um ensino para todos, uma atitude combinada que ajudará a todos. Não há discípulos tão fortes que não precisem de vigiar e orar para que não entrem em tentação.
4.2. Combine Conhecimento e Sensibilidade.
A lembrança do autor de Hebreus remete ao "ouvir a voz de Deus" e ao "não endurecer o coração", como em alguns exemplos do passado (Hb 3.7-9) tratados como provocação, rebelião. É preciso conhecer o exemplo do passado (Sl 95.7-11), toda a Escritura, para que não incorramos nos mesmos erros. Tais textos são uma advertência contra a repetição da rebelião. Eis o conhecimento que se espera, a relação do “hoje” com o “como foi no dia”. Portanto, “ouvirdes a sua voz” remete ao “ouvir um professor”, considerar que ele lhe apresenta os exemplos do passado esperando seu aprendizado. O rebanho do Supremo Pastor possui conhecimento e é sensível espiritualmente (Jo 10.3, 16, 27).
4.3. Combine Temor e Tremor.
Assim como o texto bíblico anterior (Hb 3.7-9), outros passagens revelam que o homem tentou a Deus (Sl 78.40-41; At 5.9). Tal atitude revela a ausência de temor e tremor (Fp 2.12). Tentar a Deus é o mesmo que testar sua paciência (“quantas vezes”). Eis a sinfonia da tragédia, à contramão do mandamento divino (Dt 6.16; Mt 4.7)! Mas, o que é “temor e tremor”? A expressão paulina (1 Co 2.3; 2 Co 7.15; Ef 6.5) fala de humildade espiritual, obediência afetuosa e respeito sincero.
4.4. Combine Fé e Confiança.
A vitória e presença de Cristo nos ajuda a suportar e vencer quaisquer lutas (Hb 2.16-18; Hb 4.15-16). Seu sacerdócio não é humano, falho (Hb 5.2; Hb 7.28). É preciso ter fé e confiança nesta declaração. Certos de seu socorro, venceremos as tentações e provações (Ap 3.10). Aproximemos do Senhor com a liberdade que Ele mesmo nos proporcionou, "sem segredos", com a fé atrelada a este encorajador convite (Hb 10.22-23; Hb 11.6).
Concluindo, pensemos numa citação. Apesar de ser um “cristão unitarista”, o advogado John Quincy Adams, o sexto presidente dos Estados Unidos, certa vez comentou sobre a importância das tentações para a igreja. Acertadamente disse: “Toda tentação é uma oportunidade de nos aproximarmos de Deus”. É o momento de assumirmos uma posição forte diante das tentações, muito diferente daquela frágil desculpa: "a carne é fraca". Sendo assim, pela graça divina, obteremos êxito em nossa oração mais essencial: “e não nos deixes cair em tentação” (Mt 6.13).
Rev. Ângelo Vieira da Silva
O LIMITE DAS TENTAÇÕES
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co 10.13).
O puritano John Owen (1616-1683) acertadamente declarou: “é verdade que Deus a ninguém tenta, pois a tentação leva formalmente ao pecado; mas ele tem controle sobre as tentações”. Apesar desse pensamento ser bíblico, mesmo cientes do exemplo do Mestre no deserto e da tríade original das tentações, pode aparentar-nos que as tentações são mais fortes do que os cristãos podem suportar. Afinal, usam o texto: “a carne é fraca” (Mt 26.41).
Entretanto, há uma limitação decisiva nas tentações. Antes de compreendê-la, é preciso situar o texto supracitado. Paulo não quer que os cristãos “abastados” de Corinto esqueçam o exemplo de seus pais. Ora, se o povo de Israel na era mosaica viu feitos poderosos de Deus, conhecia sua vontade acerca do pecado e, mesmo assim, pecou, os cristãos da nova dispensação não poderiam incorrer no mesmo erro frente ao paganismo de seu contexto. O comparativo paulino demonstraria que a “salvação em Jesus não torna ninguém invulnerável à queda” (Keener). O Deus que puniu os pais (israelitas), que pereceram no deserto, puniria também os "filhos" (coríntios, 1 Co 10.5-6, 9-11). Ao que parece, a Igreja de Corinto está sofrendo com o problema da idolatria e suas concomitantes. É igualmente verdadeiro que havia entre aqueles cristãos um excesso de confiança que os levou ao descuido no trato com tais pecados (1 Co 5.11). Deveriam, pois, abusar da liberdade que receberam em Cristo? Jamais! “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”, registrou Paulo (1 Co 10.14).
Ao invés de se crer em uma natureza sobre-humana, as tentações são limitadas ao nível humano, pois se diz “que não fosse humana” (anthrôpinos, gr.), o que é pertencente à realidade humana. Portanto, não houve nada de excepcional, mas meramente humano. O que sobrevêm ao homem tentado é sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz (Tg 1.13-15). Por isso, Paulo exortou os cristãos de Corinto a tomarem cuidado (1 Co 10.12; ver também Pv 16.18), pois os israelitas tinham sido presunçosos e colheram juízo.
As tentações também são limitadas por Deus, que não permite que seus servos sejam “tentados além de suas forças” (Dn 3.17; 2 Pe 2.9). “Nenhuma tentação é inerentemente mais forte do que os nossos recursos espirituais” (McArthur), pois é o Senhor que nos guarda (2 Ts 3.3). É interessante observarmos a expressão/preposição “juntamente com” (sum, gr.). Ela garante que, no mesmo instante que somos tentados, temos a capacidade para suportar a tentação (Ef 6.13). Se somos tentados temos, da parte de Deus, a capacidade para suportar tais provas, “aguentar a carga, como algo colocado sobre os ombros”. Assim, Jesus é a saída de qualquer prova (Hb 2.18), pois “suportou mais do que jamais poderíamos ser chamados a suportar” (McArthur).
Como você responde às tentações de Satanás quando está sozinho e sem ninguém observando?
Rev. Ângelo Vieira da Silva
A TRÍADE ORIGINAL DAS TENTAÇÕES
A leitura do segundo capítulo da carta aos Efésios vai além dos ensinamentos quanto a graça, o pecado e a salvação; também revela uma tríade que atua sobre os homens, principalmente sobre os não-convertidos. Paulo fala do “curso deste mundo”, do “principe da potestade do ar” e das “inclinações da carne” (Ef 2.2-3).
Diferentemente dos filhos da desobediência, como filhos da obediência, nos almodamos à santidade (1 Pe 1.14; Tt 2.12; Tt 3.3; 1 Pe 2.1; 1 Pe 4.2-3; 1 Ts 4.3). É inevitável, porém, que sejamos tentados por esta tríade da qual se originam muitos caminhos tortuosos. Conhecê-la é fundamental para a vitória.
1. O Mundo
Paulo registrou que os filhos da desobediência andam no “curso deste mundo”. João descreveu como o desejo mundano é uma armadilha aos filhos de Deus (1 Jo 2.15-17), que não devem seguir esse curso, pois o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). O mundo enquanto sistema anti-Deus não ama a Igreja (Jo 15.19) e a Igreja não deve amar o mundo (Tg 4.4). Não sejamos como Demas (2 Tm 4.10a).
2. A Carne
Lembre-se do registro paulino: "andamos, outrora, segundo as inclinações da nossa carne". O texto de João, lido anteriormente, menciona a “concupiscência da carne”. De fato, creio que há no cristão redimido uma luta pela santidade. A carne milita contra o Espírito que nele habita, e vice-versa (Gl 5.16-17, 24; Cl 3.5-10). Ora, a carne, a natureza pecaminosa, produz toda sorte de pecado (1 Tm 6.10; Mt 6.24; 2 Pe 2.10, 18; Jd 1.16-18). Portanto, não devemos nos dispor em nada para ela (Rm 13.14). A coerência com o caráter de Cristo é obrigatória (Gl 6.8; Rm 8.5; Rm 6.12).
3. O Diabo.
Falemos, agora, do príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência. “Sede sóbrios e vigilantes” (1 Pe 5.8), esta é a ordem em relação ao principal antagonista espiritual da Igreja: o Diabo. Como adversário, anda ao nosso derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. Foi assim com os discípulos, mas o Senhor orou por eles (Lc 22.31). Somos suas “presas”. Ele se opõe à Igreja (Zc 3.1), é seu acusador, o semeador do joio (Mt 13.39). Daí a Escritura fortalecer o entendimento que o pecado também é obra do maligno (Jo 8.44; 1 Jo 3.8). O cristão redimido resiste seu inimigo (Ef 6.11; Tg 4.7), procura não lhe dar lugar (Ef 4.27).
Como você responde às tentações de Satanás quando está sozinho e sem ninguém observando?
Rev. Angelo Vieira da Silva
O EXEMPLO DE CRISTO NAS TENTAÇÕES
“é melhor evitar a isca do que debater-se na armadilha”.
A isca trata-se de algo que seduz, chama, atrai. É a tentação. Evitar a isca é o mesmo que renunciar a algo desejável aos nossos próprios olhos. A armadilha é um estratagema, arma, ardil. É o pecado. Debater-se na armadilha é o mesmo que reconhecer a queda por um erro sem força para se libertar. Esta pode ser uma comparação na relação entre tentação e pecado que todos nós deveríamos pensar.
Quando pensamos em viver na direção do Espírito Santo de Deus esbarramos no obstáculo, na armadilha do pecado. Contudo, esse não é concebido sem que ocorra, via de regra, algo que as Escrituras chamam de tentação. De Gênesis a Apocalipse encontramos muitos exemplos desta realidade e a oração que se espera é essa: “não nos deixe cair em tentação” (Mt 6.13). Jesus fez menção da tentação no modelo de oração ensinado pela peculiaridade comum desta na vida dos crentes. O sentido é de uma petição por santidade, diante da constante possibilidade de fazer o que desagrada a Deus. Portanto, se desejamos intensificar nossa vida espiritual precisamos vencer as tentações colocadas diante de nós. Como?
O primeira estudo da série promoveu a primeira atitude: conhecer o exemplo do mestre nas tentações. A partir das narrativas bíblicas sobre a tentação de Jesus no deserto (Mt 4.1-11, Mc 1.12-13, Lc 4.1-13), podemos extrair alguns princípios subjacentes das tentações reais superadas pelo nosso Senhor. É fato que a tentação de Jesus no deserto não é análoga à vida cristã em muitos sentidos, mas em outros pode ser. Afinal, quando nosso Senhor estava sendo tentado pelo Diabo Deus o estava provando. Portanto, vejo que:
1.1. A tentação é permitida por Deus (Mt 4.1; Mc 1.12).
Jesus foi levado ao deserto pelo Espírito Santo com um propósito definido: ser tentado pelo diabo. Jesus foi levado da margem do Jordão, onde fora batizado, para o deserto da tentação, onde seria provado pelo Diabo. O mistério da encarnação do Verbo e a compreensão das duas naturezas de Cristo nos levam a compreender que Jesus foi tentado acerca de sua impecabilidade, não divindade: “se és Filho de Deus”. Ele saiu vitorioso.
1.2. Ser cheio do Espírito não isenta da tentação (Lc 4.1).
Após ver a descida do Espírito Santo (Mt 3.16) e ouvir a voz do Pai (Mt 3.17), Jesus foi tentado. Lucas registra que Ele estava cheio do Espírito Santo. Além disso, toda a Escritura emanava dele quando dizia: “está escrito”. Este enchimento, conhecimento e intimidade não proporcionaram a ausência da tentação, mas é indiscutível que são armas da vitória sobre a mesma.
1.3. A tentação ocorre nos instantes cruciais (Mt 4.2; Lc 4.2).
Entendo que as investidas do Diabo ocorreram durante os quarenta dias e noites e que o ápice se deu com o agravamento da fome de Jesus. Certamente esse foi o momento de maior vulnerabilidade. Veja que o Deus-Homem sofre todas as consequências físicas advindas pela falta de alimento. É justamente por seu sofrimento e vitória que Ele poderá sempre nos socorrer por sua graça (Hb 2.18).
1.4. Sempre haverá um agente e meio da tentação (Mt 4.3, 5-6, 8-9).
O agente, ou tentador, aproximar-se-á de nós sempre com duras provas. Seja o tentador exterior (o diabo, outro ser humano) ou o interior (nossa natureza pecaminosa), os meios serão estratégicos. O que será: pão (satisfação física), circo (satisfação popular) ou poder (satisfação sem cruz)?
1.5. Sempre haverá uma nova tentação (Lc 4.13).
Lucas descreve o caráter das tentações: de toda sorte. E mais: apartou-se o diabo, até momento oportuno. A vitória de Cristo foi grandiosa, real, maravilhosa, mas não foi final. Satanás continuou voltando para tentá-lo, para tentar fazê-lo cair. O seu propósito era enganar e seduzir o Messias, a fim de que, ao lado deste, pudesse também destruir o seu reino, afastando-o da cruz.
Ao final de tudo, “eis que vieram os anjos e o serviram” (Mt 4.11). Jesus foi provado e se confirmou sem pecado. Aquele que sentiu fome e venceu o deserto foi servido pelos anjos. “Ao passo que o primeiro Adão sucumbiu por causa de uma simples sugestão tentadora, o último Adão suportou tudo o que inferno pôde lançar contra ele em uma prova isolada e solitária com duração de 40 dias” (R. C. Sproul).
Portanto, finalizo essa primeira parte do estudo, relembrando que Jesus é o sacerdote que se compadece de nossas fraquezas, pois foi também tentado e, por isso, pode socorrer os que são tentados (Hb 4.15).
Agora, pense comigo: como você responde às tentações de Satanás quando está sozinho e sem ninguém observando?
Rev. Ângelo Vieira da Silva
UMA REFLEXÃO SOBRE OS "DESIGREJADOS"
Dentro da realidade brasileira, principalmente nas últimas décadas, é possível que rastreemos o termo “desigrejados” nas contínuas e crescentes conversões de católicos romanos ao protestantismo histórico ou pentecostal. Considerando São Cipriano, teólogos medievais e/ou o Concílio Vaticano II que declararam a tese “fora da Igreja não há salvação” (extra Ecclesiam nulla salus), muitos alcunharam os novos protestantes de “desigrejados”, como um sinônimo de excomunhão. Em anos recentes, o contexto protestante histórico, pentecostal e neopentecostal experimenta um progressivo e inquietante afastamento de muitos membros que, ao contrário dos que deixaram o catolicismo para o protestantismo (de uma denominação para outra), abandonam as instituições de tradição evangélica não necessariamente para outra religião ou para o ateísmo. Com maiores proporções, também são chamados de “desigrejados”, um fenômeno que não pode ser observado sem o exame de várias nuances e que, a princípio, trata-se de outro ponto de vista do Evangelho.
É provável que muitos tratem os “desigrejados” como desviados do Caminho, como aquela “gente difícil de lidar”, como pessoas que não se sujeitam às autoridades, como insolentes questionadores, etc. Ainda que seja possível esse parecer, qualquer pessoa sóbria que se arrisque a opinar sobre esse tema compreenderá que não é possível colocar todos os “desigrejados” numa mesma fôrma. É por isso que o termo é considerado pejorativo, ofensivo e errôneo, pois não representa a realidade dos fatos. Creio que a melhor forma de compreender esse fenômeno da religião envolve três observações iniciais: (1) alguns “desigrejados” podem ser desviados ou anticristãos; (2) outros “desigrejados” são cristãos antidenominacionais; e (3) cristãos antidenominacionais não são superiores aos cristãos denominacionais. A seguir, explicarei cada uma delas.
O pensamento popular, pelo menos o mais percebido por mim, infere que todos os “desigrejados” são cristãos desviados e, na pior das hipóteses, são anticristãos. Isso não corresponde à realidade, mas é uma fração dela. Se esse é o seu caso e dependendo da visão teológica, tendo em mente alguém que foi batizado, que participou da mesa do Senhor e do serviço sagrado (etc.), esse “desigrejado” será alguém a ser buscado (como uma ovelha fora do curral) ou alguém a ser ignorado (pois vive a apostasia).
São poucos que veem os intitulados “desigrejados” como cristãos antidenominacionais. É estranho, pois a maioria dos que já ouvi, assim se define. Ou não estão ouvindo ou estão ignorando... Bem, essa observação é fundamental porque a maioria dos argumentos contra o “movimento dos desigrejados” não se aplica, não se sustenta. Cristãos antidenominacionais são favoráveis ao congregar, ao estar perto das pessoas, à comunhão e, até mesmo, lideranças. Eles não são contra essas verdades bíblicas, mas se opõem às denominações enquanto sistema e/ou templo. Não há uma razão absoluta para isso, mas é provável que alguns foram abusados, outros explorados, outros humilhados. Há ainda aqueles que encontraram em determinado sistema religioso falhas incorrigíveis, pastores avarentos, teologias vazias e desprovidas de Deus. São tantas razões... Como descrever todas?
É essencial que os cristãos antidenominacionais não se vejam como superiores, mais espirituais ou “mais salvos” do que os cristãos denominacionais, que vivem a vida com Deus em uma igreja com sistema de governo e confissão de fé próprias. Quaisquer membros de igrejas institucionalizadas deveriam ser capazes de reconhecer que não há uma comunidade perfeita ou uma necessidade salvífica por um templo; não há uma liderança impecável ou uma confissão de fé superior as Escrituras Sagradas.
Aos cristãos denominacionais, não-denominacionais e desviados rememoro a essência do que significa ser Igreja: aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura (Hb 10.22). Sejamos cooperadores da verdade (2 Co 6.1; 3 Jo 8), reunidos como a assembleia dos santos (Sl 149.1), unidos como família (Ef 2.19) e crescendo como lavoura e edifício de Deus (1 Co 3.9). Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel (Hb 10.23). Ligados à videira verdadeira, produzamos ainda mais fruto (Jo 15.1-2), servindo e amando uns aos outros (Jo 15.17; Rm 12.10; Hb 10.24). Até que o Supremo Pastor se manifeste, procuremos com zelo os dons espirituais (1 Co 14.1), desenvolvendo a vossa salvação com temor e tremor (Fp 2.12), progredindo, assim, para a edificação da igreja (1 Co 14.12). E não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima (Hb 10.25).
Deus nos abençoe.
Rev. Angelo Vieira da Silva
OS ANJOS ELEITOS E A IGREJA DE JESUS
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca do ministério dos anjos eleitos em breves pastorais.
Após a série de estudos sobre a natureza e a organização angelicais, bem como a adoração dos anjos em relação ao Criador, ofereço uma breve meditação acerca do serviço dos anjos eleitos em relação à Igreja. Explico melhor: se o primeiro aspecto do ministério angelical se refere a Deus, o segundo se aplica aos cristãos. Dito isto, veremos que o conjunto de atribuições bíblicas dadas aos anjos ao ministrarem à Igreja revela um serviço diversificado e obediente.
Os anjos eleitos são chamados "espíritos ministradores" (Hb 1.14). A palavra “ministradores” (leitourgikos, gr.) se relaciona a realização de um serviço sagrado, como nos casos de Zacarias e Paulo (Lc 1.23; Rm 15.16; 2 Co 9.12). É por isso que os anjos eleitos também são chamados “ministros” (sharath, heb.), termo retomado no contexto de Hebreus a partir dos Salmos (Hb 1.7; Sl 104.4; Sl 103.21). Além disso, dentro do mesmo versículo inicial, são "enviados" (apostello, estão “debaixo de uma missão”) "para o serviço" (diakonia, atender uma necessidade) daqueles que hão de herdar a salvação.
Os anjos eleitos também coparticipam da alegria pela conversão de um pecador. O evangelista Lucas registra uma fala de Jesus que sustenta tal afirmação (Lc 15.10). É bem provável que tenhamos aqui um grande esclarecimento. Considerando todos aqueles que defendem a alegria compartilhada pelos anjos, por Cristo ou até pelo Espírito Santo, nas muitas tentativas de explicação da parábola, creio que o Deus Triúno como a fonte da salvação e os santos anjos como expectadores perspicazes, manifestam o regozijo pela conversão de um pecador coletivamente. Afinal, a comemoração pelo encontro da ovelha foi coletiva (pastor, amigos e vizinhos; Lc 15.6), a comemoração pelo encontro da dracma foi coletiva (mulher, amigas e vizinhas) e, pelo contexto anterior, permeia “o céu” (Lc 15.7).
Os anjos eleitos testemunham a obediência da Igreja. Essencialmente, dois textos bíblicos sustentam essa afirmação. É evidente que muitas outras passagens dão o mesmo entendimento, todavia, escolho duas em virtude de serem mal interpretadas (1 Co 11.10; 1 Tm 5.21). Resumidamente, depois de avaliar muitas possibiliddades, entendo que tais passagens revelam a presença real dos santos anjos na vida da igreja e, principalmente, no culto. O primeiro texto é uma explanação da conduta apropriada no culto público, tanto dos homens como das mulheres, para que nenhum deles causem desonra à igreja e a Cristo. No segundo texto Paulo cita os anjos eleitos por testemunhas de sua ordenança porque estes estarão presentes no dia do juízo, o que está de acordo com o contexto das cartas (2 Tm 4.1; 2 Tm 2.14) e do Novo Testamento (Mt 16.27; Mt 24.31-33; Mt 25.31; Lc 9.26; 2 Ts 1.7; Ap 14.10; dentre outros).
Os anjos eleitos defendem o povo de Deus. Creio que está esclarecido o serviço protetor dos anjos quanto ao povo escolhido de Deus, seja no contexto de Israel, seja na missão da Igreja (o acampar do Sl 34.7; o guardar do Sl 91.11; os carros de II Re 6.15-17; a proteção dos leões de Dn 6.22; o príncipe de Dn 10.13, 20; guardando os pequeninos Mt 18.10; o livramento de At 5.19; dentre outros). Todos esses textos bíblicos foram explicados nos tópicos anteriores. Louvado seja o Senhor pois a mesma realidade continua em nossos dias.
Os anjos eleitos nos acompanharão até o fim (Lc 16.22). Fundamentar doutrinas em parábolas é demasiadamente perigoso. Entretanto, pensar que as parábolas não corroborem doutrinas pode ser igualmente danoso. Reconheço, porém: é uma tese. É preciso dizer que não há outros textos bíblicos que a amparem claramente. É bem possível que assim seja, pois não vejo motivo para Cristo utilizar na parábola um conceito contraditório à verdade. Assim como Biblly Graham, Matthew Henry, João Calvino e muito outros bons teólogos, creio que os anjos são espíritos enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação “não só enquanto eles vivem, mas também quando eles morrem”.
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos (anjos que guardam) ou reprovados. Os anjos eleitos adoram a Deus audivelmente e ministram aos cristãos diversificadamente.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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OS ANJOS ELEITOS ADORAM A DEUS
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca do ministério dos anjos eleitos em breves pastorais.
Após a série de estudos sobre a natureza e a organização angelicais, ofereço uma breve meditação acerca da adoração dos anjos em relação ao seu Criador. Nas distinções entre um serviço ordinário e outro extraordinário, adorar a Deus é um aspecto essencial do ministério dos anjos eleitos. A Escritura oferece fundamentos para entendermos que os anjos adoram a Deus audivelmente, conquanto não possamos fazer ideia de como os anjos falam e cantam. Essa premissa é importante em virtude de se ouvir, muitas vezes, que anjos não adoram; muito menos audivelmente.
Os anjos eleitos cantam e rejubilam (Jó 38.6-7), palavras que, no desenvolvimento da revelação, são usadas para louvar o Eterno. Eles clamam (Is 6.3), executam sonoras proclamações antifônicas de louvor ao Santíssimo Rei. Os anjos também bendizem (Sl 103.20-21), num coro de louvor de toda a criação. Eles louvam (Sl 148.2; Lc 2.13-14), proclamam em grande voz (Ap 5.11-12; Ap 4.8), glorificam, honram e rendem ação de graças (Ap 4.9). Se considerarmos esses textos do último livro da Bíblia, veremos que a adoração angelical envolve glória (2 Pe 1.17), honra (Hb 2.7, 9; Hb 3.3), ações de graças, poder/força (Fp 2.9-11), riqueza (Rm 10.2; 2 Co 8.9), sabedoria (1 Co 1.24, 30; Cl 2.3) e louvor àquele que é Digno, Santo, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Portanto, ao estudarmos detalhadamente cada uma destas referências bíblicas teremos um firme fundamento para entendermos que os anjos eleitos adoram a Deus.
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos (anjos que guardam) ou reprovados. Os anjos eleitos adoram a Deus audivelmente.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA
É inegável... A educação cristã quanto ao verdadeiro sentido da Páscoa é vedada, contestada e/ou omitida. Não podemos esquecer que a Páscoa, a principal festa do judaísmo em comemoração à libertação dos israelitas da escravidão do Egito pelo mar Vermelho há mais de 3.200 anos através de Moisés (Ex 12.1-28; Lv 23.5-8, Nm 9.1-14), no Pacto da Graça celebra unicamente a ressurreição de Jesus Cristo no dia do Senhor, o domingo (Lc 24.1; At 20.7; I Co 16.2 e Ap 1.10). Na Páscoa de Cristo a lembrança viva precisa ser o sacrifício de Jesus na cruz que nos liberta da escravidão do pecado. Nosso Senhor, suficientemente, se ofereceu como Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo, vencer a morte e ressuscitar ao terceiro dia.
O mundo não é o mesmo nas últimas décadas. Tanto as tecnologias como o livre pensamento fizeram de nossa época um mar de relativismo e consumismo que afeta muitos princípios bíblicos frontalmente. Profanados, memoriais como o Natal e a Páscoa perdem seus sentidos originais. Considerando a época atual, pensemos nos símbolos da Páscoa...
1. Os ovos:
Ainda que na antiguidade e entre cristãos primitivos encontremos o uso de ovos tingidos com cores da primavera para presentear os amigos, os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. Atualmente, em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos (coelho bota ovo?). Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, a exemplo dos Estados Unidos. Lembre-se: a Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e sua ressurreição (Rm 6.9). Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5), que nada tem a ver com os ovos de hoje... Entende? Mas, pessoalmente, não vejo nenhum problema em se comer ovos de chocolate.
2. O chocolate:
Essa história tem seu início com as civilizações Maias e Astecas, que consideravam o chocolate algo sagrado, tal como o ouro, até mesmo usando-o como moeda. O chocolate, ao longo dos séculos, foi consumido como bebida; é considerado afrodisíaco e gera vigor. Por isso, era reservado em muitos lugares aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, tal como conhecemos, surgiram no século XX simplesmente pela visão industrial... ou você comeria ovos sabor jiló?
3. Os coelhos ou O Cordeiro?
No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam. A recente tradição do coelho da Páscoa foi levada para as Américas pelos imigrantes alemães em meados do século XVIII. O coelho visitava as crianças e escondiam os ovinhos para que elas os procurassem. Qual a ligação com o Cristo morto e ressurreto? Nenhuma.
Pensemos no cordeiro, símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães asmos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado, de uma vez por todas, em prol da salvação de todos. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com gente de todos os povos.
Os hebreus tinham um dia definido para comemorar a Páscoa (dia quatorze do mês de Nisan, mais ou menos, primeiro de abril). Também temos o nosso dia. Os hebreus comemoravam a Páscoa, o Pessach, a passagem. Nós também comemoramos a passagem das trevas à luz, do pecado à santidade, do inferno ao céu, da morte para a vida, mediante a ressurreição de Cristo Jesus.
Eduque seu filho.
É sua responsabilidade ensiná-lo o verdadeiro sentido da Páscoa de Jesus.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
Para descontrair:
ANJOS DA GUARDA
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca da organização dos seres angelicais em breves pastorais.
Ao final da série de estudos sobre a organização angelical ofereço uma breve meditação acerca do fenônomo religioso que envolve os chamados "anjos da guarda". Lembremos que por “organização” busca-se compreender o “sistema”, “o modo pela qual se organizam” os seres angelicais, isto é, a estrutura na qual são designados. Dentro desse aspecto fundamental, a angelologia bíblica oferece fundamentos para crermos que Deus organizou os seres angelicais em classes ou categorias, ordens ou graus, multidões ou companhias, como uma hierarquia. Após aprendermos sobre os querubins e serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias, bem como sobre Gabriel, Miguel e o adversário, Satanás, o Diabo, endireitemos a visão quanto à guarda dos anjos (obviamente, os eleitos).
Creio que este assunto, "anjos da guarda", não se trata, essencialmente, de uma doutrina genuinamente bíblica ou um aspecto inerente da organização angelical. O apresento em virtude da sua relevância, considerando que muitos cristãos protestantes “acreditam” em anjos da guarda. É verdade que a expressão “anjo da guarda” não aparece em nenhum texto da Escritura. Isso, entretanto, não oferece fundamento suficiente para excluirmos a ideia teológica. É preciso aprofundar mais, examinar os possíveis textos bíblicos que a sustentem, bem como apresentar sua origem dogmática.
É fato que algumas expressões bíblicas podem sugerir a existência de uma classe angelical específica “de guarda” ou mesmo que existem anjos para cada pessoa, que cuidam da mesma sob as ordens do Senhor. Há duas passagens principais nesse interim: “Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em afirmar que assim era. Então, disseram: É o seu anjo” (At 12.15); “vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10).
Quanto ao texto do livro de Atos dos Apóstolos, que trata dos eventos extraordinários realizados por um único anjo para a libertação de Pedro, temos unicamente a confirmação da existência de uma crença supersticiosa muito comum aos judeus. É importante registrar que já no judaísmo primitivo havia a crença em anjos que guardavam nações e pessoas. Eis a razão pela qual Rode, a mulher que atendeu a porta, pensou se tratar do anjo de Pedro, considerando o pensamento que o anjo da pessoa assumia a aparência da mesma que era guardada por ele (talvez o mesmo caso ocorra em Mt 14.26). Eram os chamados “anjos da face”, assim como o arcanjo Miguel era retratado como “príncipe da face”.
Quanto ao texto do Evangelho de Mateus, que trata dos pequeninos, sejam eles infantes ou neófitos/discípulos, a expressão “seus anjos” não deve ser tomada sob uma perspectiva particular, mas geral, abrangente, focada no grupo em questão. Jesus fala de cristãos e seus anjos no sentido coletivo. Portanto, fundamentar a crença em anjos da guarda nesse texto (essencialmente particulares) não faz sentido.
Entendo que essas citações bíblicas e muitas outras mais abrangentes não amparam o conceito de “anjo da guarda”, pelo contrário, reforçam o princípio bíblico de “anjos que guardam” ou “anjos que guardaram”. Há muita diferença entre a primeira e as demais expressões. “E evidente que Deus emprega seus anjos de diferentes maneiras, pondo um só anjo sobre várias nações e também vários anjos sobre um só homem” (João Calvino).
Em nossos dias “anjo da guarda” é um conceito católico-romano que se refere a ideia de que o Senhor concede a cada cristão ou pessoa um anjo específico que o guarda, o que pode ocorrer em seu nascimento ou a partir de sua salvação. Tal anjo estaria encarregado de proteger e cuidar da pessoa em momentos perigosos. Inclusive, há celebrações, orações, medalhas, terços, anéis e imagens destinadas a esses seres angelicais. Cito o catecismo católico romano: “61. Como é que os anjos estão presentes na vida da Igreja? A Igreja une-se aos anjos para adorar a Deus, invoca a sua assistência e celebra liturgicamente a memória de alguns. ‘Cada fiel tem ao seu lado um anjo como protector e pastor, para o conduzir à vida’ (S. Basílio Magno)”. Também é verdade que em dias mais recentes a doutrina romana dos “anjos da guarda” foi incorporada a movimentos espiritualistas, conectando-os ao horóscopo, a terapia de cores, a simpatias com seus pseudo-nomes, a campanhas de troca do anjo ou de como descobrir seu anjo da guarda... enfim, eis um complexo caminho de sucessivos erros e enganos.
Creio que os anjos guardam o povo de Deus indistintamente sob a ordem do Senhor. Não há particularidades, mas apenas aspectos da providência nos quais Ele pode ou não usar os seres celestiais. Afinal, são todos eles espíritos ministradores (Hb 1.14; Lc 16.22; Sl 34.7). Portanto, cuide-se! Não há anjos da guarda ou um anjo especial para você. Não há anjos que regem sua vida pelo dia que você nasceu ou se converteu. Deus é, em primeiro lugar, aquele que te guarda e que, soberanamente, te sustem pelo caminho. Os métodos, os meios ou as circunstâncias em que Ele operará a sua vontade não nos cabe buscar, mas apenas compreender e agradecer, sejam através de anjos ou não.
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos (anjos que guardam) ou reprovados.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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O SIGNIFICADO BÍBLICO DO JEJUM
“O que temos de melhor é o que nos falta” (C. S. Lewis)
A leitura do primeiro capítulo do livro do profeta Joel conclama: “promulgai um santo jejum, convocai uma assembleia solene, congregai os anciãos, todos os moradores desta terra, para a Casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor” (Jl 1.14). Foi a partir esse versículo que iniciei uma série de estudos pessoais sobre as noções bíblicas do jejum, também direcionando os cristãos acerca desta prática bíblica, o que pode ser lido em pastorais neste blog (clique aqui).
No estudo bíblico, tanto o texto hebraico (tsom) como o grego (nesteia) para a palavra “jejum” envolvem a “abstinência de alimento”, aplicadas tanto em sentido religioso (At 27.9; Lv 16.29) como social, isto é, pobreza ou necessidade (Mc 8.1-3; Mt 15.32). Leia abaixo:
At 27.9 – “Depois de muito tempo, tendo-se tornado a navegação perigosa, e já passado o tempo do Dia do Jejum [Dia da Expiação], admoestava-os Paulo”.Lv 16.29 – “Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós”.Mc 8.1-3 – “Naqueles dias, quando outra vez se reuniu grande multidão, e não tendo eles o que comer, chamou Jesus os discípulos e lhes disse: 2 Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer. 3 Se eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe”.Mt 15.32 – “E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho”.
Focando-se no aspecto religioso, o jejum envolverá privação de aliementos, ocorrendo em moldes completo ou parcial (Ex 34.28; Dn 10.2-3). Seja o convocado ou o voluntário (II Cr 20.3; Dn 9.3), deverá ter um período para sua relização (Et 4.16), bem como uma causa específica, o seu propósito (II Sm 12.16).
Ore, medite e jejue. Que sua espiritualidade seja sincera, verdadeira e repleta da presença do Senhor. Afinal, “quando o significado de Deus diminui, o jejum desaparece” (Edward Farrell).
Rev. Ângelo Vieira da Silva
SATANÁS, O DIABO
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca da organização dos seres angelicais em breves pastorais.
Por “organização” busca-se compreender o “sistema”, “o modo pela qual se organizam” os seres angelicais, isto é, a estrutura na qual são designados. Dentro desse aspecto fundamental, a angelologia bíblica oferece fundamentos para crermos que Deus organizou os seres angelicais em classes ou categorias, ordens ou graus, multidões ou companhias, como uma hierarquia. Após aprendermos sobre os querubins e serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias, bem como sobre Gabriel e Miguel, continuemos o estudo pelo adversário, Satanás, o Diabo.
Assim como Gabriel e Miguel, o grande inimigo de nossas almas é citado no Antigo Testamento pelo nome: “Satanás” (hasatan, heb.), “o adversário” do povo de Deus. A ideia é de alguém que impede, que contende e persegue. Já no Novo Testamento, o termo “Diabo” (diabolôs, gr.) é o equivalente grego do hebraico “Satan”, igualmente representando o acusador, o caluniador. Daí a Septuaginta traduzir “Satanás” para “Diabo”. Em sentido geral, portanto, Satanás/Diabo é aquele “que põe o homem contra Deus e Deus contra os homens” (VINE), que antagoniza com nosso Advogado, Cristo.
Satanás acusou Jó diante de Deus mediante suspeições que podem ser resumidas na pergunta: “Porventura, Jó debalde teme a Deus?” (Jó 1.9b). Satanás, com a permissão divina (II Sm 24.1; Tg 1.13), incitou Davi a realizar o censo de Israel, a contagem de homens com mais de vinte anos (I Cr 27.23). Ele também é o adversário do sumo sacerdote Josué (Zc 3.1-2). É possível ver uma progressão da atuação do adversário em Judas até uma conclusão final: Satanás semeia em seu coração (Jo 13.2) e, imediatamente (Jo 13.27), entra no discípulo (Lc 22.3). Os demais discípulos também estavam no alvo. Assim como fez com Jó, Satanás “reclamou”, “pediu” a permissão para prová-los (Lc 22.31-32), literalmente, permissão para despedaçar os discípulos como se faz com o trigo. No contexto das parábolas do Reino, Jesus ensinou o empenho satânico por trás da semeadura da Palavra (Mc 4.15). O Diabo se opõe ao vitorioso avanço do Reino de Deus por toda a Ásia Menor (1 Ts 2.18; Ap 2.9; Ap 3.9). Ao final desse resumo reconhecemos: Satanás é o adversário derrotado (Ap 12.9; Ap 20).
A Bíblia apresenta o adversário de outras maneiras. Além de toda essa atividade ligada ao nome “Satanás/Diabo”, muitos outros títulos, nomes ou designações são dadas a ele. Aquele que não é chamado de Lúcifer na Escritura é o denominado “príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2), o “deus deste século” (2 Co 4.4), o “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; Jo 14.30; Jo 16.11). O Diabo pode ser confundido com “anjo de luz” (2 Co 11.14), é chamado “maioral dos demônios”, de “Belzebu” (Mt 12.24), de “Belial”, de “Maligno” (2 Co 6.15), de “a antiga serpente” e “o dragão” (Ap 12.9; Ap 20.2); dentre outros.
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos ou reprovados.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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O ARCANJO MIGUEL
Estudar angelologia, ramo da teologia que estuda os seres angelicais, é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando o ensino bíblico nos púlpitos é escasso e muitos cristãos podem ser facilmente iludidos por fundamentos teológicos dissimulados. Para evitar um desvio da verdade quanto ao tema, pretendo colaborar com a compreensão bíblica acerca da organização dos seres angelicais em breves pastorais.
Por “organização” busca-se compreender o “sistema”, “o modo pela qual se organizam” os seres angelicais, isto é, a estrutura na qual são designados. Dentro desse aspecto fundamental, a angelologia bíblica oferece fundamentos para crermos que Deus organizou os seres angelicais em classes ou categorias, ordens ou graus, multidões ou companhias, como uma hierarquia. Após aprendermos sobre os querubins e serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias, bem como sobre o anjo Gabriel, continuemos o estudo pelo arcanjo Miguel.
Assim como Gabriel, Miguel é utilizado como referência em muitos contextos extra-bíblicos (ocultismo, Islamismo, seitas, apócrifos, etc.). Diante de tais enganos, é impostergável o ensinamento e esclarecimento bíblico acerca desse arcanjo. Assim, ao examinarmos as Escrituras, a relevância de Miguel é notória por dois motivos essenciais: (a) o nome: diferente da maioria angelical, ele é mencionado nominalmente (como Gabriel e Satanás), aparecendo em cinco textos da Escritura; Miguel (heb. Mikael, gr. Michael) significa “Quem é como Deus?”, “Quem é semelhante a Deus?”; e (b) a função: ao que parece, a função principal de Gabriel é de liderança, cuidado e peleja, o que descrevo adiante.
Lendo as passagens bíblicas e seus respectivos contextos, muitos deles difíceis de interpretar, percebemos que Miguel é o único ser angelical descrito como arcanjo (Jd 9). Também é retratado como um Príncipe. Foi esse arcanjo que ajudou Gabriel contra o príncipe/reis da Pérsia.(Dn 10.13, 21; Dn 12.1). Foi Miguel que contendeu com o Diabo pelo corpo de Moisés (Jd 9) e que expulsou os anjos reprovados do céu. Sim, uma batalha
no céu foi travada por Miguel e seus anjos contra o dragão e seus anjos. Satanás
foi derrotado e lançado à terra junto com seus anjos (Ap 12.7-9).
De um jeito ou de outro, os anjos sempre estiveram ao nosso redor. Seja na história ou nas estórias, na Bíblia ou em outros escritos religiosos, em filmes ou séries de televisão, os anjos estão lá. Assim, em meio a esse vasto e observável universo angelical, oro para que a Igreja de Jesus veja os seres angelicais como eles realmente são: seres criados, espirituais, incorpóreos, racionais, morais, poderosos, imortais, numerosos e organizados (querubins, serafins, principados, potestades, poderes, tronos e domínios/soberanias), nomeados ou não (Gabriel, o arcanjo Miguel, Satanás), sejam eles eleitos ou reprovados.
Rev. Ângelo Vieira da Silva
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